Capítulo 58

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Emily narrando:

Dois dias depois

—Ele está cada vez mais forte. —Disse a enfermeira, após me mostrar o meu filho ainda na incubadora. Sorrio satisfeita e mais aliviada.

Teodoro segurava o meu dedinho dentro da incubadora, já havia pegado ele e o mesmo não parava de olhar para mim. Infelizmente, seus olhos estão começando a clarear, a enfermeira me certificou de que depois de alguns meses ficará escuro de novo ou... não. Torço para que seja escuro assim como os meus, pois assim me afasta de tentar lembrar-se do Miguel.

—Olha... —A voz de Micaela soou surpresa. —Seu papai chegou Teodoro. —Anunciou.

Faz dois dias que não tenho contato diretamente com Arthur, depois de ele dizer que precisávamos de um tempo, chorei tanto que daria para encher uma piscina apenas com as minhas lágrimas. Estou tentando entender o que ele me disse, colocar algum sentido nas suas palavras, é claro que de inicio foi bem difícil, ainda mais agora na situação que me encontro. Decidi pra mim mesma que vou focar na minha saúde e tentar melhorar o quanto antes e também cuidar do Teodorinho. Ele precisa de mim. Pela primeira vez alguém precisa de mim.

Suspiro fundo e olho de relance para Arthur que estava com as vestimentas obrigatórias para entrar no berçário. Ele não se aproxima de imediato, percebo que a minha presença deixa ele desconfortável assim como eu fico. Olho para a mãe Luíza e logo ela entende a minha necessidade de sair do berçário.

—Até depois, Teodorinho. —Retiro minha mãe de dentro da incubadora e não demora muito para ele começar a chorar.

Fico de coração partido ao ouvi-lo chorar, só que era preciso. Não quero proibir Arthur de ter o seu momento com Teodoro, até porque antes mesmo de eu aceitar essa criança, Arthur criou um laço com Teodoro ainda dentro do ''forninho''. Não seria justo da minha parte fazer isso com ele, mesmo que ele tenha me magoado muito.

Não trocamos nenhuma palavra, passo perto dele com a cadeira de rodas e saio porta a fora, indo para o corredor que daria acesso ao elevador.

—Vocês dois precisam conversar. —Sussurrou a minha mãe.

—Já conversamos. —Falo, entrelaçando a minha mão.

—Vocês dois se amam, isso é inevitável, então por que ficar separados?

Suspiro fundo e reviro os olhos.

—Não quero falar sobre isso, mãe. —Falo e entramos no elevador.

***

Acordei após cochilar com os carinhos suaves da mãe Luíza, assim que abro os olhos me assusto ao ver Bruno tão perto de mim com os olhos arregalados de um jeito engraçado. Afundo-me mais o corpo na cama enquanto ele se aproximava e abria um sorriso largo mostrando seus dentes brancos e alinhados.

—Bruno, você está me assustando.

—VOCÊ ACORDOU! —Gritou todo feliz. Senti suas mãos puxar o meu corpo em um solavanco e me abraçar em seguida. —Eu fiquei tão preocupada quando soube que você estava no hospital. Meu Deus.

—Bruno. —Abraço ele. —Você está me apertando demais. —Digo quase sem respirar direito.

Ele me soltou e apertou minhas bochechas.

—Lindinha, tu é louca mesmo né?

Seguro sua mão e a desço, tentando livrar minhas bochechas daqueles dedos ferozes.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now