Bônus

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Théo narrando

Viro mais um copo de cerveja, já estava tonto e quanto mais bebia mais pensava nela e a saudade apertava o peito.

—E então Théo? Ela sumiu assim do nada?

Nego com a cabeça e peço um outro copo de vodka.

—Tive uma parcela de culpa. Fui um idiota com ela. —Admito, encarando a bebida.

—Deixa eu ver se eu entendi. Você ficava com uma MENOR DE IDADE, gostava dela, mas por causa do seu pai teve que assumir um relacionamento com a Mariana?

Fechei os olhos e suspirei fundo.

—Sim. —Respondi cabisbaixo. —E pra foder com tudo, Mariana está grávida. Esperando um filho meu.

Bato com o copo na mesa de madeira quase o quebrando.

Fernando estava a minha frente, me olhando com seriedade.

—Ficar com raiva agora não adianta nada.

—Mais não ficar também não adiantará em nada. Eu a perdi e agora não faço ideia de onde esteja ou com quem esteja.

Termino com a bebida em um único gole. Antes de pedir mais uma bebida, peço logo toda a garrafa de vodka.

—E eu achava que meus problemas eram grandes, porra nenhuma. Você é um fodido mesmo cara.

—Não precisa me lembrar.

Ele assentiu.

—Certo. Certo. Mano do céu, olha a gostosa que entrou no bar. —Disse boquiaberto.

Estava de costas para a entrada e não me importava quem iria entrar ou não. Que se foda todo mundo.

Estava em Blumenau há menos de um dia e, não, de jeito nenhum consigo pensar em me envolver com outra mulher. Pra mim basta. Estou sobrecarregado com os negócios de meu pai, aquele desgraçado filho da mãe que infelizmente é o meu pai e a quem devo respeitar e ser obediente, mas parece que as vezes ele me quer longe de perto de si, ou seja lá o que for. Sempre me encarrega de visitar seus sócios, negociar e viajar bastante. Não gosto disso. Eu sou médico. Estudei pra ser médico e não um executivo. No entanto, ele não entende isso. Não consegue compreender que o quê eu faço é por amor e não por aventura. Gosto do meu trabalho, só que isso não significa nada para ele. As únicas coisas com que ele se preocupa é a sua esposa, dinheiro e negócios. Só isso.

E claro, sobre o meu casamento com Mariana que também é um negócio. Ou seja, só essas três coisas importa a ele.

—Que se dane. —Bebo da garrafa, resmungando.

A bebida desce rasgando a minha garganta. Meu corpo se aquece em segundos e passageiramente a dor se ameniza.

—É um pitelzinho. Parece que saiu das fraldas agora. —Torceu o nariz. —Apesar de ser gostosa, não faz o meu tipo. Quem sabe o seu? Não é você que gosta de novinhas? —Disse com sarcasmo estampado na voz.

—Por isso que não queria te contar. —Dei de ombros, enfurecido.

Fernando era um bom amigo, apesar de ser um dos sócios do meu pai, mas ainda assim era um filho da mãe desgraçado que adora ser irônico.

—Ah que isso cara? Tô brincando. Relaxa. —Ergueu as mãos se rendendo.

—Imbecil.

Ele riu e comeu um pouco mais de amendoim.

—Tenta aliviar a cabeça. As duas cabeças. —Falou rindo. —Tem duas gatinhas olhando para nós dois e mais aquela gostosinha que eu te falei, ela parece está sozinha ou esperando alguém. Só sei que está apoiada no balcão. Qual vai ser?

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now