Capítulo 65

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 Arthur narrando

Fico desesperado, nem penso em esperar. Pego minha amada e saio com ela pelos meus braços, apavorado e com medo, pela primeira com medo de perder alguém que amo tanto. Corro até o carro, sem me importar com os outros, toda a minha raiva por aquele monstro se apaziguou assim que vi minha Emily precisando tanto de mim.

— Por favor, não a tire de mim. Por favor. — Peço para ele, pela segunda vez na vida.

A primeira vez eu pedi para Deus tirar a vida do desgraçado do meu tio, mas ele não me ouviu. E nada fez. Então nunca mais acreditei nele, mas agora, tudo que eu preciso é que ele me ouça. Eu preciso ser ouvido. Eu só quero ser feliz uma vez na vida com a mulher que eu amo

Eu preciso dela.

— Oh Deus! — Implorava, chorando.

Entrei dentro do carro e logo deram partida. Bruno dirigia, enquanto Luíza estava do outro lado do banco, segurando a mão de Emily e chorando.

— Por favor, não... — Chorava, enquanto olhava para a minha menina.

Toquei em seu rosto, ela estava gelada. Seu olho fechado me deixava mais desesperado.

— Acelera Bruno. — Grito para ele.

O carro deu uma alavancada e mesmo eu implorando para que ela acordasse nada dava certo. Apertei-a contra o meu corpo. Ela ainda respirava, mas fraco. Toquei em sua barriga e lembrei-me do que dissera.

''Estou grávida. ''

— Não, por favor, não. — Choramingo, apertando-a contra mim. — Deus não a tira de mim. — Grito-o.

—Calma Arthur. Ela vai ficar bem! —Bruno gritou, apavorado. — Vamos lindinha, vamos!

— Meu amor, acorda. Por favor. — Minha mão estava em seu peito, estacando o sangue que não parava de sair. Seu vestido, que antes era todo branco, agora estava ensopado de sangue por todo lado.

Bruno para o carro em frente a porta do hospital, Luíza grita por socorro, enquanto seguro a minha amada nos braços, a tirando do carro, que agora estava com o sangue por todo lado. Alguns enfermeiros se aproxima e logo chega um doutor. Somos atendidos rapidamente.

— O que foi isso? — Perguntou o enfermeiro.

— Tiro. Ela foi baleada. Ajuda ela, por favor. Ajuda a minha filha! — Pediu Luíza.

Com ajuda do enfermeiro, coloquei Emily na maca. Ela estava tão pálida, quase cinza. Seus lábios quase sem vida.

— Vamos cuidar disso. — Disse o médico.

A levaram para dentro rapidamente, abrindo caminho. Corri atrás deles para acompanhar, mas fui barrado logo na porta dupla pelo médico.

— Assumimos daqui. Quando tivermos noticia avisamos.

— Mas ela precisa...

— Senhor! — Ele aumentou a voz e saiu em direção a minha amada.

Luíza segurou o meu braço, minhas pernas trêmulas não sustentava mais o meu corpo. Quando dei por mim estava de joelho, diante daquelas portas que me separava da minha Emily. Senti meu coração se despedaçar.

Por que ele tinha que aparecer?

Meu choro era alto, barulhento e cheio de tremores. Não me segurei, eu precisava daquilo ou surtaria. Eu não sou mais nada sem ela, eu preciso dela. Da nossa família.

Ela é tudo pra mim.

Bruno me abraçou, minha cabeça estava em seu peito, enquanto ele dizia algumas palavras positiva. Algumas pessoas se aproximaram e ofereceram ajuda, outras trouxeram água e teve algumas que até oraram.

— Me escuta, Deus! Por favor! — Peço.

Por que ela tinha que se enfiar na minha frente? Não era para ela está ali naquela maca e sim eu, e não me importaria de tomar esse tiro por ela, pois meu amor por ela duraria uma eternidade.

Desgraçado...

Mil vezes desgraçado.

***

Seis horas depois

Cada hora era um século para mim. Depois de tanto chorar no saguão me ofereceram um calmante e eu tive que tomar. Todos estavam na sala de espera aguardando noticias. Soube que o desgraçado do Théo morreu logo após atirar na Emily. Ele atirou contra a própria cabeça.

Que apodreça no inferno.

Passo a mão no rosto e nos cabelos, repuxando-os.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Ela vai ficar bem.

Repetia religiosamente aquelas quatro palavrinhas esperançoso e confiante. Ela é forte, minha menina é uma ogrinha, ela vai ser forte.

Ela tem que ser.

—Estão demorando muito... — Reclamou Miranda.

— Podia vir e dizer o que estão fazendo. Algo assim. — Sussurrou Maria, tia da Emily.

— Eles vão salvar ela. — Acrescentou Eduardo.

— Pai nossos que estas no céu santificado sejam vosso nome... assim na terra como no céu... — Bruno orava, ao meu lado. 

Passaram-se mais três horas e nenhuma noticia. Estava enlouquecendo. Levantei-me e fiquei diante da parede, quase socando a mesma até minha mão ficar fodida.

Era para ser eu.

Escuto os passos do médico parando perto da porta, ele olhou para mim. Retomou o fôlego e passou à mão na testa, ele estava soando. Havia alguns outros médicos ao seu lado, eles eram jovens, provavelmente tinha alguns anos há mais do que eu.

Meu coração parou por um minuto.

— Me diz. — Peço, olhando-os.

Todos se levantaram. Miranda e Luíza se aproximaram de mãos dadas, as duas estavam esperando por resposta, assim como eu.

— A situação foi de extremo perigo e...

***



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