Capítulo 17

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Emily narrando

-Não, por favor, não... –Choramingando ao ver Miguel me puxar pelo braço.

Sabia que ele não ia deixar isso por menos e que mais uma vez iria me espancar, assim como fazia antes, só que bem pior já que descumpri com a sua ordem.

-Você não vale nada mesmo. É uma puta sem vergonha. –Esbravejou furioso.

Ele me puxou pelo cabelo, esquivando a minha cabeça para trás. Pus a mão em suas mãos para amenizar a dor do couro cabeludo. Doía demais.

-Não, Miguel. Não é nada disso. –Minto, tentando amenizar mais a minha dor.

-Você dormiu com ele? Dormiu Emily? –Indagou.

-Não, eu... –Balbucio e ele volta a bater na minha cara.

Foram exatamente seis tapas na cabeça, dois no ouvido e três chutes da minha perna. Quando eu abri os olhos, já estava no chão e ele em pé, dando outros golpes. Dessa vez seus chutes foram certeiros no meu estômago.

-Ahh... –Gritava de dor, pedi diversas vezes para que meu pai acordasse e interrompesse isso, mas nada.

-Você merece cada tapa, sua vadia mentirosa!

Miguel se agachou ao meu lado e pegou o meu pescoço e o apertou com tanto ódio que já não conseguia respirar direito.

-Você merece morrer. –Disse cuspindo as palavras no meu rosto.

Seus olhos estavam escuros e os mesmo demonstrava prazer no que fazia comigo. Comecei a bater as minhas mãos em seu peito, impedindo que ele me matasse.

-M-mi-guel. –Chamei-o com dificuldade.

Ao perceber que já não conseguia mais me debater ou implorar pela minha vida, ele soltou o meu pescoço. Bati a cabeça no chão e fiquei por alguns minutos recuperando o fôlego.

Comecei a tossir e pus a mão no pescoço, tentando diminuir a ardência no mesmo.

-E-eu gosto de você, Miguel. Não dele. –Minto tentando reverter à situação.

Ele ficou calado e voltou me puxar pelo braço. Seus olhos ficaram presos no meu, creio que ele tentava arranjar mais alguma desculpa para me bater.

-Oque? –Perguntou meio desnorteado.

Recuperei a postura, mesmo sentindo muita dor pelo meu corpo. Ergui mão a lentamente até a sua face, e mesmo ele me recusando, eu pus a mão em seu rosto quente e de inicio ele ficou rígido, em modo de ataque, mas depois fechou os olhos e relaxou os ombros.

-Eu gosto de você. Só de você. –Digo sentindo as lágrimas caindo pelo meu rosto. Fungo o nariz e tento controlar os meus tremores.

-Eu sempre soube. –Disse sorridente.

Engoli o meu orgulho e a minha dor, e continuei encenando. Essa era a única forma de sair viva do seu espancamento.

-Quem é Théo, então? –Perguntou abrindo os olhos.

Olhei para o chão e passei a mão na minha boca, senti o sangue escorrer um pouco dos meus lábios que foram feridos pela brutalidade do monstro do Miguel.

-É... –Tento arranjar uma desculpa.

Ele retirou a minha mão do seu rosto, me empurrando para longe dele.

-Você está mentindo para mim. –Alterou o tom.

Neguei com a cabeça e quando ele iria tentar novamente me agredir, me levantei colocando a mão na minha barriga.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now