Capítulo 16

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Emily narrando

Mamãe insistia em bater na porta, ordenando que eu abrisse. Ainda estava imóvel, sentada na cama abraçada com os meus joelhos, chorando. Queria poder acreditar que tudo isso era mentira, apenas mais um dos meus pesadelos ruins. MAS NÃO!

-Emily, se eu bater novamente nessa porta, eu juro que deixarei você de castigo por um ano. –Dizia furiosa. –Emily, está ouvindo?

Meus dentes batia um no outro, era como se eu estivesse com frio. Muito pelo contrário. Isso se chamava medo.

-Emily! –Insistia mamãe.

Levantei com as pernas trêmulas. Caminhei lentamente até a porta, pode parecer burrice, mas conhecendo a minha mãe eu sabia que ela iria cumprir com o que falava. E se eu ficasse de castigo nunca mais iria ver o Théo, e depois dessa noite, eu vou querer vê-lo o máximo possível.

Retirei a cadeira e empurrei à cômoda, dando acesso à porta, pus a mão na maçaneta e destranquei a mesma. E depois de alguns minutos, respirei fundo e abri a porta. Mamãe me puxou pelo braço me colocando em sua frente, seu semblante não estava dos melhores.

-Por que fez isso, Emily?

-Por quê? Ainda me pergunta? –Afronto-a.

Ela soltou o meu braço e pôs a mão na cabeça e a outra na cintura.

-Eu já disse para você que tudo esta sob-controle e não tem porque você se preocupar. –Garantiu.

-Você o trouxe de volta. Então não está sob-controle. –Argumento e ela me encara com frieza.

-Eu lhe dei a minha palavra, então pare de agir dessa maneira e se comporte. Não me faça passar vergonha. Seus tios e nem seu primo sabe oque realmente houve com você e eu espero que isso fique em sigilo, entendeu? –Disse de forma ríspida. –Entendeu Emily?

Concordei com a cabeça, enfurecida.

-Agora desça comigo com um sorriso no rosto e trate de receber o seu irmão bem. Nada aconteceu... coloque isso na sua cabeça.

-Você quer que eu aja bem ao lado dele? Depois de...

-Já chega. –Alterou o tom. –Se continuar assim vou coloca-la de castigo e nunca mais sairá de casa, entendeu?

Engoli em seco. Abaixei a cabeça.

-Eu não quero ficar de castigo. –Digo pensando no Théo e no quanto ele me faz feliz.

-Ótimo. Limpa o rosto e desça comigo. –Ordenou.

Fiz oque ela pediu, adentrei o meu banheiro e lavei o rosto, e logo desci com mamãe, emburrada.

Todos ainda estavam na sala, conversando como se nada tivesse acontecido. Eduardo não tirava os olhos da escada e quando eu desci ele aproximou a sua cadeira perto da escada, me olhando com atenção. Acho que ele via o quanto eu estava triste por ter que receber o monstro do Miguel.

-Filha. –Papai me chamou, se aproximando. –Vai ficar tudo bem. –Sussurrou no pé do meu ouvido. –Ele não vai fazer nada. –Garantiu.

Olhei para ele e acenei com a cabeça, sem acreditar muito no que dizia.

Miguel bebia uísque, seus olhos me guiavam a cada movimento que eu fazia. Sua namorada, a tal da Jade me analisava dos pés a cabeça, como se eu fosse um experimento. Fiquei perto do papai ou de Eduardo, calada.

-O jantar está servido. Vamos? –Chamou mamãe, sorridente.

Todos guiaram para a sala de jantar, eu caminhava ao lado de Eduardo, apoiando minha mão em seu ombro. Miguel se aproximou da gente e pairou a minha frente, bloqueando o meu caminho.

Obsessão PerigosaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora