Capítulo 54

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Emily narrando

Apesar de não saber para onde estava indo com o Sr. Ferraz, eu não estava com medo, pelo contrário sentia mais raiva por ele e mais vontade de socar a cara dele contra o vidro da janela. Algo dentro de mim dizia que nada me aconteceria, mas se acontecesse estaria preparada, mesmo que seja para dar uma barrigada nele. Dessa vez essa barriga de melancia tinha que servir para algo.

Olho pelo vidro escuro tentando de alguma forma descobrir para onde esse verme estaria me levando, mas pelo jeito andávamos por lugares que nunca tinha ido.

—Por que está fazendo isso? —Questiono olhando diretamente para ele.

Ele retira do paletó uma espécie de garrafinha, daquelas que Miguel tinha para colocar bebida alcoólica escondida. Bebe um pouco e depois me olha com desdém, e em seguida oferece a garrafinha para mim. Reviro os olhos e ele sorrir.

—Ah, o bebê... —Disse de forma irônica. Ele guardou a garrafinha e pôs a arma em cima da coxa, segurando-a.

—Diz logo! —Peço, sentindo meu coração bater mais rápido.

—Eu nunca gostei de você, sabia?

—Algo entre nós é recíproco —Respondo e ele vira-se para mim, me olhando atenciosamente.

—Mas, pela primeira vez, você pode me dar algo que foi me tirado.

Meu cérebro parece ter dado um nó para tentar entender o que esse miserável dizia, porém ainda assim não conseguia compreender. Mesmo depois de tudo o que ele me fez, que não foi pouco, ainda tem cara de pau de me pedir algo.

—Eu conheci o Miguel, seu irmão ou seria amante? —Começou.

Estremeço só de saber que os dois demônios se conheceram.

—Ele era muito parecido comigo. Sua ambição me dava tanto orgulho... como eu gostaria que Théo fosse assim, mas nem pra isso aquele imbecil presta!

—Claro que ele era parecido com você. Os dois são loucos de pedra.

Ele rir, de um jeito forçado.

—No entanto, ele me decepcionou quando matou o meu filho. O bebê que a puta da sua mãe esperava. —Falou com tanta amargura.

Minha mãe não é nenhuma puta, seu desgraçado! —Grito, furiosa. O bebê chutava, provavelmente, assustado.

Agora não, bebê atrevido.

—Então agora você a chama de ''mãe'', que evolução, não? Até ontem nem sequer conseguia olhar para ela sem sentir ódio pelo o abandono.

Mordo o meu lábio inferior, engolindo em seco.

—Isso não é da sua conta! —Digo. Cerro os punhos, furiosa.

—Verdade. Não me importo mais se você e sua mãe vão ficar bem de novo. Mas se eu fosse você, não a perdoaria. Ela não é uma boa mãe, até porque ela te largou por ganância...

—Você é um mentiroso. Acha que eu vou acreditar em você? —Indago.

Ele ficou em silêncio, mas seu olhar não estava em mim diretamente e sim na minha barriga. Seus olhos brilhavam e sua postura diante de mim era diferente. O que de fato ele queria?

Envolvo meus braços na minha barriga, imaginando que aquilo iria proteger o bebê atrevido que carrego.

—Passei esses últimos meses vigiando você, Emily. E sei que logo terá esse bebê, que por sinal é um menino, não é? —Aquele mesmo brilho nos olhos desapareceu em minutos. Ele me lembrava tanto o Miguel.

Obsessão PerigosaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ