Capítulo 47

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Miranda narrando

O trajeto todo eu só pensava em Emily e no que poderia estar acontecendo para Jade ter me ligado e confessado de uma vez onde eles estão. Por um lado admirei atitude dela, mas sei que se ela chegou a esse ponto é porque as coisas estão de mal a pior. Meu coração se aperta toda vez que imagino as maldades que o meu filho pode estar fazendo.

—Droga. —Balbucio enquanto dirigia.

Escuto pela milésima vez o meu celular tocar dentro da bolsa, penso em atender só que já sabia quem estava ligando. Oliver.

Esse rapaz acha que pode fazer o que bem quiser até mesmo exigir respostas de mim. Não sei o que Emily teve com ele, mas assim que eu salva-la vou leva-la para bem longe, provavelmente estará traumatizada e com toda certeza, mas ao meu lado passarei o máximo de confiança.

Ela é minha filha e não há espaço para mais uma mãe na vida dela, infelizmente a senhora Ferraz não pode participar da vida dela nessa altura do campeonato. Sinto muito por isso, mas ela é a minha filha. Eu a adotei quando ninguém mais a queria, e principalmente quando necessitava de um carinho de mãe.

Sinto as lágrimas escorrer dos meus olhos. Novamente estava chorando por tudo o que estava acontecendo. Um filho fora de si, praticamente louco e a minha filha sofrendo por culpa dele.

Finalmente chego em frente a casa onde Emily estava, pelo menos é isso que eu espero. Lembro-me vagamente de ter vindo aqui com Raul quando a compramos, há mais de quinze anos. Alugamos para alguns amigos, mas nunca vinhemos aqui. Por isso Miguel escolheu justo essa casa já que eu nem sequer cogitei a ideia de vir aqui.

Desço do carro e pego a minha bolsa. Estava chovendo e fazendo frio, pus as luvas de mão e segurei firme a minha bolsa. O celular parou de tocar, finalmente.

Antes de vir para cá deixei claro para a minha irmã que não queria que ninguém soubesse onde estava indo, mas se algo me acontecesse era para alertar a policia. Confio nela o suficiente para saber que ela não passaria o endereço, ainda mais sabendo da sede de vingança de Oliver contra Miguel.

Subo os degraus de madeira fazendo o mínimo barulho possível. Quase não se ouvia nada do lado de fora, mas logo escutei algumas vozes. Andei pela varanda da casa e por sorte encontrei a porta de correr aberta, e com cuidado entrei. Fiquei escondida ali esperando a hora certa de entrar e encarar de uma vez no que o meu filho se tornou. O filho que tanto amei.

—Não! Você matou o nosso pai sem nenhum...

A voz de Emily ecoou como um tiro dentro da minha cabeça me deixando perplexa.

Miguel matou o próprio pai?

O meu Raul...

Questiono-me em silêncio, assustada e sem acreditar no que acabara de ouvir. Cada vez ficava pior as acusações, as revelações, tudo me deixava mais apavorada ainda. Miguel é...

—Então me mata seu desgraçado. —Pede Emily, sem parecer se intimidar com Miguel.

A risada de Miguel se intensificava. Criei coragem e caminhei para a sala e lá o terror parecia não ter fim. Miguel estava em cima de Emily no sofá a sufocando com um sorriso no rosto como se aquilo fosse ótimo.

Meu coração saiu do peito e subiu pela garganta.

—Miguel. —Chamo-o com a voz fraca. —MIGUEL! —Dessa vez mais alta que o normal.

Ele imediatamente ergueu o olhar para mim, assim como Emily que parecia ter criado esperanças com a minha presença.

Meu olhar paira no corpo de Jade caído no chão perto da escada, a pobre coitada estava ensanguentada. Logo deduzi que aquilo fizesse parte das maldades de Miguel.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now