Capítulo 49

16.8K 1.5K 686
                                    

Só esclarecendo que no último capítulo o que ela ''sonhou'' aconteceu de verdade. Ela relembrou de uma das noites que ela passou com o indomável Miguel.

***

Emily narrando

Acordo após ter outro pesadelo só que dessa vez era com Jade e o seu bebê, nele ela o segurava pelos braços carinhosamente. Ela sorria feliz com a criança em seus braços, quando tentei me aproximar para ver a criança, não tinha nenhuma. Quando subi o olhar para encarar Jade e questionar sobre a criança, ela estava chorando. E de repente ela caiu no chão perto de mim, da mesma forma que parou no pé da escada.

Já faz uns três dias que estou no hospital, ontem mesmo encontrei mãe Miranda, ela estava carregada de tristeza. Não conseguia trocar uma palavra com ela, pra falar a verdade com ninguém. E continuo assim desde então. Não quero dizer algo imprudente e nem quero magoar ninguém, por isso decido me calar.

A enfermeira troca o meu soro por um novo e olha a medicação. Confere a dosagem e em seguida abre um sorriso para mim. Cuidadosamente se aproxima e balbucia algo sobre limpar o meu olho roxo.

Ela traz consigo uma bandeja com soro fisiológico e gaze, passa o liquido no pano e com cuidado e com o olhar preso aos meus, passa ao redor do meu olho.

—Logo vai desinchar... —Disse focada na sua tarefa.

Arthur estava ao meu lado, sentado na poltrona, me olhando atentamente. Ele está sabendo lidar melhor do que imaginei em relação ao meu silêncio, o mesmo respeita o meu espaço e não me toca e nem deixa outra pessoa tocar se não forem os médicos e enfermeiros.

—Tudo certo. —Disse após terminar de passar a gaze molhado a soro fisiológico. Ela abriu um sorriso confortante para mim. —Precisa de alguma coisa?

Nego com a cabeça, antes de sair ela olha para mim e depois para Arthur que faz um sinal positivo com a cabeça.

Ficamos a sós e o silêncio reinou na sala, mas foi interrompido assim que Bruno passou pela porta.

—Até que fim esses idiotas me deixou entrar. Você acredita lindinha? Fiquei dias tentando dizer que eu era da família, mas queria uma prova. Ah pelo amor de Deus! Faça-me favor. Vou provar minha mão na cara deles. —Disse de forma escandalosa e alegre como sempre.

Ele deixou sua mochila de lado e se aproximou da cama e com cuidado sentou-se em frente a mim. Ele olhava para a minha mão e pedia com o olhar a permissão de segurar.

Antes que ele a pegasse, puxei a para cima negando o seu pedido. Ele não ficou triste, pelo contrario, abriu um sorriso encantador.

—Tudo no seu tempo lindinha. E saiba que eu vou estar aqui para o que for. —Admitiu. —Eu trouxe um presentinho para você...

Ela desceu da cama e pegou a sua mochila, abriu e retirou de dentro um ursinho de pelúcia, pequeno e bonitinho. Segurando com as duas mãos, carinhosamente me entregou todo animado após eu aceitar seu presente.

—Sabia que ia gostar. —Disse confiante. Ele deu uma piscadinha para mim.

Arthur se levantou e ficou mais perto de mim e com os dedos hábeis passou no ursinho. Ele sorriu para mim, aquele mesmo sorriso que eu tanto gostava.

—Tem um nome para ele? —Indagou curioso.

Neguei com a cabeça. Olhei para Bruno pedindo a sua ajuda.

Lindinha. E não é ele, é ela. —Disse debochado.

Assenti e encarei o ursinho que antes seria um presente que ficaria admirando por horas, mas hoje nessas condições não significa mais nada para mim. Pus a ''lindinha'' na mesinha de canto perto da cama e me encolhi debaixo do lençol.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now