Aquela patricinha que você chamou de vadia na frente de toda a classe, ainda é virgem. O nerd que você ignora todos os dias, por ser estranho e calado, sofre abuso todas as noites do pai. Você sabe disso, mas não faz porcaria alguma a respeito.
A o...
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"We accept the love we think we deserve."
― Stephen Chbosky, The Perks of Being a Wallflower
Assim que pisou os pés na mansão dos O'Brien, Newt correu para o quarto de Chuck atrás do moreno. Estava desesperado para saber como Thomas estava e por que havia partido mais cedo da festa que tanto queria curtir, evitando sua companhia.
Deu de cara com Tommy enrolado feito um casulo no edredom e concluiu que ele estava dormindo após espiar os olhos do moreno serrados e respiração branda, num leve chiado. Deixaria a conversa para a manhã seguinte onde incorporaria Sherlock Holmes para desvendar os mistérios da after party. Tomou um rápido banho frio, vestiu uma camiseta qualquer e uma samba canção xadrez, apagando em seguida ao lado de Tommy.
Pela manhã quando Newt abriu os olhos a primeira coisa que fez, além de suspirar ao sentir um vazio estranho no peito, foi procurar pelo amigo ao seu lado na cama. Entrelaçou os braços nele, comprimindo o tórax malhado contra seu corpo e passou a dar pequenos beijinhos em volta do pescoço de Thomas, que acordou na mesma hora, se esquivando das caricias.
- Aqui não, Newt! – ele contestou levantando-se da cama.
- Algum problema, Tommy?
- Nada. Só estou de ressaca – falou saindo para o banheiro, deixando o loiro com a pulga atrás da orelha.
Newt sabia que alguma coisa estava errada e tinha a absoluta certeza de que ele era o motivo do comportamento estranho do amigo. O vazio no peito só aumentou com a rejeição e como a dor já era velha conhecida ali, resolveu ignorá-lo. Começou a fazer as malas para partirem de volta pra casa após o café da manhã, mantendo uma certa distância do moreno. Acordou Sonya, Chuck e depois juntou-se aos outros na área externa da casa.
Thomas preferiu ficar trancado no banheiro travando uma guerra em sua cabeça, estudando qual era a melhor hora e o melhor jeito para contar tudo que estava acontecendo a Newt. Ele queria falar a verdade. Ele desejava contar absolutamente tudo sobre o ex, embora a ferida aberta ontem a noite só aumentasse a cada minuto – Maldito filho da puta! – excomungou o safado. Só saiu do seu labirinto interno quase na hora de ir embora, e, no avião, preferiu sentar-se ao lado do irmão caçula. Sonya contava animada para Newt a noitada ao lado de Liam e revelou algumas fotos que havia feito do ator durante a noite deles na suíte de um luxuoso hotel.
Nas horas restantes de viagem, todos, com exceção de Sonya, que parecia possuída por um narrador de rodeio, permaneceram calados contemplando a vista do lado de fora da aeronave, ou dormindo, recarregando as baterias para a próxima semana. Na verdade 98% estava de ressaca.
- Sonya, posso te fazer uma pergunta? – Newt disse quase sussurrando, desviando o olhar de Thomas.
- Claro. O que você quiser! – ela respondeu sorrindo, charmosa como sempre.
