Aquela patricinha que você chamou de vadia na frente de toda a classe, ainda é virgem. O nerd que você ignora todos os dias, por ser estranho e calado, sofre abuso todas as noites do pai. Você sabe disso, mas não faz porcaria alguma a respeito.
A o...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
"Life is like the game Russian Roulette. It's a game of chance & you just pull the trigger & and hope you past the test of chance... "- JoJo(paper heart)
Point of View of Brenda Salazar
Acordei cedo. Era sexta-feira. Todos os adolescentes do mundo tem infinitos motivos para amar as sextas e vésperas de feriado; festas, cinema, baladinhas, encher a cara até ganhar um coma alcoólico, sexo, sexo, sexo, amigos exalando uma fome de diversão sem fim, acidentes automobilísticos em potencial e mais sexo. Eu não tinha plano algum. As Always.
Desde que Newt partiu, parece que tudo perdeu o sentido, sabe? Nada mais tem a mesma graça de quando ele ainda estava em Nova Iorque. Lembro-me de passar os finais de semana na companhia dele. Mesmo sem grana, a gente sempre dava um jeito de se divertir. Descobrimos uma vez que o projetista do Cine Brooklin morava no nosso bairro. Puxamos papo com o rapaz de vinte e tantos anos e a partir daquele dia ele sempre deixava a porta lateral do cinema aberta na sessão das 17 horas para que pudéssemos assistir aos lançamentos de Hollywood. Lógico que Newtie não concordava muito com aquilo, mas o loiro de TPM parava de reclamar assim que os X-Men ou Tony Stark apareciam na tela.
Ficávamos até tarde na rua, sentados em um banco qualquer no Central Park, apenas observando as pessoas na calçada e em seus carros chiques. Eu me questionava se algum dia na vida teria a oportunidade de andar com elas ou frequentar os mesmo lugares que as meninas mimadinhas que cruzavam por nós, sempre de nariz empinado e roupinhas tão caras que eu nunca teria. Newt tratava de me deixava pra cima, dizendo que eu era muito melhor que elas e que nossa vida um dia iria mudar.
Pois é. Mudou...
Quando penso nisso, meu peito dói. Dói de saudades dessas coisas simples. Dói o fato de não ter mais meu melhor amigo do lado. Faz tempo que mantenho um monólogo com ele por e-mail. Sangster está bravo comigo desde que contei ao Thomas sobre seu sonho. Não fiz por maldade. Tom estava sofrendo, achando que Newt tinha partido por sua causa. De um lado ganhei a confiança de O'Brien e sua família, que tem sido verdadeiros anjos em minha vida, principalmente na dos meus pais. Do outro, perdi Newt, e isso é algo que eu nunca vou me perdoar.
Mesmo com o coração apertado, resolvo me trocar e seguir para a escola. Não tomo café da manhã. Na verdade nem tenho tempo pra isso. Ouço uma buzina irritante na porta da minha casa. Eu sei quem é e solto um riso quando afasto a cortina da janela e espio Thomas saltando da sua Pick Up.
- Anda logo! – ele bate afobado na porta de casa. Parece que vai derrubá-la. Abro-a num solavanco, fazendo o moreno despencar nos meus pés. Ele é tão ansioso.
- Bom dia pra você também. – resmungo – Não dormimos juntos para pular a cordialidade.
Ele se levanta, ajeitando os cabelos. Seus olhos estão opacos e Tom ostenta duas bolsas roxas abaixo deles. Parece que chorou a noite toda.
