"...você não faz o tipo dela..."

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Twitter: ISBB5H


Narração: Lauren

Miami – Lincoln's Beerhouse – 18:10

Dinah me olhava com um discreto sorriso no canto da boca e Ally mantinha-se inexpressiva. Meus dedos batiam contra o fino vidro da taça presa entre as minhas mãos. Permiti que as lembranças dessa manhã tomassem conta dos meus pensamentos e não evitei o sorriso que cresceu em meu rosto.

Flashback da manhã do dia de hoje:

Meus olhos estavam fechados, mas eu já podia perceber a forte claridade e praguejei em silêncio por não ter me lembrado de fechar as cortinas do quarto. Tentei ajeitar minha cabeça em uma posição mais confortável quando comecei a perceber que aquele não era o meu travesseiro. E nem a minha cama.

Ouvi duas batidas vindas de algum lugar muito próximo e abri meus olhos, ainda muito confusa.

– Bom dia! – Essa voz, esse rosto... Normani. Do outro lado do vidro. Espera... Vidro? O meu carro? O que estou...

– Porra! – Meu grito fez com que Camila despertasse no banco do passageiro ao meu lado. Lentamente a menor abriu seus olhos e esticou os braços ainda alheia a atual situação. Ela olhou para os lados, para cima e para baixo como se avaliasse o local onde se encontrava e por último notou a presença de Normani do lado de fora do carro.

– Puta merda! – A menor deu um salto no banco e tentou abrir a porta com certo desespero. Destravei as portas e ela saltou mais uma vez, agora em direção à garagem. – Eu não acredito nisso! – Camila deu a volta no veículo e encontrou com sua amiga que lhe estendia uma toalha de banho amarela com uma das mãos e segurava uma xícara com a outra.

– Você tem trinta minutos antes de estar oficialmente atrasada para o trabalho. – A morena disse fazendo com que Camila puxasse a toalha felpuda e corresse para dentro de casa sem se importar com a minha presença. – E você... – Ela me encarava com uma expressão misteriosa. Seu cabelo estava úmido e a luz do Sol fazia com que o tom de azul em seus cachos brilhasse intenso na minha direção. – Não acredito que vocês passaram a noite no carro. Que coisa mais patética... – Seu sorriso, porém, entregava o tom brincalhão de sempre. – Quer café? – Ela ofereceu.

– HAMILTON! – A voz de Camila ecoou através da casa chegando até o lado de fora da casa e penetrando nossos ouvidos. Era assustador, mas eu podia dizer que esse não era um grito de pavor e sim de pura fúria.

– O que... – Comecei a dizer, mas fui interrompida pela morena.

– Fica fria, isso já estava previsto. – Ela disse aparentemente muito calma. – Talvez eu tenha... Bem... Talvez eu tenha me esquecido de pagar a última conta de luz e isso quer dizer que estamos momentaneamente sem energia elétrica. Por isso a água do chuveiro está bem, bem gelada.

– E eu imagino que a Camila não seja fã de banhos gelados.

– Não em casa... Ela diz que já tem contato suficiente com água gelada no trabalho e que em casa é o único lugar onde pode tomar um banho quente e relaxante.

– Entendo... – Quer dizer, faz todo o sentido.

Alguns minutos se passaram e notei que Normani estava estranhamente quieta. Era quase como ela esperasse...

– NORMANI HAMILTON! – Um novo grito de Camila vindo de algum outro lugar de dentro da casa chamou nossa atenção. Olhei para a morena que mantinha a mesma máscara de serenidade.

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