"...guardar com a vida..."

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Twitter: ISBB5H

(N/A: Oi. Não quero falar demais porque sei que farei isso no epílogo [que virá muito em breve] para agradecê-los por terem acompanhado, divulgado e feito tanto pela fic. Vocês são incríveis e eu sou muito muito muito grata por cada curtida e comentário. Nos vemos em breve. Prometo não demorar.)

Narração: Camila

Flórida – 10:00 – Dias atuais

– Quis evitar as estradas cheias e voltar o quanto antes para você. – Mesmo depois de tanto tempo sua voz e palavras ainda me afetavam com intensidade. – Não sabe ainda? Eu sempre sinto a sua falta, Camzi.

Aproximou-se devagar mantendo os braços estendidos em minha direção. Nossa trilha sonora oficial, o mesmo som que tendia a nos embalar através dos anos, ainda tocava alto há certa distância. O barulho das ondas que chegavam após longa viagem. Respirei contente quando me percebi em seus braços. Acolhida pelo corpo que transpirava amor por todos os poros, tal qual o meu próprio. Por ela. Sempre por ela. – Nos vimos há poucas horas, Lauren.

– E eu senti mesmo assim.

[...]

6 anos antes

Narração: Camila

Miami – Hospital – 02:25

Em algum momento da sua vida alguém lhe segurará as mãos e dirá olhando em seus olhos que o tempo tem o poder de curar as coisas e que essa mesma vida não desacelera diante das suas necessidades. Dirão-lhe que a fé encerra distâncias e que a males que vem para o bem. Dirão ainda que é preciso conversar sobre tudo para não adoecer e uma porção de outras coisas mais, mas em meio a todas elas é provável que não exista ninguém que lhe diga por quê. E ainda mais importante, como.

Por um depressivo em mudo desespero, um viciado em necessidade, um doente à beira do precipício, um irmão incompreendido e uma alma solitária. Por mim e qualquer outro eu declaro abertamente a inutilidade de todas as meias receitas.

Minhas pernas cambaleavam, trocavam-se vez ou outra enquanto Lauren e eu fazíamos um estranho caminho por entre os corredores, escadas e elevadores do hospital. Eu não saberia dizer como havia chegado até ali, mas a mão quente fortemente entrelaçada a minha dizia-me tudo sobre o caso. Evitava olhar para os lados e em tom muito baixo desculpava-me com as pessoas nas quais esbarrávamos.

As lâmpadas, como sempre, refletidas naquele piso extremamente claro, dando a impressão de caminharmos em um pedaço do céu. Ou assim o céu deveria ser se eu pudesse sugerir. Deixei que minha mente viajasse através daquele emaranhado de "nada" até meu corpo cessar movimento em uma região até então desconhecida do hospital. Desconhecida para mim, mas não para Lauren. Pelos relatos dos quais me lembrava ela havia aguardado em local semelhante no tempo em que sofri meu acidente.

A sala era pequena. Guardava uma série de poltronas acolchoadas que formavam um quadrado. Por um instante perguntei-me sobre a necessidade das mesmas, pois nesta e para qualquer outra sala que eu olhasse, as pessoas se punham de pé em suas expressões mais vazias e entristecidas. Foi dessa mesma forma que encontrei Veronica e Alejandro. Os dois sobre seus pés, afastados, distantes. O homem observando a janela e coçando o próprio rosto. A mulher fitando-me com atenção.

Foi a única a se aproximar. Com os olhos rasos pelas lágrimas que não se derramavam e a voz rouca pela garganta seca, disse. – Eles estão tentando.

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⏰ Last updated: Apr 14, 2017 ⏰

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