"...quem é Lauren Jauregui..."

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Twitter: ISBB5H


Narração: Lauren

Coconut's Cup – Miami – 16:40

Um toque inesperado.

O beijo de Camila.

O sabor que eu tanto desejei provar, os lábios que se uniam aos meus pela segunda vez desde que nos conhecemos e a sensação de tê-la novamente tão próxima a mim. Tê-la assim tão entregue me causava uma desordem nos pensamentos e a perda de lucidez, mas isso não era ruim. Era um novo vício que eu queria alimentar. Todo tipo de atração que a menor promovia tornava-se objeto de uma pequena obsessão para o meu coração e para a minha pele.

A maciez dos seus lábios contra os meus, sem moverem-se um milímetro, apenas fixos nos meus provocava nada menos que combustão no restante do meu corpo e não duvidaria se alguém me dissesse que eu estava em chamas. Seu hálito doce e quente entrava através da minha boca e eu me sentia cheia. Cheia de ar, cheia de vida. Completa.

Prendi seu lábio inferior entre os meus e pressionei levemente apenas para provar um pouco mais do gosto de Camila e senti quando suas mãos apertaram minha cintura em resposta. Começamos um deslizar suave entre nossas bocas, sem pressa, sem malícia enquanto esperava pela muda permissão da pequena que veio sem demora ao consentir a passagem da minha língua.

Me preparei mentalmente para o que viria a seguir e ansiosa para aprofundar nosso beijo posicionei uma mão na base de suas costas ao mesmo tempo em que a outra passeava mais acima, em sua nuca, subindo em direção aos cabelos para que eu pudesse segurá-la com mais firmeza.

O ar fresco da praia. O Sol, acovardado atrás das grandes nuvens que desenhavam o céu de Miami, fazia com que o azul do mar não reluzisse como de costume, mas que ficasse acinzentado. O barulho das ondas se quebrando ao longe e o canto dos pássaros que enfeitavam as árvores ao redor da orla. O cenário quase poético e o corpo da latina colado ao meu... O momento seria perfeito se eu não começasse a sentir as malditas lágrimas escorrendo por seu rosto impecável.

– Camila... – Me afastei aos poucos quebrando aquele que certamente seria o melhor beijo da minha vida e encostei minha testa na sua. A pequena tinha os olhos fechados e eu esperava desejosa que ela os abrisse novamente.

Sem tirar a mão de trás do seu corpo, usei a outra para enxugar a umidade em uma de suas bochechas e ao voltar a fitá-la fui surpreendida pelos meus castanhos preferidos. Eram intensos e brilhantes. Únicos e preciosos. Quando Camila me olhava tão de perto eu poderia jurar que ela enxergava através do meu corpo, e esse sentimento era magnífico.

Tomando como base os últimos dias e a postura esquiva que a latina assumia quando conversava comigo esperei que ela fosse se afastar por completo de mim e se mostrasse arrependida ou confusa, mas os segundos continuavam a passar e ela permanecia ali, em meus braços, somente me olhando. Suas lágrimas pararam de cair e os olhos foram se secando.

– Pequena... – Eu disse quebrando o silêncio extremamente confortável. – O que aconteceu? – Nada, nem mesmo o beijo era mais importante do que aquilo que teria provocado o seu descontentamento.

Camila buscou pela minha mão que ainda acariciava seu rosto, entrelaçou nossos dedos e lentamente me puxou até uma das mesas do quiosque. Sentou-se em uma cadeira e eu coloquei a outra quase grudada na sua frente, para que pudéssemos conversar mais intimamente. A proximidade dos assentos fez com que nossas pernas ficassem enroscadas, mas essa era uma vivência prazerosa. O tecido fino da minha calça social e a pele exposta das pernas bronzeadas. O contraste era nítido. Éramos tão diferentes naquele momento.

Guarda VidasWhere stories live. Discover now