Profecias

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Nada de novo aconteceu desde o momento em que beijei Dulce pela primeira vez, mas depois disso ficou complicado me aproximar dela e não poder abraça-la e beijá-la. Agora estou indo encontra-la para irmos à cabana e tenho certeza que algo novo ira acontecer. Ontem, antes do jantar, Dulce me procurou rapidamente, para me entregar um bilhete de Ba, que dizia:

"Dulce, já sei que levou Padre Aurélio até a cabana e gostaria que o levasse até lá amanhã, na hora do retiro. Gostaria de falar com os dois. Com carinho, Ba."

Barbara com certeza era uma bruxa. Que eu saiba, Dulce não a encontrou depois que voltamos da cabana, mas ela sabia que estivemos lá... Tudo é tão confuso e ao mesmo tempo tão insignificante comparado com a felicidade que sinto...

A colina tinha freiras e alguns poucos padres, espalhados por todo canto, mas poucos se aproximavam de onde nos encontrávamos, pois era muito próximo da mata e todos temiam entrar dentro dela..., ou quase todos. Me aproximei do nosso ponto de encontro, dessa vez, junto com Galheta e lá estava Dulce, sentada na pedra, distraída, olhando o céu... Quando cheguei mais perto, percebi que estava de olhos fechados, apenas sentindo a luz do Sol no rosto.

- Galheta, fica. - ele obedeceu e o deixei atrás da pedra.

Percebendo que não havia ninguém perto, me aproximei e lhe roubei um selinho.

- Oh, Deus! - ela se assustou e dei risada.

- Desculpe-me, pelo susto. - me desculpei rindo, mas ela logo se levantou para me bater.

- Não faça isso! - me deu algumas tapas, até que consegui segurar suas mãos.

- Desculpe-me, Dulce. Você estava tão linda que não resisti... - ela se acalmou.

- Não importa, não faça mais isto, assustou-me de verdade. - reclamou com cara de brava e a abracei.

- Como você é marrenta!

- Marrenta? O que é isso? - ela me olhou confusa.

- Hum..., bem acho que era como meus amigos chamavam meninas que ficam bravas por tudo, como você... - ela fez careta.

- E você é sempre o bonzinho da história... - dei risada.

- Por isso que se apaixonou por mim... - aproximei nossos rostos e ela deu um pequeno sorriso.

- Pare de falar tontices... - me beijou a bochecha, segurou minha mão e seguiu para a trilha. - Já estamos atrasados.

- Que garota difícil... - sussurrei.

- Como? - perguntou confusa e me parou.

- Que trilha difícil, eu disse... - desconversei. - Mas antes de irmos... Trouxe um amigo.

- Amigo? Esta ficando louco? Como pode trazer alguém aqui e fazer...

- Hey, acalme-se! - a interrompi. - Galheta!! - o chamei antes que ela me batesse de verdade.

- Galheta? - questionou incrédula, mas o cachorro logo apareceu correndo.

- Sim, este é o Galheta... - o peguei no colo e ela finalmente sorriu.

- Por Deus, não sabe o susto que me deu... - se aproximou e acariciou Galheta, que logo quis ir para os braços de Dulce. - Que bichinho lindo você é, Galheta, vou te apresentar uma amiga, mas ela é bem maior que você.

Sor Maria - O Espelho I (Sem Revisão)Where stories live. Discover now