Apaixonada e sem remédio

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Estávamos abraçados, após Alfonso dizer que me levaria daquele lugar, para que pudéssemos viver juntos e felizes, quando senti minha peruca soltar e com o peso do véu, começar a sair. Distanciei-me e segurei com a mão, parecendo louca.

- Ok... - sai o empurrando. -Continuamos essa conversa já, mas agora, espere-me na sala...

- O que houve? - questionou confuso.

- Tenho um pequeno problema e preciso tirar o véu... Agora vá. - pedi.

- Deixe-me vê-la sem o véu? - pediu parado na porta.

- Alfonso...! - implorei para que se fosse. Isso era pecado de mais para uma noviça.

- Como quer que te leve do monastério se não me deixa vê-la sem véu? - questionou e deu uma pequena risada. Infelizmente, ele tinha razão, acho que esse tempo no convento acabou fazendo-me esquecer de como era bom deixar meu cabelos soltos e ser admirada por isso... Acorde Dulce Maria! Você não vai ser admirada por qualquer um. Tudo indica que estas de frente para o homem de tua vida, não sejas tola!

- Por que sempre consegue tudo de mim? - questionei e voltei ao centro do quarto, de frente para um espelho. Ele seguiu-me rindo e sentou-se de frente ao espelho e atrás de mim.

- Não te forcei a nada. - revirei os olhos começando a tirar o véu.

- Aparentemente, não... - tirei o véu e fui soltando o cabelo da peruca aos poucos, tentando não mira-lo, para não ficar envergonhada. - Aproveitarei para trocar por uma menor, antes que as freiras queiram cortar meu cabelo.

- Como faz para que elas não decidam corta-lo de repente?

- Ba se encarregou de esclarecer que apenas ela pode tocar em meu cabelo. - expliquei penteando meu cabelo, que já chegava até a cintura.

- Entendi... - o vi se levantando e vindo até mim, o que fez meu coração parar na garganta. - Não sabes o quanto é linda, Dulce... - rodeou o braço por minha cintura e penteou meus cabelos com os dedos, para o lado aposto ao que estava seu rosto.

- Sou apenas uma menina como qualquer outra... - respondi tentando controlar as borboletas em minha barriga.

- Não... Você é mais que isso, você é a mulher que fez meu coração viver e ser feliz novamente. - Beijou-me a bochecha e pela primeira vez, senti vontade de beija-lo sem que nenhuma culpa caísse sobre mim, como se fosse o mais certo a se fazer.

Virei-me, encarando seus olhos cor-de-mel vivos, acariciei seu rosto, trazendo seus lábios ao encontro aos meus e o beijei. Alfonso rodeou minha cintura, abraçando-me, juntando nossos corpos e conduzindo todo o resto. Aquilo se tornou algo intenso e ao mesmo tempo doce. Doce até mesmo no momento que separou nossos lábios, mordeu-me levemente o lábio inferior e voltou a beijar-me, até que perdêssemos o fôlego.

- Amo você, Dulce Maria. - disse após separar nossos lábios, ainda de olhos semifechados. Eu não sabia muito como reagir. Ele já havia afirmado que sentia amor por mim, mas ainda não havia dito que me amava com todas as letras.

- O que disse? - perguntei mirando-o, um tanto boquiaberta. Ele olhou-me, respirou fundo e repetiu.

- Que eu a amo e não tenho mais nenhuma duvida disso. - disse acariciando meu rosto e não pude controlar um sorriso.

- Eu também te amo Alfonso, como nunca imaginei poder amar alguém. - ele sorriu e começou a me dar vários beijos. E em meio a beijos e risos, Galheta começou a latir, chamando atenção.

Sor Maria - O Espelho I (Sem Revisão)Where stories live. Discover now