Cartas de Alforria

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Já estamos esperando há quase uma semana, para invadirmos o escritório de Padre Pedro e de Madre pacifica. Alfonso não sabe ainda o que iremos fazer, esta bem preocupado, mas ajudando no que pode. Estávamos esse tempo todo esperando, pois Alfonso descobriu que Padre Pedro iria viajar com Madre Pacifica a Santa Isabel, para acertar alguns detalhes sobre as noviças.

Eles viajaram ontem, sendo assim agiremos o mais rápido possível. Pedi que Anahí avisasse a Alfonso para me encontrar no jardim, de onde eu não poderia sair e fugir de meus afazeres.

- Lindas flores, Sor Maria. - virei-me rapidamente. Alfonso chegou me dando um susto, mas um susto bom, que te causa frio na barriga e felicidade incontrolável. Vi que Anahí estava nos olhando e também vigiando as outras irmãs.

- Obrigada, Padre! - sai andando, até o lado das plantas maiores, onde não havia ninguém e ele me seguiu. Anahí nos se aproximou, mas não muito, apenas o suficiente para que percebessem que nós dois não estávamos sozinhos.

- E então o que tinha para me falar? - questionou curioso.

- Precisaremos de sua ajuda, quanto a aquele assunto, hoje. - sua expressão logo se tornou de preocupação.

- Hoje, Dulce? Tem certeza? - falou baixo.

- Sor Maria... - o corrigi tão baixo, quanto. Não era seguro. - O quanto antes fizermos, mas rápido passara esta aflição. Por favor?

- É bom que valha a pena... Sor Maria. - disse fazendo careta, o que me fez querer rir.

- Vai valer... - olhei para os lados e vendo que não havia ninguém, lhe roubei um rápido beijo.

- Acho que vou resisti a essa história mais um pouco... - me puxou para seus braços e por pouco o beijei, mas não era hora, alguém poderia aparecer.

- Não... - afastei-me. - Não adianta resistir, mas se me ajudar, te darei esta recompensa.

- Aah! Então quer dizer que agora só me beijara, se eu fizer o que queres? - ele parecia indignado, o que o deixava mais bonito.

- Talvez... - dei de ombros e ele suspirou vencido.

- Ok! O que tenho que fazer?

- Só precisa distrair Padre Francisco. Depois do almoço, não o deixe sair do refeitório e passar perto dos escritórios. - expliquei.

- Tudo bem, mas você vai ter que dar um jeito de me encontrar depois, para me explicar tudo isso. Ok? - impôs.

- Sem problemas, meu senhor. - lhe fiz um reverencia e ele sorriu.

- Já vou indo... - segurou meu rosto e beijou-me a testa. - E tome cuidado.

- Não se preocupe...

Ele parou em Anahí por um instante e o ouvi falar algo como: tomem cuidado, cuide-se e cuide dela.

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Anahí não foi almoçar, o que significava que tudo corria bem. Como o combinado, ela fingiria passar mal, almoçaria na enfermaria e pediria para ir para o quarto antes do fim de nosso almoço. Eu também pedirei para sair mais cedo e a encontrarei. Aproveitaremos que o convento estará vazio e pegaremos nossas cartas de alforria.

- Sor Tereza... - chamei a responsável, agora que Madre Pacifica havia viajado. Ela estava na mesa vizinha.

- Diga Sor Maria.

Sor Maria - O Espelho I (Sem Revisão)Where stories live. Discover now