Cap. 9 - Hi, serial killer

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"Não acredito que estou mesmo me tornando uma dessas garotas que se derrete por um garoto. Odeio tanto isso."

(Métrica, Colleen Hoover)

Sua voz definitivamente era a única que não deveria estar ali naquele momento. Eu estava suja de picolé, agachada, molhada, cheia de areia e de biquíni! Como sempre vemos nos filmes, não há nada que não possa piorar.

Me virei para olhá-lo. Ele tinha, além de cabelos lisos e olhos castanhos (levemente dourados, é claro), um sorriso maravilhoso. Podia ser mais previsível?

- Oi – gaguejei. – Não, obrigada.

Ele deu uma pequena risada. Senti meu rosto enrubescer.

- Você está suja de chocolate.

Sério?

- Eu sei - falei rispidamente e olhei para minha barriga. Eu estava com dobrinhas! Por que não levantei ainda?

- No seu rosto também – a voz mais linda do mundo disse.

Fiquei com vontade de chorar nessa hora, mas eu comecei a rir. Sempre odiei aqueles filmes em que as garotas ficam sem graça ao ver um garoto e ele fica se achando o tal. Ele não parecia ser assim, mas me repreendi por ser tão idiota.

- Espera um minutinho – falei e comecei a andar em direção ao mar. – Já volto.

A água estava congelando, mas eu não podia demonstrar fraqueza. Fui caminhando até que a água atingisse minha cintura. Mergulhei e passei as mãos pelo meu corpo para me limpar. Saí cambaleando por causa das ondas e vi o menino dos olhos dourados segurar o riso.

Eu não podia acreditar que estava mesmo nessa situação.

- Prontinho! – Falei enquanto Eduardo passava as mãos pelo cabelo castanho e ria. - Você precisa prometer que jamais mencionará esse momento constrangedor a alguém.

- Não sei se posso fazer isso – ele colocou as mãos no peito para dramatizar sua fala. Sua blusa branca estava meio suja de areia.

- Ah, você sabe – apontei para sua mão direita. - Erga sua mão. Você VAI ter que fazer isso. Não é uma opção, eu posso te matar se quiser. - Ele fez uma cara engraçada. - Repita minhas palavras. Eu, Eduardo...

O que eu estava fazendo? Eu estava tão nervosa que o ameacei e o obriguei a fazer um juramento estranho? Agora eu tinha que continuar...

- Como você sabe meu nome?

AI MEU SENHOR. Por que eu tinha que falar de mais? Eu estava aprendendo a controlar isso nas últimas semanas! Já fazia um tempo que eu não pagava micos... estava indo tão bem! Senti meu rosto corar violentamente.

- Eu... eu... imaginei! Você t-tem cara de E-Eduardo. Eduardo é um bom nome, não acha? Bom nome para boas pessoas.

- Então sou uma boa pessoa? - Ele deu um sorriso de lado.

NÃO. Quer dizer... sim. MAS NÃO!

- Ah... Não sei – respondi, - você é?

- Talvez. – Ele arqueou uma das sobrancelhas. - Isso depende do seu conceito. O que acha?

Eu deveria revelar minhas análises? É claro já o havia analisado há muito tempo, quando descobri que ele era primo da Paula... ou talvez tenha sido no restaurante. Porém estava meio nervosa porque ele estava me encarando e ele poderia ser um serial killer que estava me perseguindo há dias e se aproximando de pessoas próximas de mim para me matar quando tivesse a oportunidade.

Corações EscondidosWhere stories live. Discover now