Cap. 16 - First dance

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"We're fools whether we dance or not, so we might as well dance".

(Japanese proverb)

Quando Eduardo e eu chegamos no hotel, um dos coordenadores nos xingou e disse que deveríamos ter responsabilidade suficiente para cumprir uma simples programação. Vocês deveriam ser mais maduros! Não têm mais doze anos! Tem pessoas trabalhando aqui com a idade de vocês. A equipe deles também tinha falhado, porém preferimos não contestar nada. Sabíamos que deveríamos ter voltado assim que acordamos na praia. Mais uma festa perdida.

Eduardo se despediu com um sorriso e fui para meu quarto. Laís, Paula, Elisa e Bia estavam deitadas em suas camas descansando. Elas acordaram assim que fechei a porta, como se estivessem me aguardando.

Minha cama ficou cheia de mentes curiosas. Eu tive que narrar tudo que havia acontecido detalhadamente, desde que acordamos até o sorriso de despedida. Fiquei impressionada ao ver o quanto eu já confiava naquelas pessoas que estavam ao meu redor.

- Rafael! – Bia colocou a mão na boca e eu ri com sua fala. "Rafael" já era sua expressão de surpresa. - Vocês têm que se casar! Eu ainda não acredito que ele nunca beijou – Bia fez uma cara de surpresa, indignação e desconfiança ao mesmo tempo. - Já acho difícil acreditar que ele é virgem.

- Ok – Laís falou depois de uma longa discussão sobre o que eu havia contado –, chega dessa conversa. Daqui a pouco temos um show para ir. Então, vamos descansar, arrumar... sei lá. Vamos deixar a Manu refletir um pouco.

Eu amo essa Laís.

~~~~♥~~~~

A banda estava tocando a segunda música da noite e a maior parte dos alunos já estava coberta de suor. Muitas pessoas estavam dançando como se fosse o último dia de suas vidas monótonas, outras preocupavam-se em ingerir uma quantidade absurda de álcool.

Laís era a única que estava sentada ao meu lado, mexendo no celular para se distrair. Uma poltrona vermelha e macia nos acomodava. Procurei Elisa na multidão cercada por paredes escuras, mas era impossível encontrá-la. Diversos tipos de luzes piscavam e giravam, anestesiando a minha visão a cada cinco minutos.

Eu havia trazido um livro para ler se ficasse entediada, mas as luzes não permitiam. Oliver e Hadley teriam que esperar.

- Uma dança? - Ouvi alguém questionar a garota de cabelos cinzas ao meu lado.

- Talvez – Laís retirou os olhos da tela do celular e ergueu a cabeça na direção da voz. - Você se importa se eu for um desastre total?

- Definitivamente não.

- Bom... - ela encarou o garoto ruivo – então, não. Eu queria que você se importasse, aí eu poderia irritar alguém essa noite.

O garoto ficou pasmo. Mil emoções passaram pelo seu rosto e eu senti pena, mas tive que me segurar para não rir. Ele abriu e fechou a boca, virando-se e saindo logo depois.

- Você não tem compaixão? - Perguntei-a.

- Claro que sim! Mas ele não merecia! Aposto que ele é do tipo "sou incrível e todas me querem" - ela estreitou os olhos. - Aquele olhar de convencido o denunciou.

- Concordo plenamente.

- E é por isso que eu te amo.

Vi Eduardo se aproximar e Laís sorrir ao meu lado. Senti meu celular vibrar e o verifiquei rapidamente. Era uma mensagem... da Laís.

Esse aí tá aprovado.

- Oi Manu. Oi Laís.

- Ei Eduardo – Laís apontou para um puff ao nosso lado. - Senta aí.

Corações EscondidosWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu