"A questão é que temos muito poucas chances de consertar algo, de fazer as coisas ficarem certas. Quando uma dessas oportunidades aparece, não se pode ficar pensando demais. É preciso segurá-la e agarrar-se a ela com toda força, por mais paf paf que ela possa parecer."
Suzy e as águas-vivas
Era sexta-feira. Caio me recebeu com um grande abraço quando eu cheguei e agora estávamos brincando com alguns brinquedos do Toy Story.
- Eu quero ir no banheiro, Manu – ele falou, curvando as sobrancelhas.
- Tudo bem – deixei a Jessy no chão. – Mas por que essa cara?
- Eu tava pensando... – ele colocou uma das suas mãozinhas cheinhas no rosto. – Você não tem filho?
- Não – eu sorri. – Você não me acha muito nova?
Ele arqueou as sobrancelhas e fez um "o" com a boca.
- MAS VOCÊ TÁ SEM MARIDO?
- Sim – eu ri.
Ele continuou surpreso, mas fez uma cara pensativa novamente.
- Então você vai se casar e aí você vai ganhar um marido?
- Sim... algum dia.
- Então vamos no banheiro.
Levei-o no banheiro, o que envolvia principalmente ajudá-lo a lavar as mãos. Em seguida, preparei strogonoff pela terceira vez na semana, provando que eu precisava investir nas minhas habilidades culinárias, e comi junto com Caio.
- O anivesário do Du já tá chegando – ele abriu a boca para que eu enfiasse um aviãozinho.
- Que dia é?
- Num sei, mais a mamãe disse que o Du não quis festa. Eu queria festa e falei pá ele fazê uma festa, mais ele não quis.
Terminamos de comer, embora Caio tivesse desistido de terminar a refeição quando ainda estava na metade. Coloquei Masha e o Urso para ele assistir e fui lavar as vasilhas. Ouvi alguém abrir a porta.
- Oi, Manu – Eduardo entrou.
- Oi – falei.
- Preciso fazer uma pesquisa com alguém – ele colocou sua mochila na mesa. - Algumas perguntas... Você aceita?
- Sobre o quê?
- Coisas relacionadas à saúde mental.
- Tudo bem...
- Vamos nos sentar – sentamo-nos de frente. - Em primeiro lugar, qual é o seu nome completo? – Ele falou, colocando algumas coisas sobre a mesa e fazendo anotações.
- Emanuelle Branco Mouras
- Ok – ele anotou. – E não se preocupe, sua identidade não será revelada e nem mesmo o que você compartilhar diretamente. A única coisa que eu vou mostrar serão as minhas conclusões e a relação delas com o que estou estudando.
Assenti.
- Diga três coisas que te fazem feliz.
- Chocolate, minha família e livros.
- Três coisas que você odeia.
- Segundas-feiras, ladrões de livros e jiló.
- Pode me dizer um momento que marcou sua vida?
- Perguntas um pouco profundas – eu sorri. Era difícil simplesmente despejar informações importantes sobre a minha vida.
- Talvez se eu responder também você se sentirá mais confortável – Eduardo me olhou compreensivamente. - O que acha?
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Corações Escondidos
RomanceManu tem 18 anos e nunca foi beijada. Mas esse não é seu maior problema. Para ela, todos estão perdidos, porém fingem não estar. Não é verdade? Estampamos sorrisos falsos e compartilhamos momentos inexistentes... como bonecos de plástico. Ela sempr...