Cap. 22 - The other side

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  "Nem sempre podemos enxergar o que os outros não querem que a gente veja. Principalmente quando se esforçam tanto para esconder."  

Por Lugares Incríveis, Jennifer Niven.

EDUARDO

A primeira vez que eu vi Emanuelle foi na formatura da minha irmã. Ela tinha um olhar distante, como se estivesse só parcialmente presente. Quando a chamaram para receber o diploma, ela pareceu um pouco surpresa, mas logo se recuperou. Depois, a vi sorrir durante o vídeo que estampava fotos dos alunos no telão. E o sorriso dela era lindo, tão lindo, porém vazio. Seus olhos não acompanhavam o sorriso. 

Eu vi ela, novamente, na pizzaria. Tentei não encarar, mas a curiosidade falou mais alto. Talvez eu tivesse me precipitado. Quem sou eu para julgar a felicidade de alguém? E eu já tinha problemas demais para me preocupar.  Não é possível ajudar todas as pessoas quebradas ao meu redor. São muitas. Bianca, inclusive. Minha irmã mais nova, que eu sempre quis proteger. 

Então, o dia da viagem chegou. E lá estava ela mais uma vez. Decidi tentar conversar, mas tudo deu muito errado. Não era minha intenção me aproximar tanto dela. Ela me considerou um possível serial killer, sabia meu nome, me contou sobre sua família, leu A lista negra, brincou no parque, admirou o céu, dançou comigo. Passei a gostar de vê-la falando coisas inteligentes. Não para se mostrar, mas porque ela acha muito interessante e não consegue se conter. Seu jeito meio tímido e engraçado me faz querer ficar o tempo todo com ela. E isso não estava nos planos. 

Quando Manu me contou da morte de seu avô e de como eles eram próximos, eu associei a tristeza que encontrei nela a isso. Mesmo assim, eu sabia que falaria de Deus para ela, mas não sabia como, principalmente porque a pessoa preferida dela no mundo havia acabado de morrer. Minha dúvida se tornava cada vez maior... ela estava realmente quebrada? Ou só triste por causa do avô?

A viagem acabou e eu pensava em Manu constantemente. Será que deveria ter me aproximado menos? Como eu poderia ajudá-la? Ela precisava e queria ajuda? O que eu sentia por ela? Essas e mais mil e uma perguntas circundavam minha mente. Fiz um acordo com ela porque eu faria de tudo para reencontrá-la, porém não achei que isso aconteceria tão cedo. Coincidência ou não, ela era a mais nova babá do Caio. E isso foi um pouco demais para minha cabeça confusa. Eu não fazia ideia de como agir. Saí correndo quando ela apareceu em minha casa, como uma criança desorientada, e a evitei pelos dias seguintes, exceto quando emprestei-lhe O Crime de Analu. 

Droga. Eu estou muito ferrado. 

~~~~♥~~~~

Cheguei à conclusão de que a melhor coisa a se fazer é pedir conselhos. Dizem que se conselho fosse bom, ninguém dava de graça. Mas não custa tentar, não é mesmo? 

- Oi, mãe - sentei na cama. 

- Oi, filho - ela parou de digitar no notebook e olhou para mim, sorrindo. - Tudo bem?

- Mais ou menos... preciso te perguntar umas coisas. 

Contei a ela sobre tudo. Após ouvir pacientemente e pensar um pouco, ela respondeu:

- Em primeiro lugar, acho que você precisa colocar tudo isso nas mãos de Deus e parar de tentar ser o herói da situação. Apesar de ser essa coisa linda e incrível, você não é capaz sozinho. Ninguém é. Além disso, você tem que orar e tentar descobrir o que está realmente acontecendo com a Manu. Ela parece ser bem especial... e importante para você. - Ela passou a mão no meu rosto. - Pode contar comigo para o que precisar. 

- Obrigada, mãe - beijei seu rosto. - Eu amo você e você é a rainha das mães sábias. 

Entrei no meu quarto e liguei para o Felipe. Apesar de fazer uma piada a cada dez segundos, ele pode ser bem colaborativo quando quer. 

Ele: E aí, cara.

Eu: Preciso de uma ajuda. 

Ele: Eu sempre soubre que ouviria isso um dia. Tô até emocionado. Finalmente você reconhecerá o valor da nossa amizade. 

Eu: É sobre uma garota. 

Ele: Não me diga que está apaixonado... 

Contei a ele de forma resumida. 

Ele: Tenho uma ideia tão boa que você vai ter que me deixar dirigir seu carro por uma semana. 

Eu: Pode falar. 

Ele: Não é que você está desesperado mesmo? Bom, lembra daquele trabalho sobre saúde mental da sua faculdade? Você pediu para eu participar da sua entrevista ou sei lá o quê... por que não pede a Manu no lugar? De quebra, você vai conseguir entendê-la melhor. 

Genial. Mas é claro que eu não falei isso para aumentar ainda mais o ego dele. 

Eu: Boa ideia. 

Ele: Uma semana de adrenalina com aquela belezinha. 

Eu: Se você estragar a Jane... 

Ele: Pode deixar que eu cuidarei dela direitinho. Agora preciso ir. Até. 

Eu: Valeu. 

Era isso. Pelo menos, eu tinha uma ideia do que fazer. 

~~~~♥~~~~

Eiii, people! 

Gostaram? Vocês querem mais capítulos do Du? Deu para entender mais agora as ações dele, né? Espero que sim!

Se gostou, deixe seu voto e comentário, por favooor!! <3

Lari.

Corações EscondidosWhere stories live. Discover now