Cap. 34 - parte 1 - You broke me

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"Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem."

- O Mágico de Oz

EDUARDO

Meus olhos estavam fixos no médico residente que falava, mas eu só conseguia pensar em Manu. Ri sozinho quando lembrei que ela convenceu meu irmão de que a maçã que ele comia era, na verdade, uma banana. Agora ele realmente vai achar que gosta de bananas.

- Eduardo? – Dr. Júlio chamou a minha atenção. – Quais são os sintomas do paciente?

- Dor na parte superior do abdômen, náuseas, vômitos, perda de massa involuntária, diarreia e perda de apetite – respondi após hesitar por uns segundos.

- Qual é o primeiro diagnóstico que vem a sua mente?

- Pancreatite.

- Por quê?

- Além dos sintomas, o paciente tem histórico de consumo exagerado de álcool.

- Ok – ele disse, anotando algo em sua prancheta. – E quais exames você deve pedir para confirmar a suspeita?

- Inicialmente – prossegui -, exame de fezes e de sangue. Depois, um ultrassom transabdominal.

Ele assentiu e começou a fazer perguntas para os outros internos.

Assim que consegui sair do hospital, passei na biblioteca da universidade e peguei alguns livros para estudar. A semana de provas estava chegando e eu não me sentia preparado. Será que a Manu também estava estudando muito? Quando pensei nela, decidi ligar e perguntar se ela queria uma carona para casa. Eu passaria perto do cursinho de qualquer forma. Bem, não tão perto, mas dava pra desviar o caminho um pouquinho.

- Oi, Du – ela atendeu.

- Ei, esquilinha. Estou passando perto do seu curso, quer carona?

- Sério? Nossa, seria ótimo! Estou morrendo de dor de cabeça.

- E eu tenho certeza de que só de me ver você vai melhorar.

Não contive um sorriso.

- Ou eu morro de vez, pelo menos – ela ironizou. – Obrigada, beijos.

- Até daqui a cinco minutos.

Entrei na Jane e coloquei uma música. Eu lavara meu bebê no dia anterior e ela ainda exalava aquele cheirinho de carro limpo. Mandei uma mensagem para avisar minha mãe de que daria uma carona para Manu mas em breve estaria em casa. Ela ficou preocupada o dia inteiro porque minha irmã decidiu aparecer na face da Terra e ligou, dizendo que nos daria a honra da sua presença no dia seguinte.

Eu amava minha irmã mais do que tudo no mundo, porém não estávamos num bom momento. Na verdade, ela não estava num bom momento. Fazia séculos que ela não dava notícias. Tudo começou no mês da viagem de formatura. Ela conheceu um cara. Graças a Deus, ela não o convidou para a viagem, mas as coisas ficaram super sérias entre eles depois que voltamos de Belmo. De repente, ela não falava mais com nossos pais e saiu de casa. Às vezes, ela me ligava para dizer que estava viva.

O trânsito estava horrível por causa da chuva que começara há alguns minutos. Tentei mandar mensagens para Manu, mas ela não me respondeu. Continuei me aproximando da porta do curso e consegui vê-la. Ela estava conversando com um garoto, encostada na parede e protegida da chuva. O assunto parecia sério, então estacionei o carro e esperei por um tempo. Sorri quando vi o quanto ela estava concentrada.

A chuva piorou, de repente, o que me fez pegar o celular – mais uma vez – e discar seu número. Foi quando algo que eu nunca imaginara em minha vida aconteceu. As duas pessoas que eu observava se beijaram. Desviei os olhos imediatamente, incapaz de acreditar no que tinha visto.  

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Joguei a bomba e saí correndo. 

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Obrigada por tudo! E um obrigada especial a @mihtrowxa! <3 

Pão de beijo, 

Lari.


Corações EscondidosWhere stories live. Discover now