Cap. 40 - Our happy ending

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19 de Dezembro de 2018

Eu sabia que as cadeiras estavam ocupadas pelas pessoas que eu amava e sabia que a decoração que coloria o sítio não poderia estar mais linda, mas não consegui olhar para os convidados e nem para as flores rosas e verdes por toda parte. Meus olhos estavam vidrados no homem que me esperava no altar.

- Está tudo bem? – Meu pai perguntou enquanto eu entrelaçava nossos braços para que ele me levasse até Eduardo. – Ainda dá tempo de desistir, se quiser.

Sorri. Ele passou os últimos dias repetindo que eu poderia cancelar tudo e voltar a ser a menininha dele se quisesse.

- Nunca estive tão bem, pai.

Hesitei antes de começar a andar e respirei fundo. Olhei para cada detalhe daquilo, porque eu queria me lembrar. Queria me lembrar de Laís, Bia, Rachel, Alícia e Bianca sentadas nos lugares das madrinhas, com os sorrisos mais genuínos do mundo, especialmente a que estava noiva; das minhas tias e primas empolgadas, principalmente Elisa; dos pais de Eduardo felizes; de Caio vestindo um mini terno, animado por ter entrado junto com a minha irmã, que me encarava com os olhos azuis cheios de amor; da minha mãe chorando e sorrindo ao mesmo tempo, algo que não era muito comum já que ela sempre fora a mais durona do casal; e de Eduardo... vestindo um terno bege claro que destacava seus olhos, os quais não me largaram por um segundo desde que eu apareci.

Comecei a caminhar, acompanhada por meu pai. Senti as mãos, que seguravam o buquê, tremerem um pouco. Tentei sorrir para as fotos. Meu pai depositou um beijo em minha bochecha e, com o rosto banhado em lágrimas, entregou minha mão para o Du.

Eu achei que choraria, mas não consegui. Era quase como se eu tivesse esgotado meu estoque de lágrimas e as superfícies dos meus olhos escuros estivessem congeladas.

O pastor Ronny, da igreja de Eduardo – que eu voltara a frequentar-, começou a palavra assim que eu me posicionei.

- Bom dia a todos. Hoje presenciamos o casamento mais esperado do ano – ele deu um sorriso que deixou claro que ele se referia ao fato de que finalmente nos beijaríamos, o que levou a um coro de risadas. – Eu gostaria de iniciar lendo primeira Coríntios treze.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."

Ele falou por mais alguns minutos e vi os olhos de Du marejarem no final. Sem que eu percebesse o tempo passar, o momento dos votos chegou. O pastor me entregou o papel que deixei com ele e eu comecei a falar.

- Eduardo – fitei-o por um instante, com o coração acelerado. – Você me enxergou quando ninguém mais foi capaz. Você me deu pezinho para que eu alcançasse o céu. Você me mostrou que vale a pena entregar meu coração, desde que seja completamente e para a pessoa certa. Finalmente, não tenho mais medo, porque confio em você de olhos fechados para cuidar dele. Você é paciente quando eu não consigo ser. Você enxuga minhas lágrimas, sempre sabe o que dizer e me faz rir. Você me entende melhor do que eu mesma. Você é meu melhor amigo. E, por tudo isso e muito mais, eu te amo. Prometo estar sempre ao seu lado, ser sua melhor amiga. Prometo viver aventuras com você e encher seu mundo de estrelas. Prometo rir das suas piadas e ficar em silêncio quando palavras não forem necessárias. Prometo te honrar e te respeitar. Prometo voltar para o seu abraço até que a morte nos separe. – Só nesse momento senti meus olhos embaçarem. – Eu queria dizer mais, mas não consigo. Você é meu dinossauro, meu serial killer e o amor da minha vida.

- Esquilinha – ele começou. – Eu amo tanto você que, às vezes, acho que meu coração vai explodir só de ouvir a sua voz. Depois de Jesus, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e não posso esperar para vivê-la com você. Você ajuda as pessoas sem questioná-las, ama sem julgar e sempre se coloca no lugar do outro. Você é grata e, mesmo que esteja com medo ou ansiosa, tenta ver o lado bom das coisas. Você é decidida e não deixa nada frustrar seus objetivos. Eu diria que me apaixonei por você quando a ouvi cantar a música do cocô para o Caio, mas seria mentira. A verdade é que eu nem consigo me lembrar de não ser apaixonado por você. Prometo dançar todas as músicas que você quiser. Prometo cozinhar para você e assistir as suas séries estranhas. Prometo secar suas lágrimas e te fazer sorrir. Prometo sempre te abraçar. Prometo ser seu lar. Prometo amar você mais que a própria vida. Você nasceu para voar e eu prometo nunca te segurar, mas voar junto com você.

Nós nos abraçamos. A banda começou a tocar uma música e Hope, a filha de Bianca, que estava com apenas dois aninhos, entrou segurando as alianças. Marcelo, o filho da minha prima Laura, entrou junto com ela, incentivando-a a continuar andando.

– Podem trocar as alianças. – O pastor falou quando os anéis foram entregues. Fizemos o que ele pediu, com os dedos trêmulos. – Agora, declaro vocês marido e esposa. Pode beijar a noiva.

Encarei Eduardo, sentindo a ansiedade e a vergonha por todo o meu ser. De repente, eu só conseguia pensar em quantas pessoas estavam assistindo o nosso primeiro beijo. É claro que eu havia treinado com minha mão, mas não era como se fosse a mesma coisa. Não chegava nem perto. Mas ele não pareceu pensar em nada disso. Ele segurou meu queixo e o levantou, como se já tivesse feito isso milhares de vezes. Então, ele encostou os nossos lábios e me beijou.

Ele me beijou lentamente. Milhares de faíscas dominaram meu corpo, eu perdi totalmente a noção do tempo e do espaço. Coloquei minhas mãos em sua nuca e senti ele segurar minha cintura, o que foi bom, pois minhas pernas pareciam gelatina. Sorri quando nos separamos, porque tinha certeza de que havia sido o melhor primeiro beijo da história. Todo o tempo de espera valera a pena. Ele sorriu para mim também e, naquele momento, com os olhos dele brilhando enquanto me fitavam, eu soube que qualquer parte de mim que ele ainda não possuía, agora era dele. 

~~~~♥~~~~

AAAAAAA, chegamos no último capítulo e eu nem acredito! ESTOU TÃO FELIZ.

E vocês, o que acharam???

Se você está triste porque acabou, AINDA TEM EPÍLOGO. SIIIIM. Antes disso, compartilha a história com o máximo de migos possíveis e te amarei para sempre!! Haha

OBRIGADA POR TUDO ❤

Pão de beijo,

Lari. 

Corações EscondidosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt