Cap. 33 - Always dance

105 11 22
                                    

 "Eles se tornavam parte daquele irreal, mas penetrante e emocionante universo que é o mundo visto pelos olhos do amor."

- Ao Farol, Virginia Woolf

- Caio – chamei, já meio impaciente. – Junta os brinquedos, agora!

Eu havia combinado com Kátia que faria algumas compras naquela tarde, mas o garoto não queria me obedecer de jeito nenhum.

- Tia Manu -, ele tinha começado a me chamar de tia há algum tempo – você precisa aprendê a esperar!

Eu tentei não rir, mas não consegui e acabei perdendo o resto da minha autoridade.

- Ok – falei estreitando os olhos. – Nós vamos fazer as compras e, assim que a gente chegar, você vai arrumar toda essa bagunça.

- Combinado – ele sorriu e deu um joinha com o polegar direito.

Segurei a mão de Caio e peguei o dinheiro que a sua mãe deixara em cima da mesa, junto com a lista de compras. Ao abrir a porta, dei de cara com um Eduardo todo sorridente saindo do carro.

Meleca. Eu ainda não havia o encontrado depois daquele acontecimento na minha casa.

- Ei, esquilinha – ele deu um beijo no meu rosto, meio constrangido e abraçou seu irmão.

- Oi – falei sem jeito.

Ficamos alguns segundos em silêncio até que ele fechou os olhos, como se pensasse no que diria.

- Eu amo você – ele falou, após abrir os olhos. – E eu não quero que a gente fique assim. Vamos ter que conversar sobre o que rolou e está tudo bem.

- Tudo bem – respondi, sentindo elefantes dançarem funk no meu estômago e minha cara ficar mais vermelha que um tomate.

- Aonde vocês vão?

- Su-supermercado – lamentei o fato de eu gaguejar quando estava nervosa. Isso sempre me entregava.

- Eu vou com vocês.

- EBA! – Caio se pronunciou, animado.

Foi bom Eduardo ter nos acompanhado, pois eu nem me lembrava do caminho. Nós falamos sobre quais países gostaríamos de conhecer um dia. Caio insistiu que havia um tal de país do chocolate e que ele iria nos levar lá. Afirmei que não podia esperar por isso. Afinal, quem era eu para discordar?

- O que tem na lista? – Eduardo perguntou quando chegamos.

- Para começar, alguns alimentos...

Nós pegamos tudo que estava na lista em alguns minutos.

- Ah, acabei de me lembrar que preciso comprar algumas coisas para o aniversário da minha irmã. – Eu falei, reprimindo-me por quase esquecer da festa. Julho chegara tão rápido! – É dia 17 desse mês.

- Tuudo bem – Du respondeu. – Vamos lá.

- Preciso de velas roxas, daquelas que soltam explosões brilhantes ou sei lá, e balões. Ah, e copos coloridos! Acho que é isso que está faltando...

- Por que eu ainda não cunheci sua irmã? – Caio perguntou.

- Ahn... Eu não sei. Mas você já já vai conhecê-la! Sabe por quê? Você está convidado para a festa!

- Yes! – Ele sorriu e levantou os bracinhos.

- E eu? – Du perguntou.

- Você... não, você não está na lista – ouvi Caio rir do irmão. - Sinto muito.

Corações EscondidosOnde histórias criam vida. Descubra agora