Cap. 19 - Deal

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- Finalmente! - Exclamei assim que botei meus pés fora do ônibus.

Embora eu tivesse amado as duas semanas na praia, até meu couro cabeludo já estava descascando e as minhas bochechas ardiam.

- Aaah – Laís respirou profundamente. - O chão de Copélia!

- Saudades da praia – Bia comentou, indo pegar sua mala.

- EMANUELLE BRANCO! – Elisa desceu do ônibus me gritando, colocou os braços nos meus ombros como se fosse me abraçar e sussurrou. - Eu vou te matar.

Eu sabia que ela estava com raiva, muita raiva, porque teve que aturar Bia devido a minha bagunça. Ignorei e fui pegar minha mala. Ela estava escondida no fundo, fazendo com que eu tivesse que me contorcer para puxá-la. Tive dificuldade, mas consegui. Eu realmente estava precisando malhar.

Prendi meu cabelo novamente enquanto ouvia a diretora dizendo que todos deveríamos preencher um formulário e depois estávamos liberados. Peguei o formulário que um dos assistentes estendiam e demorei alguns minutos para completá-lo.

- Você ligou para sua mãe? - Elisa se aproximou.

- Ainda não, esqueci.

- Pode deixar que eu ligo – ela pegou o telefone e começou a discar.

Abracei todas as meninas (Paula, Bia e Laís) e combinei de ir na casa de Laís no dia seguinte. Me aproximei de Eduardo, após Elisa dizer que minha mãe já havia chegado, e me despedi.

- Tchau – falei.

- Ah, espera – Eduardo falou e começou a pegar algo no bolso. – Eu comprei isso aqui como uma promessa... – Ele repensou as palavras, promessa parecia forte demais. – Um acordo.

Eram duas pulseiras artesanais, dessas que sempre vendem na praia. Uma era preta e a outra, azul turquesa.

- Laís me falou que é sua cor preferida – ele disse, pegando meu pulso e amarrando a pulseira azul.

Depois, ele estendeu a pulseira preta para que eu amarrasse nele.

- Um acordo? – Perguntei.

- De que nos veremos novamente.

- Adeus – respondi.

- Não diga adeus – ele fez uma cara triste. - Adeus é para sempre. Vai totalmente contra o acordo, serial killer.  

- O.k. - Eu sorri. - Te vejo algum dia. E obrigada por tudo.

Ele me abraçou.

- Fique bem, o.k.? - Ele falou enquanto me abraçava.

Fiz que sim com a cabeça.

Chamei Elisa e saímos da escola. Minha mãe nos esperava no carro.

- E então? - Ela sorriu com expectativa. - Como foi tudo? Quero saber todos os detalhes!

- Como você chegou tão rápido? - Perguntei, interrompendo a animação acidentalmente.

- Instinto de mãe, sabe como é – ela respondeu. – Mas a Elisa também me mandou uma mensagem há um tempo. Cadê meu abraço?

Inclinei-me e beijei seu rosto.

- Senti saudades – falei.

- Não sentiu não, eu sei.

- Senti sim, mas nada poderá te convencer.

- Uhum. Mas como foi lá? Gostou, Elisa?

- Sim! - Elisa fechou os olhos e deitou a cabeça no banco. - Foi muito legal, fomos a praia quase todos os dias, teve festas, comida, compras, entre outros. A parte da praia e das compras não é muito legal, mas... Ah, e as festas também não. Porém, adorei a parte da comida! A comida era mesmo muito boa. Ótima comida.

Corações EscondidosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora