Capítulo 3 - O primeiro ataque

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  Há algum tempo Aurora daria tudo para sumir da escola assim como hoje, mas naquele tempo ela não podia fazer isso assim como agora

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  Há algum tempo Aurora daria tudo para sumir da escola assim como hoje, mas naquele tempo ela não podia fazer isso assim como agora. Pior do que encarar seus colegas seria encarar seu pai caso o diretor ligasse alegando que ela faltou a dois dias na escola, não, ela não correria esse risco. Então, quando se viu novamente na entrada do Colégio Órion, apenas respirou fundo repetindo mentalmente seu mantra e entrou.

  Como o esperado recebeu vários olhares e alguns cochichos, mas ignorou todos indo em direção ao armário em que guardava seu material, Kara já estava lá a sua espera.

_Bom dia destruidora, alguma vítima para hoje?- perguntou com um sorriso tentando animar a amiga. Nada melhor do que estragar a vida de alguém para melhorar a sua

_A única vítima de hoje serei eu se esse bando de imprestáveis continuar a me encarar como se eu fosse Judas traindo Jesus -Aurora murmurou pegando a apostila para o primeiro horário

_Não se preocupe quanto a isso, logo logo eles arrumam coisa melhor pra fazer do que cuidar da sua vida -falou rindo encarando as pessoas ao redor que desviavam a atenção aos poucos

_Eu juro pra você que quando descobrir quem escreveu aquela coluna, Ah, será a última coluna que essa pessoa terá escrito -disse em tom de ameaça, Kara assentiu enquanto as duas iam em direção a sala

_Se te acalma, como sempre estarei junto nessa, quero fazer essa pessoa chorar como nunca antes - falou abrindo um sorriso diabólico

  Mas as duas se calaram assim que entraram na sala. No quadro branco havia um desenho, uma garota usando uma coroa, com toda certeza Aurora. Ao lado escrito em letras grandes a palavra assassina e ofensas dirigidas a ela. Kara se virou para a amiga que adiquiria uma coloração de vermelho cada vez mais forte, não sabia o que ela faria a respeito mas se levado em consideração a raiva que sentia, coisa boa não era. Mas Aurora, diferente do que todos os colegas de sala esperavam, já que estavam em silêncio observando o momento, apenas foi até a frente e, com o apagador, limpou qualquer resquício do que estava escrito.

  Quem fez aquilo queria que ela se descontrolasse, sabia que ela faria isso, o que só pioraria cada vez mais sua imagem. Não, Aurora podia não prestar, mas seu cérebro valia, e muito. Ela era inteligente o suficiente pra guardar a raiva e explodir em outro momento, agora não daria esse gostinho a quem escreveu essas coisas sobre ela. A melhor arma em uma provocação é ignorar, pena que nenhuma de suas vítimas tenha percebido isso.

  Porém as provocações estavam longe de acabar.

  Durante a aula o que não faltaram foram risos abafados e sussurros sobre ela. É claro que muitos falavam mais alto do que o normal para que Aurora escutasse, mas a garota não estava nem aí pra eles. O máximo que fazia era anotar nome por nome de cada um para que quando esse pesadelo acabasse ela pudesse começar outro, dessa vez na vida deles. Respirou fundo e contou até dez. Uma bolinha acertou sua cabeça, resistiu ao impulso de virar cheia de ódio e fingiu que nada havia acontecido. Respirou fundo e contou até vinte. Outra bolinha dessa vez na sua mesa, alguns risinhos foram ouvidos, ela empurrou a bolinha para o chão e continuou a copiar como se trazudir um texto de inglês fosse mais interessante do que matar alguém. Respirou fundo e contou até trinta. A professora saiu da sala, outra bolinha, dessa vez no seu colo. Não dava pra continuar ignorando, pegou o papel e abriu.

Ovelha Negra [Completa]Where stories live. Discover now