Capítulo 50 - O sol

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Da última vez em que havia checado no dicionário, Aurora encontrou dois significados para a palavra inferno

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Da última vez em que havia checado no dicionário, Aurora encontrou dois significados para a palavra inferno. A primeira, segundo a mitologia, era a descrição de um local subterrâneo habitado pelos mortos. A segunda, a partir da religião, classificava o lugar em que as almas pecadoras se encontravam após a morte, submetidas a penas eternas. Ela sem dúvida tendia ao lado cristão da palavra. A garota de cabelos claros não estava morta, era verdade, mas graças a Vinícius se encontrava em constante tortura e sofrimento, um castigo digno do inferno proporcionado pelo anjo caído em pessoa.

E o loiro sabia como torturá-la, é claro, tinha um longo arsenal de ideias atormentadoras as quais submete-la. O pior de tudo? Ela não podia fazer nada, não enquanto ainda pudesse se ferrar naquela história, não quando um deslize colocaria tudo a perder. E Vini sabia disso, essa era a razão pra tudo ser ainda mais divertido pra ele.

_Eu não acredito nisso! - Otto exclamou irritado, sua raiva no ápice.

Aurora tinha acabado de lhe mostrar a última mensagem recebida do traste.

"Hoje na prova de história, na questão sobre a inquisição, não pude evitar me lembrar de você. Sabia que as bruxas eram queimadas vivas? E o melhor, elas nem eram bruxas e sim simples mulheres? Imagina o que aconteceria com você que é mesmo a Ovelha Negra! Acredite eu daria um ótimo inquisidor, e todos que você acusou também!"

_Me surpreende ele saber essa matéria de história, e ainda por cima conseguir contextualizar na situação. É de ficar chocado mesmo - a garota murmurou, já se aproximando do próprio armário.

_Por favor, não faça piadinhas sobre isso, não tem graça - o heterogêmeo disse chamando a atenção da garota, sua voz era cortante.

Aurora interrompeu o ato de girar a chave no armário para encarar o namorado, que tentava camuflar sua raiva e preocupação. Ele estava assim há dois dias, mais precisamente desde o momento em que a garota abriu o jogo sobre a descoberta e chantagem de Vini. Foi a melhor decisão, isso ela tinha certeza, o que não significava que havia sido a mais agradável.

Agora Otto passava a maior parte do tempo tentando convencê-la a deixa-lo intervir e fazer alguma coisa. Mas ela não podia fazer isso, a intervenção dele certamente envolveria violência física, algumas ameaças, um hospital, a delegacia, e talvez um cemitério. O que poderia ser um problema bem maior do que o que eles já tinham, e ela não queria arriscar. Além do mais, Vini só estava atormentando-a, como sempre havia feito, um pouco pior na verdade, mas até dava pra suportar com uma parcela bem grande de força de vontade e paciência. Colocar tudo a perder para tentar reverter a situação correndo o risco de se afundar ainda mais naquela areia movediça não era uma boa ideia, não era mesmo.

A Abelha Raiva suspirou, cansada, e encostou na superfície de ferro, encarando o namorado com pena. Era péssimo vê-lo insatisfeito tentando se controlar, vê-lo achar que estava falhando em fazer algo que na realidade não poderia ser feito. Era péssimo, mas necessário. Por isso ela abriu um pequeno sorriso, o máximo que poderia demonstrar diante de tudo aquilo, e segurou na mão dele, tentando tranquilizá-lo.

Ovelha Negra [Completa]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu