Capítulo 49 - O nevoeiro

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Nada como a chegada da temível semana de provas finais para desanimar todos os estudantes do Colégio Órion, até mesmo aqueles que amavam estudar mas já estavam terrivelmente cansados daquela rotina

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Nada como a chegada da temível semana de provas finais para desanimar todos os estudantes do Colégio Órion, até mesmo aqueles que amavam estudar mas já estavam terrivelmente cansados daquela rotina. Havia sido difícil, isso era óbvio, era praticamente uma vida inteira em uma escola, estudando, então três anos longos de duros ensinamentos e preparação, e então provas e mais provas, vestibulares, exames, tudo exigindo a perfeição, exigindo os conhecimentos adquiridos durante todo aquele tempo. Tudo exigindo o sucesso.

Os pais esperavam que os filhos fossem bem sucedidos, conseguissem uma vaga em um curso notório, só assim teriam estabilidade financeira e o que chamavam de futuro decente. Sem contar na recompensação por seus esforços, afinal de contas, o Colégio Órion era referência, era particular, era frequentado apenas por aqueles capazes de bancarem uma educação de tamanha qualidade, ou uns poucos bolsistas sortudos. E por falar no Colégio, ele também esperava pelo sucesso dos seus alunos, dependia disso para continuar funcionando. Era o resultado que eles adquirissem o motor propulsor daquela máquina educacional do capitalismo, as propagandas deveriam exaltar boas posições nos vestibulares, muitas aprovações, notas altas no Enem, sucesso nas redações, os alunos deveriam dar tudo de si, era a obrigação deles. Até mesmo a sociedade como um todo, composta por pessoas que sequer tinham contato com esses jovens passando por essa fase da vida, cobrava, e cobrava muito, por meio de conselhos e incentivos que mais pareciam indiretas ou obrigações.

Então não era nenhuma surpresa que, ao chegar ao último ano do ensino médio, na última semana de aula regada de provas e tortura, que os alunos se sentissem exaustos. Aurora era uma delas, não sabia de onde tirar mais forças para estudar, sequer conseguia se concentrar no que lia, e ela tentara, assim como passaria o resto da semana tentando, a cada dia se preparando para a próxima prova no dia seguinte. Ela tinha que ir bem, consolidar sua trajetória perfeita na escola, comprovar o que todos já sabiam, sua genialidade. E mesmo que seus amigos, tão desesperados quanto ela, a aconselhassem a não estudar tanto naquele ponto, afinal de contas, já havia prestado vestibular e tinha a provação quase que como certa, não seria de outra forma, obviamente, ela não conseguia simplesmente relaxar. Estava tão acostumada a se cobrar tanto que, quando colocava os pés nos primeiros degraus da entrada do Colégio, ainda tentava memorizar, em meio ao desespero, as fórmulas de matemática que lhe seriam bem úteis.

O corredor estava praticamente vazio, o que não era nenhuma surpresa, os alunos costumavam chegar, irem direto pra sala e tentar decorar alguma coisa de última hora. Outros se uniam aos colegas na sala para uma última revisão, e alguns, os mais desesperados e despreocupados, além de destemidos é claro, preparavam o esquema que seria usado para passarem cola de um para o outro, algo bem arriscado levando em consideração a perspicácia dos aplicadores do Órion. Mas ela não duvidava que eles fossem bem sucedidos, alguns sempre eram, outros perdiam tudo, mas ambos tentavam.

A garota não teve tempo de conversar com os amigos, quando entrou já estava no horário da prova ter início, então se sentou em seu lugar e escutou as recomendações do aplicador, mesmo que já as tivesse escutado diversas vezes e soubesse de cabo a rabo. Quando foi permitido começar, a mente da garota se acalmou, como acontecia todas as vezes, e ela fez o que sabia fazer de melhor, demonstrou todo o seu largo conhecimento. Não encontrou grandes dificuldades em nenhuma das provas que fez, apenas uma ou outra questão que a prendesse mais tempo do que o necessário, mas nada impossível com um pouco de raciocínio e paciência. Quando terminou, usando metade do tempo oferecido para realizar a prova, ela entregou o papel e saiu da sala, indo se sentar no refeitório.

Ovelha Negra [Completa]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora