Capítulo 7

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Hoje é segunda, de volta faculdade, de volta a vida normal. Pra variar eu acordei tarde, tá chovendo, quando estava chegando no ponto de ônibus, um carro passou em um poça de água e me molhou, tive que voltar pra casa, resultado, acordei com o pé esquerdo e vou perder a primeira aula.

Hoje vai ser o dia que verei Dylan pela primeira vez depois do ocorrido e mesmo com o meu dia começando uma bosta isso me anima e ao mesmo tempo me amedronta, sabe-se lá qual vai ser a reação dele, espero eu que seja boa.

Assim que chego na faculdade sã e salva depois de um bom banho, eu entro e vou para o corredor. Paro na porta da sala da Amy, estou me preparando psicologicamente pros surtos dela assim que eu contar tudo o que aconteceu. Aceno pelo vidro da porta e ela sorri, Dylan olha pra porta e eu tiro a cara correndo.

Fico perto da porta esperando, ainda falta exatas 1 hora pra acabar a aula dela, como não tenho nada melhor pra fazer fico sentada no corredor mexendo no celular e escutando a aula de Dylan. Essa voz dele mexe comigo de uma forma que nem eu me entendo. O corredor da faculdade quase sempre tem gente sentada, no início eu até achava estranho, agora acho normal.

Antes da aula de Amy terminar eu me levanto e fico esperando. O primeiro a sair é Dylan, ele me encarou, eu encarei de volta e ele abaixou a cabeça e continuou andando. Fingiu totalmente que não me reconheceu. Continuo olhando ele até virar o corredor.

- Emily eu to falando com você. Vamos? - Afirmo e vou com ela pro jardim da faculdade. Nos sentamos e eu lhe contei tudo o que aconteceu no casamento.

- PUTA QUE PARIU, VOCÊ PEGOU ELE SUA SAFADAAA.

- Fala baixo Amy, tá maluca? - Falo tapando a boca dela.

Ficamos conversando, Amy me fez contar tudo novamente pra ter certeza que eu não esqueci de nenhum detalhe.

A aula acabou e agora sim eu poderia entrar em sala, o que me alivia é que eu puxei matéria da professora Kimberlly esse semestre, eu tive aula com ela ano passado e acabamos nos tornando "amigas" e desde então sempre que dá eu puxo as matérias dela, tive algumas aulas com ela no início do ano, mas ela só estava substituindo um professor. Faltam poucas aulas pra matéria do velho chato acabar e eu não poderia estar mais feliz com isso. Vou pra sala e Kimberlly entra, ela é sempre tão animada que é impossível dormir em suas aulas.

- Emily, eu esqueci uma pasta lá no meu armário você poderia pegar pra mim? Eu vou adiantando a matéria, como as aulas demoraram a iniciar tem algumas coisas pendentes e eu não posso pedir a qualquer pessoa pra mexer no meu armário. - ela diz baixo chegando em minha mesa, concordo, ela me entrega a chave e eu me levanto indo em direção a sala dos armário dos professores.

Bato na porta e ninguém responde, abro a porta achando que esta vazia e pra minha surpresa Dylan esta sentado em uma poltrona que tem no canto da sala, ele está apoiado no braço da poltrona e está de perna esticada no acento. Ele me olha e só assim percebo que esta de fone de ouvido, meu coração já está acelerado. Ele retira o fone e fica me olhando. Eu nem sei pra que essa sala tem um sofá se na sala dos professores já tem vários sofás, só que lá vive lotado e aqui tá quase sempre vazio, pelo visto ele quer ficar sozinho.

- Licença, bati na porta e ninguém respondeu, hm.., vim pegar uma pasta pra Kimberlly. - Ele não diz nada, apenas afirma com a cabeça e coloca o fone de volta.

Entro na sala e vou em direção aos armários, olha porta por porta procurando o nome dela, esqueci de mencionar que ela é bem alta e pro meu azar o armário dela fica bem em cima. Fico olhando pro armário pensando no que vou fazer, eu tenho duas opções, vencer a vergonha e o orgulho e pedir ajuda ou pegar uma cadeira, pagar mico, subir e abrir o armário. Fico pensando enquanto olho pra porta armário. Olho pra Dylan e ele está distraído vendo alguma no celular. Tento pular pra ver se alcanço e nem mesmo assim consigo, ouço uma risada e olho pra cara dele e ele tá me olhando rindo, ignoro me viro e volto a olhar pro armário. Acho que vou ter que optar pela cadeira mesmo.

Sinto Dylan encostar atrás de mim e paraliso. Ele pega a chave da minha mão, abre o armário  e pega a única pasta que tinha dentro, tudo isso sem desgrudar seu corpo do meu. Ele me vira me imprensando no armário e me beija.

- Eu tinha que ser retribuído pelo favor - ele fala no meu ouvido com aquela voz rouca puta sexy.

Chorei e não disse por onde.

Ele me beija de novo, segurando firme na minha cintura e dando leve apertadas conforme me beijava. Sua mão ia escorregar pra minha bunda e eu lhe empurro ofegante.

- Tenho que levar a pasta. - falo pegando da mão dele e ele me entrega a chave do armário.

- Dessa vez você escapa.

- Não sou gás pra escapar.

-Emily, não abusa. - ele diz me puxando pela cintura.

- Pra quem me ignorou hoje até que agora você tá bem simpático. - Falo irônica e ele se afasta.

- Isso aqui é o meu local de trabalho, não posso sair por ai te beijando como se estivéssemos nas nossas casas. - Ele diz indo se sentar novamente no sofá.

- Diz isso pro Dylan de cinco minutos atrás. - saio da sala fechando a porta atrás de mim e volto pra sala de aula.

- Nossa Emily, demorou, achei que tivesse se perdido. - Kimberlly diz e eu lhe entrego as coisas.

- Tem muito armário, demorei um tempão pra achar o seu pra facilitar ele fica bem em cima, nossa diferença de altura é um pouquinho muito grande. - falo e ela ri agradecendo.

Tenro prestar a atenção na aula mas Dylan não sai da minha cabeça. Me distraio tanto durante o dia que quando percebo já está na hora de ir embora. Essa semana graças a Deus não vou precisar ir ao estágio, fecharam essa semana pra pintar o local. Estagio em administração desde um pouco depois de entrar na faculdade, o salário é bom demais, é uma empresa bem conceituada e de grande porte.

Vou pra casa faço meu almoço, tomo banho e vou dormir um pouco.

******

Quando eu acordo, o relógio já marca 17:42, ligo a televisão e pego meu celular. Tem algumas mensagens, mas uma em especial me chama atenção, um número no qual não tenho salvo.

- Peguei seu número com o Nicolas, espero que não se importe. - (Dylan - 15:18)

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