O Professor

*Bônus Dylan*

Estou com uma puta raiva desde ontem! Eu não sei se estou com mais raiva daquele filho da puta ou de mim. Porra, eu nunca fui assim, nunca fui inseguro, mas depois de tudo o que me aconteceu, parece que ninguém nunca vai ficar comigo porque gosta realmente da minha presença. Eu só queria voltar a ser como eu era antes e não ligar para essas coisas de roupa. Sinceramente eu tenho medo de permanecer assim pra sempre. Eu só queria sumir desse mundo, porque é só isso que eu faço, sumo ao invés de enfrentar os meus medos.

Minha vontade era de quebrar a cara daquele tal de Vitor, ele ia ficar no mesmo plano que eu, porque eu sou o diabo quando eu quero. Aquele babaca precisava aprender uma lição, pena que não me deixaram aplica-la. Muitas pessoas precisam saber o significado da palavra "respeito".

Acordo e não a vejo na cama. Me levanto e faço as minhas necessidades.

Cadê aquela garota?

A vejo deitada toda encolhida no sofá. Me aproximo e vejo que ela está chorando. Odeio vê as pessoas chorando, tirando os meus alunos quando estão no final do ano e me pedem nota para passar.

Será que ela está chorando por causa de ontem? Mas eu já me desculpei por ter gritado com ela na frente de todo mundo.

- O que aconteceu? - pergunto quase em um sussurro.

Eu não sou muito de demonstrar preocupação pelos outros, sou fechado com esses tipos de sentimentos. Eu fico completamente sem jeito de perguntar, parece até que vou cometer um crime.

- Cólica. - ela enxuga as lágrimas.

- Não tenho nenhum remédio aqui. - passo a mão no cabelo. - Você toma qualquer um? - ela afirma com a cabeça. - Vou ir na farmácia, quer mais alguma coisa? - ela nega.

- Dylan? - ela diz assim que viro as costas. - Ainda está com raiva da noite de ontem?

- Não. - minto.

Ainda estou com vontade de acabar com a raça daquele filho da puta.

- Tem certeza? - afirmo com a cabeça.

- Já volto. - digo.

Troco de roupa, pego uma fruta e saio de casa.

Só Emily pra me fazer sair de casa em pleno domingo de manhã para vir comprar remédio, ela já pode se sentir muito importante.

Essas mulheres adoram uma farmácia, já esbarrei com duas que vi ontem enquanto eu estava procurando o tal do absorvente voador.

- Oi. - uma das que estavam aqui ontem diz.

- Olá. - digo seco.

- Precisa de ajuda?

Hoje que eu sei o que comprar ela vem me oferecer ajuda. Vai pro caralho!

- Tô com cara de quem precisa de ajuda? - ela me olha não acreditando no que ouviu.

As vezes tento não ser tão grosso com as pessoas, mas as palavras saem automaticamente da minha boca.

Pago o remédio e passo no mercado rapidamente.

Volto para casa, pego o remédio e um copo d'água.

- Aqui. - lhe entrego.

- Obrigada. - ela bebe.

- Trouxe chocolate e sorvete também. - ela sorrir.

- Só deixa essa cólica passar um pouco, nem dormi direito essa noite.

- Deita lá na cama, você vai ficar toda dolorida depois. Vem. - seguro a mão dela e ela se levanta com dificuldade.