Capítulo 59

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Acordo com o despertador do celular, olho para o lado e Dylan pelo visto nem escutou nada tocar.

- Amor!? - mexo no cabelo dele e ele resmunga. - Acorda, já está na hora.

- Me chama depois que você tomar banho. - ele fala sem ao menos abrir a boca direito.

Pego minha roupa e vou para o banheiro. Tomo um banho rápido e logo em seguida começo a me arrumar.

- Dylan, acorda. - o balanço. - Anda, vamos nos atrasar.

- Quero dormir mais, estou me sentindo incapaz de levantar. - rio.

- Que isso? Minha preguiça hoje foi pra você? - ele afirma com a cabeça. - Anda logo, levanta, vou fazer alguma coisa para comermos.

- Não tenho outra escolha né. - ele se senta na cama e passa a mão no rosto.

- Pensa pelo lado bom, hoje você não trabalha até à noite, pode chegar e dormir.

- Pelo menos isso para alegrar meu dia. - ele se levanta. - Você vai pro estágio né? - afirmo com a cabeça.

- Já faltei ontem, Anne quase mata todo mundo de susto, nunca vi. - ele ri. - Vai logo tomar seu banho, depois desce pra comer.

*******

Chego na faculdade e o professor ainda não está na sala. Tiffany chega logo em seguida e faço questão de ficar prestando atenção na conversa dela.

- Finalmente estou solteira. - ela diz. - Dylan que me segure agora, aquele gostoso.

Não vou ficar com raiva, não vou ficar com raiva.

- Você sabe que ele namora né? - a amiga dela diz.

- Não posso fazer nada pela namorada dele, eu vou ter que agarrar aquele homem até o final do ano.

Eu vou é agarrar o seu pescoço, sua piranha.

- Dominic... - digo assim que ele chega. - Vamos dar uma volta? Te imploro.

Ele coloca a mochila em cima da mesa e dá meia volta sem dizer nada.

- Tá com essa cara por quê? - ele já pergunta rindo.

- Tiffany como sempre falando do Dylan, agora ela está solteira.

- Ah, agora está explicado porquê ela me chamou ontem no WhatsApp.

- Antes você que Dylan. - sorrio e ele fica me olhando. - O quê? É apenas a verdade.

- Eu não a quero, ela se joga pra todo mundo, ninguém merece. Não que eu não goste de mulher que se jogue pra cima de mim, mas ela é ao extremo.

- Que bom que você pensa assim, você não é pro bico dela mesmo não.

- Só Dylan né? - ele pergunta rindo.

- Que engraçado você. - dou as costas à ele e vou em direção a sala.

- Estou brincando, Emily. - ele segura meu braço e fica rindo.

- Vai ri lá na sua casa, obrigada.

- É muito estresse pra uma pessoa só.

- Ah, vai tomar no teu cú cheio de merda. - ele gargalha.

- Que fofa. - reviro os olhos.

*******

Assim que as aulas acabaram, eu almocei com Dominic e depois fui para o estágio.

Como fiquei um bom tempo sem vir para o estágio, tinha algumas coisas a mais para eu fazer. Patrick fez a maioria para me ajudar, mas ainda ficou faltando coisa.

Fiquei até depois do meu horário para terminar o que faltava e finalmente consegui.

Agora estou sentada na escada em frente à empresa esperando Dylan chegar.

- Não demora, obrigada. - (19.47)

Alguns minutos depois ele chega. Entro no carro e fomos para casa.

- Acho que amanhã vou voltar pro meu apartamento. - digo.

- Por quê?

- Já estou há mil na sua casa e eu já estou ótima, combinamos que eu ficaria até eu me recuperar.

- Ah para, não vai não. - o olho. - Por favor. - ele para no sinal e me olha com um olhar de cachorro que caiu da mudança.

- Só mais essa semana. - digo e ele sorri. - Só mais essa semana, escutou Dylan? - ele afirma com a cabeça e me dá um selinho.

- Abriu um trailer de hambúrguer lá perto de casa, vamos lá? Sei que você não vai fazer comida, muito menos eu.

- Que bom que você sabe. - ele ri. - Só quero tomar um banho primeiro. - ele afirma com a cabeça.

*******

Chegamos em casa, tomei um banho rápido e fomos.

Realmente é perto da casa dele, é praticamente na esquina, ou seja, nem precisamos de carro. Espero que não apareça ninguém conhecido por aqui.

Fizemos o nosso pedido e ficamos conversando.

- Nunca te perguntei sobre isso. - ele diz. - Quais são seus planos para o futuro?

- Muitos, bom... primeiro quero terminar a faculdade, claro.

- Esse já está próximo de se realizar. - sorrimos.

- Arranjar um emprego melhor, viajar o mundo, me casar e ter filhos, mas não precisa necessariamente ser nessa ordem. E os seus?

- Acho que os mesmos que os seus, tirando a parte do emprego. Mas filhos pode ser a última coisa da lista.

- Sempre quis te perguntar isso, mas acabava esquecendo. Por que não quer ser pai hoje em dia?

- Sei lá, só não me sinto preparado pra isso, ainda tenho que aprender e amadurecer muito, quero ser igual meu pai foi pra mim e eu não estou nem perto dos conhecimentos dele, entende? - afirmo com a cabeça. - Quero servir de exemplo para os meus filhos e eu estou longe de ser o exemplo de alguém.

- Mas muitos dos seus alunos te veem como exemplo, então não está tão longe assim. - ele dá um sorriso forçado e balança a cabeça negativamente.

- Eles não sabem nem um porcento do que eu faço, aposto que se eles soubessem que eu namoro uma aluna da faculdade, eles iriam deixar de me ver como exemplo rapidinho. Eles me veem assim porque não convivem comigo, não todos os dias, tipo, vivendo sobre o mesmo teto.

- Ah, mas você é sim um exemplo, até pra mim, fico admirando o quanto você leva seu trabalho a sério, não sei como você namora comigo. - ele ri. - Sério, você já me ensinou muitas coisas, mesmo sem saber.

- É? - afirmo com a cabeça. - Tipo o quê?

- Me ensinou que o melhor lugar pra ficar com alguém na faculdade é na sala dos armários. - rimos. - Brincadeira, ou nem tanto. Você me ensinou que todos nós temos medo de alguma coisa, mesmo as pessoas que se fazem de valente, me ensinou que é possível sim, ser feliz novamente. - ele sorri. - Me ensinou que até mesmo a tempestade tem a sua beleza, resumindo na sua linguagem de capitão, namorar com você é como viajar de barco. É necessário ter paciência no percurso, aprender a lidar com os enjoos, mas principalmente, é saber encarar o mar todos os dias, e ainda assim, a cada novo nascer do sol, se apaixonar por ele novamente. Você é um exemplo de capitão. - sorrimos e ele segura minha mão.

- Eu já disse que eu te amo?

- Já, mas pode dizer de novo.

- Eu te amo demais. - ele beija minha mão.

- Eu também te amo demais. - sorrimos.

*******

Assim que comemos, fomos pra casa, escovamos o dente e eu literalmente caí no sono.

O Professor Onde as histórias ganham vida. Descobre agora