Capítulo 39

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Alfonso

- DERRICK, PASSA O DISCO! - grito durante o jogo. - O CHRISTIAN TA LIVRE, PORRA!

Derrick não dá a mínima pro que eu estou gritando e continua indo a toda na direção do gol. Christian está logo a frente dele, livre, esperando o passe num ângulo muito melhor e mais promissor para marcarmos um gol. Se Derrick passar a porra do disco nós ganhamos o jogo.

Mas não é isso que ele faz, continua avançando, mas o jogador do time adversário vem pra cima dele com tudo e rouba o disco pra si. Christian vai pra cima dele, tentando limpar a merda que Derrick fez, mas não consegue pegar o disco a tempo. Nosso goleiro não consegue defender e o time adversário faz um gol.

Meu pai apita validando o lance. Irritado, largo o taco no pista de gelo e patino na direção do Derrick.

- Mas que porra você ta fazendo? - esbravejo com ele.

- Não vem querer me ensinar a jogar logo agora. - Derrick revida.

- O Christian estava livre, porque você não passou a porra do disco pra ele?

- Por que eu era totalmente capaz de marcar o gol sem a ajuda desse cara.

- Ah claro, tão capaz que o time adversário foi quem marcou.

- Olha aqui, não fica me dizendo o que eu tenho que fazer, só porque voltou a ser o capitão do time. - Derrick larga seu taco no chão e me empurra.

Furioso o empurro de volta, ele bate as costas na grade de proteção do rinque e vem pra cima de mim. Ouço o apito e o grito irritado do meu pai e um segundo depois Christian está entre a gente.

- Esfriem a cabeça, vocês dois!

- Ah já começou a puxar o saco? - Derrick debocha. - Só porque ele te colocou no time?

- Deixa de ser infantil. - Christian olha Derrick de cara feia. - To pouco me fodendo pro que você acha de mim, mas haja com um pouco de profissionalismo e não prejudique o time.

- Ah, olha ai o outro achando que sabe alguma merda. Até parece que você teria marcado o gol se eu tivesse te passado o disco. - Derrick desdenha e tenho vontade de dar um murro nele.

- Lógico que sim, meu ângulo estava melhor que o seu, idiota e eu estava livre e mais perto do gol.

Meu pai entra na pista e se mete entre a gente.

- Pro banco agora, todo mundo. - esbraveja.

Christian nega com a cabeça antes de me seguir e seguir os outros caras.

- Mando bem! - escuto Kuno, que estava no time adversário, logo atrás de mim.

Cerro os punhos me controlando pra não fazer nada, porque se eu fizer, esse babaca vai comer gelo daqui a pouco. Colocamos as hastes nos patins, saímos do rinque e nos sentamos no banco. Todo mundo começa a tirar luvas e capacetes.

- Qual é o problema de vocês? - meu pai, ou melhor, o treinador esbraveja com a gente. - Nosso próximo jogo é em uma semana, já perdemos três partidas e ao invés de vocês darem o sangue aqui, resolvem se comportar como um bando de menininhas?

- Treinador quem começou foi o Alfonso. - Derrick diz e tenho vontade jogar meu capacete nele.

- Eu to pouco me fodendo pra quem começou. Acho que uma menina de seis anos consegue jogar melhor que um bando de brutamontes como vocês. A única coisa que eu vi, foram um monte de passes errados, desorganização e gente fominha querendo fazer gol sozinho. Vocês são uma equipe, PORRA! Vou ter que falar isso quantas vezes? Vocês querem ser responsáveis pela UW ficar de fora do final da temporada pela primeira vez? Querem afundar o nome da universidade que acolheu vocês?

De Repente Amor ✔Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum