Capítulo 69

1.3K 130 194
                                    



Alfonso

Nos dias que se seguiram após a festa, Anahí me ignorou totalmente e ela andava estranha. Estava mais fria, mais debochada, mas também parecia que estava com raiva, não só de mim, mas de todo o campus. Se ela ouvisse alguém comentar alguma coisa sobre ela, já ia com 5 pedras na mão pra cima da pessoa. Eu não conseguia entender esse comportamento, ela não era assim.

Na quarta de manhã vou pro refeitório no intervalo das aulas e vejo Anahí sentada com Christian, Stephan e suas amigas de república. Sento na mesa com o resto dos jogadores, estão falando sobre treinos, jogadas e os jogos de Outono que começam na sexta. Todos estão pilhados com isso.

Não consigo prestar atenção ao papo deles, meus olhos estão voltados pra Anahí, consigo sentir que ela não está bem. Ela está segurando uma maça entre os dedos e olha pra fruta com raiva, como se a qualquer momento fosse esmagá-la ou jogá-la em alguém.

Sinto o cheiro de encrenca quando vejo Amber Winters entrar no refeitório com seus clones logo atrás, está segurando um cartaz e quando vejo o que é, meus olhos se arregalam.

- Merda!

Meus amigos percebem meu comentário e emudecem. Eles também já viram o cartaz.



Anahí

Estou quase indo embora da faculdade e abandonando as aulas quando escuto a voz da última pessoa que eu queria ouvir nesse momento.

- Anahí, posso falar com você um minuto?

Me viro no banco e encaro Amber. Tenho vontade de socar a cara dela ao ver como ela é monstruosa. Pessoas como ela não merecem estar aqui.

- Agora que você também faz parte do grupo de teatro, gostaria de pedir sua opinião sobre uma peça de Natal que pensei em fazermos. Ah e desde já me perdoe por ter faltado na aula onde você declamou aquele poema lindo... E brega.

Amber sorri, enquanto suas clones descerebradas dão risadinhas. Sei que tá tudo mundo prestando atenção na gente, porque as conversas no refeitório simplesmente pararam.

- Pensei de usarmos esse cartaz, o que acha?

Ela me mostra o cartaz e cerro os punhos. No topo do cartaz está escrito "A Vadia Indomada". A foto do cartaz é uma mulher com três caras numa cama, todos nus, fazendo um sexo bem obsceno. O que me enfurece no cartaz é que o rosto da mulher com os três homens é o meu.

- Garota você não cansa de ser tão ridícula? - Angelique se levanta da mesa furiosa.

- Sério mesmo que veio aqui pra isso. Seja mais criativa Amber. - respondo e me viro de costas pra ela. - Senta Angelique. - peço pra mim amiga.

Ela faz o que eu peço, mas seus olhos fuzilam e não deixam Amber.

- Ah Anahí pensa em como seus pais vão ficar felizes vendo você estrear no teatro numa peça como essa. Pensa no que os seus irmãozinhos vão achar. A família da vadia!

Fecho os olhos e começo a contar até dez.

- Ué, cadê toda aquela pose que você tinha na minha festa? - Amber debocha.

Dou um murro na mesa, farta de tudo, farta dela, de escutar a voz dela, de sentir a presença dela. Quando dou por mim já estou de pé, agarrando os cabelos de Amber Winters e a arrastando pelo refeitório.

Enfio a cabeça dela dentro da travessa de molhos, sentindo vontade de afogá-la. Amber se debate, agarrando a borda da travessa, tentando sair dali.

De Repente Amor ✔Where stories live. Discover now