Capítulo 65

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Anahí

Os lábios de Poncho descem pelo meu pescoço e suspiro enquanto passo a mão pelos seus cabelos. Quando ele se afasta e sorri pra mim, estreitou as sobrancelhas encarando Alfonsina.

- Oi AnAn! - ele/ela sorri pra mim.

O empurro me sentando na cama.

Encaro meu quarto ofegando e passo a mão pelos cabelos. Droga de sonho. Encaro minha estante vazia e sinto falta dos meus livros, dos livros que dei embora, mas os romances não passam de uma porcaria, criados para iludir a gente. Pra nos fazer acreditar em amor verdadeiro. Isso só existe em livro.

Sem querer me lembro de quando Alfonso e eu quase tivemos nossa primeira vez. Na tarde em que eu ajudei ele a fazer a mudança pra casa onde ficou morando algumas semanas com Christian.

Fecho os olhos e minha mente louca consegui reproduzir o cheiro dele e a sensação dos seus beijos. Lembro daquele dia e do que eu senti quando ele interrompeu o beijo e se afastou de mim.


[...] - O que foi? - sentei ao seu lado preocupada.

- Você merece mais do que isso. - Alfonso apontou o quarto, parecia decepcionado.

- Não tô te entendendo!

- Sua primeira vez foi dentro de um carro, nenhuma garota merece ter uma primeira vez dentro de um carro e não quero que sua primeira vez comigo seja nesse quarto. Ou melhor, nesse cômodo sem graça e sem clima, em cima de um colchão qualquer que nem pode ser chamado de cama. - ele se levantou, parecia bravo. - Oliver tinha a obrigação de preparar um clima decente pra você, te deixar confortável, num lugar bonito e confortável, não fazer de qualquer jeito, em qualquer lugar. Eu me recuso a fazer a mesma coisa que ele. Por mais que eu esteja louco de vontade de transar com você, não vou fazer isso hoje. Você merece mais do que só quatro paredes, uma janela e um colchão. [...]


Enxugo o rosto me lembrando de como fui idiota por pensar que ele era diferente, que estava mudado e que não era mais o idiota egocêntrico que eu pensava.

Me lembro das dicas que Alfonsina me deu na noite em que eu e Poncho tivemos nossa primeira vez, em como deixei ela abrir meu guarda-roupa e escolher o que quisesse pra eu vestir. Como fui tonta, Poncho só estava mais uma vez usando Alfonsina pra se aproveitar da situação. Não foi à toa que ele amou o vestido que eu coloquei naquela noite. Alfonsina só escolheu aquele maldito vestido porque ele nunca tinha me visto usando um.

Desisto de voltar a dormir e resolvo sair da cama. Meu estômago ronca e quando chego na cozinha pra comer alguma coisa me surpreendo ao ver Marjorie.

- Ainda acordada?

- Não tô com muito sono. - ela suspira, mexendo a colher dentro da xícara de chá. - E você?

- É difícil dormir quando sua cabeça não para de trabalhar. - suspiro.

- Ainda pensando nele?

Aceno com a cabeça e sinto minha garganta se fechar, de repente perdi a fome.

- Nele e.... Na Fonfon! - suspiro.

Marjorie dá uma risada amarga e toma um gole do seu chá.

- Às vezes me pergunto como a gente não notou a semelhança, principalmente você que namorava ele.

- Ele ficava bem diferente com a maquiagem, as roupas, a lente de contato e os óculos. Sem contar que ninguém chama ele de Alfonso, então nunca me passou pela cabeça que eles fossem a mesma pessoa.

De Repente Amor ✔Where stories live. Discover now