Anahí
Já está de noite e mesmo cansada por ter passado o dia no hospital, não consigo desligar minha cabeça e ir dormir. Tudo bem que são só oito horas da noite, mas pra quem teve um dia tão agitado, eu deveria estar apagada à horas.
Fico mordendo o polegar, enquanto tento resolver se o que estou querendo fazer é certo ou não. Fiquei o dia todo remoendo a mesma coisa no hospital, usando meu tempo lá como desculpa para adiar a situação, enquanto não decido o que fazer.
Sinto que minha cabeça está prestes a pegar fogo. Uma almofada acerta meu rosto e bruscamente sou trazida de volta ao presente.
- Acorda Anahí! - Marjorie debocha. - Natalie te fez uma pergunta.
- Ahn, desculpa, o que você perguntou?
- Quando rola o transplante do seu irmão? Agora que o doador apareceu, quando vão fazer?
- Ah! - me endireito no sofá. - Segunda-feira. Os exames do Kuno estão ótimo e esses dois dias é só o tempo pra ele e meu irmão se prepararem. Tem algumas recomendações que eles precisam seguir.
- Ah tá, poxa que bom que apareceu o doador e foi rápido. Olha sei que você ta chateada com o Herrera e que Dulce e Angelique não me escutem, mas.... Ele mandou super bem, fazendo essa campanha. Você vai ver que daqui a pouco outra criança vai acabar encontrando um doador.
- É eu sei. - sorri.
- Você ainda tá muito magoada com ele, pelo que aconteceu? Desculpa a piada que estou prestes a fazer, mas hoje em dia entendo porque a Marjorie dizia que a Alfonsina era diferente. - Natalie ri. - Não sei se eu teria reconhecido ele, mas que foi estranho e algo inédito ver justamente ele vestido de mulher foi.
- É, ele de Alfonsina era.... Engraçado! - forço um sorriso.
- É dá pra ver que você sente falta. Dos dois. Poncho e Alfonsina. - Natalie sorri.
- Fiquei muito puta com ele quando soubemos de tudo, mas depois desses meses, vendo ele sozinho, triste pelos cantos e tudo que ele andou fazendo, acho que to começando a desculpar ele. Acho que ele não fez por maldade, maldade, mas não vou te obrigar a acreditar e voltar com ele. - Marjorie ergue as mãos.
- Eu confesso que também to começando a acreditar nele, mas eu tenho receio em voltar a namorar com ele. Quando a gente se conheceu meu receio era por quem ele era: Poncho Herrera pegador. Eu levei um tempo pra acreditar que ele realmente gostava de mim e agora.... É por tudo que aconteceu. É difícil você conseguir coragem pra investir em algo que te machucou, ainda mais sendo recente.
- Acho que você tem que pôr na balança até onde vale a pena investir ou não. Se for pra voltar a namorar, mas ficar o resto da vida achando que ele vai te trair de novo ou tudo que ele ta falando é mentira, não compensa. Mas se for pra ir de peito aberto, passar uma borracha nos erros ou usar isso como aprendizado ou crescimento pro namoro, ai vale super a pena. - Natalie pisca pra mim.
- Viu por que estou namorando essa garota? Ela é um gênio! - Marjorie sorri, puxa o rosto da namorada pra perto e a beija. Sorrio invejando-as e felicitando-as ao mesmo tempo.
- Meninas eu preciso fazer uma coisa. Não demoro ta? - respondo me levantando do sofá antes que eu perca a coragem.
- Aonde você vai?
- Eu não vou demorar. - respondo.
Como estamos no outono está um pouco frio lá fora, então coloco meus tênis e um casaco antes de sair.
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De Repente Amor ✔
FanfictionPoncho Herrera. Capitão do time de hóquei, leva uma vida perfeita, regrada à festas, sexo, mordomia, sexo, reconhecimento, mulheres e mais sexo. Ao ser acusado de roubar o próprio time, Poncho é expulso não só do hóquei, mas da república onde vive c...