Capítulo 49

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Alfonso

- Mãe, por favor. - imploro e tomo a peruca das mãos dela.

Minha mãe entra na república e fecho a porta depressa, por precaução passo a chave.

- Por que você está fazendo isso?

- Eu posso explicar mãe, mas primeiro se acalma, por favor.

- Me acalmar? Quando eu trombei com você no jogo eu não quis acreditar que era você, mas quando a Anahí me falou da amiga dela, Alfonsina minha ficha caiu. - ela diz levantando o tom de voz.

- Por favor mãe, não começa a gritar.

- Não me diga o que fazer, Alfonso. Você deveria me agradecer por não ter revelado tudo pra Anahí na hora em que eu me toquei de tudo.

- Por favor, não fala pra ela. Se acalma e me deixa explicar, por favor.

- Eu cheguei a pensar que a Anahí sabia de tudo, que isso fosse algum plano maluco seu e ela estivesse te ajudando, mas quando ela falou desse.... Personagem ridículo que você inventou, eu me dei conta de que ela não fazia ideia de nada. Como foi que ela não te reconheceu ou reconheceu seu nome?

- Acho que eu dei sorte mãe, ela e todo mundo só me chama de Poncho Herrera. - dou de ombros.

- Você ta curtindo com a cara dessa moça? Ou não me diga que há essa altura do campeonato você descobriu que quer se tornar uma garota e andar por ai fantasiado de mulher?

- Não é nada disso mãe, deixa eu explicar. - vou até ela, apoio as mãos em seus ombros e a faço sentar no sofá. - Me escuta primeiro e me julga depois.

- Eu acho bom você ter uma excelente explicação pra esse circo que você armou.

Respiro fundo e começo a contar tudo que aconteceu naquele dia.

- Eu juro pra você que só me vesti de mulher pra entrar na minha república e tentar descobrir quem realmente tinha roubado o dinheiro da viagem. Mas assim que eu pisei lá, os caras e todo mundo na festa começaram a me humilhar, por sorte não me reconheceram, mas derrubaram bebida em mim e me expulsaram da casa. Tive que sair às pressas meu plano deu todo errado.

- Aqueles rapazes são muito burros ou estavam muito bêbados pra não terem te reconhecido.

- Acho que as duas coisas. - sento ao lado dela. - Vim andando até aqui, estava começando a nevar aquela noite e acabei sentando num banco pra descansar um pouco e pensar no que fazer. Eu estava sem dinheiro pra pegar um táxi e voltar à casa do Christian. Foi quando a porta da casa se abriu, a porta dessa casa e a Any apareceu me oferecendo abrigo. Eu pensei em recusar mãe, mas eu estava com frio, tinha sido hostilizado pelos caras, tava me sentindo humilhado, desorientado, sem saber o que fazer e ela foi tão legal comigo... A hora que perguntou meu nome, eu não soube o que inventar e saiu Alfonsina. Ela não desconfiou de nada e eu acabei aceitando passar a noite aqui.

- Por que não contou a verdade no dia seguinte então?

- Porque na época Anahí e todas as meninas dessa casa me detestavam, até hoje a Dulce não vai muito com a minha cara. Eu pensei, no início, em agradecer e simplesmente ir embora, fazer a Alfonsina sumir, mas ai conversando com a Anahí descobri que ela acreditava em mim. Mesmo eu tendo humilhado ela várias vezes, mesmo ela não me suportando e eu achando ela uma chata, ela acreditou em mim e eu percebi que precisava da ajuda dela pra provar minha inocência. Foi ai que eu comecei a usar a Alfonsina pra me aproximar dela, pedi sua ajuda com os poemas e apelei de todos os jeitos pra me aproximar dela. Até me aproveitei de informações que a Any confidenciou à Alfonsina pra ir trabalhar na OTD junto com ela.

De Repente Amor ✔Donde viven las historias. Descúbrelo ahora