Capítulo 64

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Alfonso

Avanço na direção do gol e quando Stephan vem na minha direção, uso meu ombro pra derrubá-lo com força no chão e com a ajuda do meu taco arremesso o disco que vai pra fora do gol.

- Merda! - arremesso meu taco pra bem longe.

- Qual é Poncho, esqueceu que estamos no mesmo time? - Stephan levanta massageando o ombro.

- ALFONSO! - meu pai grita e me viro pra ele. - QUAL É O SEU PROBLEMA?

O time todo me encara, eles sabem muito bem qual é o meu problema, mas por sorte nenhum deles se atreve a fazer qualquer comentário. Se Derrick não tivesse dopado minha namorada naquela festa e por isso sido expulso do time, ele estaria aqui e com certeza faria algum comentário e com certeza eu atravessaria sua garganta com meu taco.

- Sai do ringue. - meu pai ordena. - AGORA! PRO CHUVEIRO!

Saio do ringue sem reclamar porque não estou mesmo com cabeça pra droga de treino nenhum.

- Esfria essa cabeça e depois conversaremos. - meu pai vem com seu tom ameaçador. - E vê se faz essa porcaria de barba. Daqui a pouco vai parecer um mendigo.

Não dou a mínima pra ele e vou na direção do vestiário. Dentro do banheiro dou um murro no azulejo. Não estou com raiva do mundo, estou com raiva de mim, das merdas que eu fiz e descontando no mundo.

Uma semana que Anahí e eu terminamos. Uma semana que minha vida praticamente acabou.

Procuro Anahí na faculdade todos os dias, mas nunca a encontro, assim como não a encontro na OTD. Quando bato na sua porta, ninguém atende. Suas amigas, que eu considero minhas amigas também, me ignoram quando tento puxar papo com elas, ou me hostilizam e me mandam ficar longe da Any.

Mas como eu posso obedecê-las se Anahí é tudo em que consigo pensar? Como posso manter distância, se ficar longe dela tá me matando? Ela é tudo pra mim. Simplesmente não dá para ficar sem ela. E menos ainda, não dá pra deixar a situação assim.

Isso está acabando comigo e conforme os dias passam só fico mais agitado e ansioso. Sinto uma mistura de remorso, com ódio e arrependimento. Não consigo me concentrar nos treinos, não consigo focar nas aulas, não tenho vontade de ficar perto de ninguém. Me estresso fácil e tenho vontade de socar as coisas e a mim mesmo. É de enlouquecer essa angustia, essa espera e a falta de respostas.

Fecho os olhos e deixo a água escorrer pelo meu corpo e se misturar com as minhas lágrimas. As feições de Anahí estão gravadas a ferro atrás das minhas pálpebras. Sempre que fecho os olhos, eu a vejo. Ficar separado dela, é como ficar preso em um pesadelo.

- Por favor, volta pra mim. - sussurro baixinho com as mãos espalmadas no azulejo.

Ela não pode me ouvir, mas isso não me impede de desejar que ela volte e me salve desse inferno.




Anahí

Depois de uma semana relutando decido voltar pra faculdade. Preciso assistir as aulas, preciso esquecer o Alfonso. Sei que vai ser difícil, ainda mais depois que minhas amigas me contaram que todo o campus está achando que foi Alfonso quem terminou comigo, mas de alguma forma vou superar tudo isso. Se eu consegui superar o Oliver e o que ele fez comigo, consigo superar Alfonso também.

Assim que entro no campus ouço os cochichos, sinto as pessoas me encarando. Respiro fundo e decido não dar importância à elas, finjo que elas não estão ali.

De Repente Amor ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora