Capítulo 78

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Anahí

À noite depois de um turno pesado na OTD, guardo minha bandeja e quando me viro pra ir pros fundos do bar trocar de roupa, quase trombo com Maite.

- Any!

- Desculpa. Eu tô distraída. - suspiro.

- Por causa do Alfonso né? Todo mundo não para de falar dele, já perdi a conta de quantas mesas ouvi falar o nome dele. E não só hoje Acho que vai demorar um pouco pro pessoal se acostumar.

- Acho difícil se acostumarem. O rei do hóquei, queridinho do campus tá cego.

- É sério que ele não quis te ver? - Maite pergunta e me acompanha até os fundos.

- Sim. Desde que ele acordou no hospital. Às vezes acho que ele tá fazendo isso porque me culpa pelo acidente.

- Acho que não Any. Acho que ele tem vergonha que você o vejo desse jeito.

- Olívia disse a mesma coisa. - suspiro e tiro meu avental disposta a terminar com o assunto e ir pra casa.

- E ele também me disse. - Maite responde fechando seu armário.

- O que? - volto a minha atenção totalmente pra ela.

- Eu visitei o Alfonso no hospital. Fui pedir desculpas pela forma horrível como o tratei por causa das mentiras do Derrick. Obviamente acabamos tocando no seu nome.

- E o que ele te falou?

- Que está feliz que estejamos de bem outra vez e que... Talvez o melhor no momento seja vocês ficarem longe um do outro.

- Ele te falou mesmo isso?

- Falou, mas não nesse sentido que você está entendendo. Perguntei se ele não gosta mais de você, se acha que a culpa é sua pelo acidente.

- E...?

- Ele disse que a culpa foi dele, que ele foi um idiota por sair dirigindo como um louco, que ele viu o semáforo fechado e mesmo assim avançou e que não precisaria ter saído de moto, senão tivesse baixado a lei pra nenhum cara se aproximar de você. Quando ele me contou isso, eu tive que concordar com ele. - Maite dá de ombros. - Ele falou que o que mais se arrepende, foi de ter inventado essa lei, porque na noite anterior você foi até a república falar com ele e ele sentiu que estava reconquistando você. Que tinha chances outra vez com você, que estava "ganhando" do Kuno.

- Não acredito que eu virei um tipo de competição entre eles. - reviro os olhos.

- Não mais, porque o Poncho entregou os pontos. Diz que não quer que você fique com ele por pena, por remorso, por culpa ou qualquer que seja o motivo. Ele tá muito diferente Any. Não acredita que a cegueira vai ser revertida, não acredita que um dia vai poder voltar a jogar hóquei. Ele me disse que agora é um peso pra família dele, uma decepção pro pai e que não quer ser um peso pra você também. Ele ta torcendo pro Kuno conseguir ficar com você e quem sabe assim te fazer feliz. Palavras dele: "o filho da puta provou que realmente gosta dela, então eles que fiquem juntos".

- Não acredito no que eu tô ouvindo. - dou um soco no armário. - Como ele pode entregar os pontos assim? Desistir desse jeito? Onde está o cara do começo do ano que usou o disfarce de uma mulher pra provar a inocência dele, pra se aproximar de mim? Onde está o Alfonso que enfrentava o pai e defendia os amigos?

- Não sei Any, só sei que ele ta diferente e desculpa não ter te contado essa conversa antes.

- Tudo bem, só estou furiosa com esse comportamento dele e não falo só dele estar me ignorando.

De Repente Amor ✔Where stories live. Discover now