Capítulo 18

4.7K 316 1
                                    


Deixo a floricultura ainda um pouco tonta depois do sexo alucinante com o Caio. Claro que ele insistiu para me levar pra casa, provavelmente estava esperando uma segunda rodada, mas me mantive firme na decisão e voltei sozinha escutando as minhas próprias palavras ecoando na mente TE AMO. Como essas palavras escaparam da minha boca, será que era verdade ou foi apenas empolgação pelo momento. Quem sabe? Agora, o que eu não podia negar é que foi incrível, várias sensações giraram despertadas ao mesmo tempo no meu corpo, lugares que nunca haviam sido tocados foram manipulados com maestria por um homem que sabia exatamente o que estava fazendo.

Cheguei em casa exausta, tomei um banho morno para relaxar os músculos que trabalharam intensamente naquele dia, meu sexo ainda estava dolorido, deliciosamente dolorido, e fui dormir.

No outro dia Vanessa já me aguardava na porta da floricultura para saber as novidades do empréstimo. Seguimos para o escritório, que ainda estava desorganizado pela noite anterior, enquanto ela prepara o nosso café, vou relatando tudo o que tinha acontecido. Encaro Vanessa e a mesma está me olhando com a boca aberta.

- Fala logo, Vanessa. O que você está pensando?

- Acho que as palavras sumiram. - ela diz.

- Vou ajudar você. Não teve como evitar, transamos alucinadamente, fugir não era mais uma opção, o meu corpo ansiava pelo toque do Caio e foi muito bom, não me arrependo.

Vanessa retorna do estado de torpor e pergunta:

- E agora, como vocês ficam?

- Não ficamos, não tenho compromisso com o Caio. Aliás, não tenho e não quero.

- Mas ele não vai sossegar com uma vez apenas.

- Pois é, vou deixar as coisas acontecerem, não quero pensar no futuro. Vou deixar rolar.

- Só espero que ele tenha o mesmo pensamento que o seu, senão, amiga, o cara vai grudar feito carrapato.

- Se isso acontecer, uma conversa franca eu acredito que será o suficiente.

- Tomara, amiga.

- Vai ser.

- Mudando de assunto, Amanda, Fernando nos convidou para curtir um happy hour com ele hoje naquele barzinho novo que abriu, ele gostaria de conhecer você.

- Vamos sim, também quero conhecer o gato que está deixando os olhos da minha amiga brilhando.

- Oba, vou avisar pra ele que vamos encontrá-lo as 19h, pode ser?

- Pode sim. Por acaso, não é esse barzinho que tem apresentação de voz e violão com artistas locais e um karaokê? - pergunto.

- Esse mesmo. - ela responde

- Fechado.

As 19h, estamos em frente ao local aguardando Fernando, que segundo Vanessa estava estacionando o carro. Alguns minutos depois ele chega dando um selinho demorado na Vanessa e me cumprimenta.

- Então é você a Amanda a quem Vanessa tanto fala? – ele diz.

- Sou eu mesma. E você o Fernando a quem Vanessa tanto fala. – digo sorrindo.

- Eu mesmo.

Sorrimos e entramos escolhendo uma mesa perto do pequeno palco que já estava sendo preparado. Pedimos uma rodada de chopp e alguns petiscos para degustar. A conversa fluiu com facilidade; Fernando parecia ser um rapaz bacana, muito comprometido com a loja da família. Nos contou sobre a sua rotina e de seus planos para ampliar os negócios. Vanessa estava babando, verdadeiramente encantada com a objetividade com que Fernando tratava cada assunto.

Algum tempo depois, um jovem músico começou a dedilhar o seu violão e a entoar De Janeiro a Janeiro de Roberta Campos, algumas pessoas acompanharam cantando e os meus pensamentos viajaram para a imagem do Paulo; uma saudade imensa tomou conta do meu coração me deixando imediatamente nostálgica. Admirando Fernando e Vanessa, percebendo a cumplicidade na troca de olhares entre os dois, fui invadida pelas lembranças do nosso amor e uma lágrima solitária insistiu em cair do meu olho.

Quando a música terminou, pedi licença ao casal e fui me recompor no banheiro. Ao retornar, Faroeste Caboclo da Legião Urbana preenchia o ambiente o que me deixou mais animada para curtir o restante da noite.

Conversamos, cantamos , bebemos, nos divertimos muito. Fernando era uma ótima companhia; centrado, divertido. A todo o momento eu observava os pequenos gestos de carinho dele com a minha amiga e isso me fez refletir que algumas vezes as pessoas têm ideias equivocadas do que é necessário para agradar alguém; acho que não são as demonstrações grandiosas, os presentes caros; na verdade são os gestos simples, as atitudes sinceras, as pequenas lembranças de uma frase, uma conversa, uma música que fortalecem as relações que alimentam o amor e facilitam a convivência.

Já era tarde quando decidimos encerrar a noite; deixamos combinado um jantar para o outro sábado na minha casa, com muita massa e vinho. Fernando e Vanessa me levaram ao o meu carro, pois já era muito tarde para caminhar sozinha e os dois retornaram juntos. Nos despedimos e voltei para casa feliz pela minha amiga que parecia ter encontrado alguém especial.

A Tentação do Meu Ex NamoradoWhere stories live. Discover now