Capítulo 19

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Vanessa estava muito estranha no trabalho, calada e quase não me encarava como se eu fosse desconfiar de algo da cara dela. Ela queria me contar alguma coisa, eu já conhecia aquele jeito dela. Mas eu fingia que não notava e continuava na minha apenas olhando para ela de soslaio. Chegou a hora do almoço e fechamos a floricultura. Às 16 horas retornamos e foi quando ela se soltou. Já não aguentava mais esconder o segredinho que guardava.

- Amanda, preciso te contar algo.

- Eu sabia. - respondo. - Já conheço teu jeito, Vanessa.

- Jura? – ela diz.

- Sim.

- Então, ontem à noite, assim que saí da floricultura, me encontrei com a Su, já na esquina de casa. Não sei, mas eu tinha a nítida impressão que ela estava me esperando, tipo aquela pessoa que quer te contar algo, sabe?!

- Sei. – respondi atenta àquela conversa.

Então a convidei pra entrar já que eu estava exausta e doida pra tomar um banho. Ela já entrou se esticando do meu sofá e colocando a perna no braço dele coisa que eu odiava.

- Você tem café? Estou doida para tomar um. – a folgada disse.

- Vou preparar um depois do banho. – disse eu com a toalha nos ombros.

Assim, fui pro banho, deixando até de lavar meu cabelo, pois tinha tirado aquele dia pra isso. Saí, vesti uma roupa íntima e fui para cozinha preparar o café para a madame.

- Menina, preciso te contar um negócio. – ela disse quando eu ia trazendo a bandeja com o café.

- O que foi? Parece um babado forte, você está excitadíssima. – disse servindo o café.

- E é mesmo. Senta aí. – ela falou como se fosse a dona da casa. Me sentei pedindo educadamente para que ela tirasse a perna do braço do sofá.

- Então, dois dias atrás, fui até à casa do Paulo para reclamar de uma nota do meu sobrinho que é aluno dele. Tinha uma questão que eu achei que o Paulo havia se precipitado e fui lhe questionar, pois você sabe que eu sou mesma cara de pau.

- E como sei. – respondi.

- Bati na porta e fui atendido pelo o próprio. "Boa noite, Paulo. Podíamos conversar por uns minutos?", disse a ele. "O que você quer, Su?! Estou meio ocupado corrigindo umas provas", ele respondeu. "Pois é disso mesmo que eu vim conversar com você.

Ele estava notoriamente de cabeça quente, mas eu nem dei trela e fui logo entrando quando ele abriu a porta.

– Vou preparar um café e biscoitos pra você.

- Não, obrigada. Não vou demorar. – respondi. – Eu só queria que você me explicasse uma questão que caiu na prova do meu sobrinho Lucas.

- O lukita?

- Ele mesmo.

- Mas o que foi? A questão está errada, mal formulada, o quê?

- Acredito que você errou na correção. – disse lhe dando a prova e apontando o erro. Notei várias garrafas de uísque pelos cantos da casa, bem como pontas de cigarros e cinzas pelo chão.

- A questão está formulada corretamente, e o Lucas errou. Não há equivoco nenhum.

- Tem certeza? – perguntei.

- Absoluta.

- Nossa! Que vergonha.

- Tudo bem. Você está certa em questionar.

A Tentação do Meu Ex NamoradoWhere stories live. Discover now