Capítulo 24

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Nunca imaginei que sexo pudesse ser feito de forma tão diferente e prazerosa. No momento que o Caio começou a gotejar aquela vela, um desespero tomou conta de mim, pensei, estou presa à mercê de um sádico sem ter como correr ou gritar. Mas foi exatamente o contrário, uma sensação única, indescritível de prazer e dor me levou a níveis incríveis de êxtase. Isso que o chicote não foi usado, segundo o Caio da próxima vez eu não escaparia. Dormimos abraçados a noite toda, acordei com o corpo todo dolorido e quando fui fazer a minha higiene matinal, me dei conta de que não usamos preservativo. Que vacilo, atitude irresponsável a nossa. Tudo bem que eu tomava anticoncepcional regularmente, mas eram as doenças. Caio mesmo me confidenciou que quando morava fora vivia em orgias com mulheres de todos os tipos. A primeira atitude minha quando ele acordou foi ter uma conversa séria sobre isso. Ele disse que fazia exames regularmente e que sempre transava com camisinha com as desconhecidas, como ele alegou. E disse ainda que em outra hora iria refazer o exame e para que eu ficasse mais calma que ele não era nenhum inconsequente. Claro que concordei, eu também precisava refazer os meus e ainda tomar a pílula do dia seguinte para afastar qualquer chance de gravidez.

Voltamos pra Miguel Pereira após o almoço; Caio me deixou em casa e seguiu para o cartório. Não passei na floricultura, conversei com Vanessa apenas por telefone e como estava tudo bem não achei necessário ir até lá.

Depois de desfazer a mala e arrumar tudo, fui me deitar, precisava avaliar esses últimos acontecimentos.

O jantar foi uma situação quase bizarra, primeiro meus pais recebendo o Caio com ironia, depois a minha estranha crise de ciúmes mal disfarçada pelo Paulo e por último quase morri engasgada com a espinha de peixe; se não fosse o Paulo eu estaria deitada na mesa do necrotério numa hora dessas, nossa.

E por falar em Paulo, como ele estava mudado, não só na aparência, mas nas atitudes. Está mais determinado, foi difícil vê-lo com outra mulher, foi como se tudo tivesse fora do lugar e que naquele momento eu deveria estar de braços dados com ele. Mas na verdade eu não tinha direito algum de questionar qualquer atitude dele ou de até pensar sobre isso, pois eu assumi um namoro 01 mês depois de terminar o nosso relacionamento de três anos. Quanta hipocrisia da minha parte criticar o Paulo sendo que ele estava fazendo o mesmo que eu, seguindo em frente.

No meio disso tudo, surge eu e o Caio, o que esperar dessa relação, eu realmente não sabia. Devia confessar, nem que seja para as paredes do meu quarto, que assumi esse namoro porque fiquei com muita raiva de saber que o Paulo transou com a Su. Uma atitude infantil, eu sei, eu sei, precipitada também, ridícula até. Logo eu que disse com todas as letras que não iria assumir nenhum compromisso com ele. Agora eu estava ali, nos braços dele, provando prazeres desconhecidos, exóticos, sádicos.

Mas agora estava tudo feito, e não sabia de verdade se amava seriamente o Caio, eu só sabia que adorava ficar com ele, nossa química era fantástica, ele sabia como fazer uma mulher delirar de prazer. Além disso, ele tinha feito de tudo por mim, fez o empréstimo pra salvar a minha Floricultura, a minha vida; ele sempre me surpreendia com pequenos mimos, lembrando das coisas que eu gostava e sempre me atendendo quando eu telefono.

Não consigo imaginar ainda um futuro com ele. Não vejo o Caio numa casa com varandas, cachorro e filhos chegando no início da noite e dividindo o seu dia comigo. Eu gostava das coisas simples, sentar no chão e me lambuzar de chocolate usando um short desbotado com uma camiseta que já teve dias melhores. O Caio era todo refinado; tinha gostos caros e sempre bem arrumado. Realmente éramos diferentes e só o tempo nos mostraria se conseguiremos encontrar o equilíbrio pra tudo isso. E eu estava disposta a lhe dar todo do mundo. Ah, eu daria sim.

Por enquanto estávamos levando e aproveitando o começo de nosso namoro que é sempre a melhor parte quando estamos na fase das descobertas, e as diferenças são toleráveis.

Vanessa acha tudo isso uma loucura da minha cabeça. Digo a ela que somos todos loucos, não há quem fique quando gostamos de algo e de alguém. No fundo, bem no fundo, eu achava essa loucura estranha, mas eu queria descobrir até onde podia chegar com aquela loucura.

A Tentação do Meu Ex NamoradoWhere stories live. Discover now