Capítulo 1

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P.V.O HELOISA

Ali estava eu e minha irmã entrelaçadas em um abraço cheio de angústia e luto, infelizmente chegou o dia em que minha querida mãe se tornou apenas uma estrela brilhante no céu, olho pra ela dentro do caixão e a vejo com um semblante calmo e suave como quem finalmente tivesse encontrado a verdadeira paz em um descanso eterno. Estava tentando aceitar que aquilo não era um pesadelo terrível ao qual não conseguia me livrar mas meu coração me dizia que ela sempre estaria comigo em todos os lugares e situação me guiando e me protegendo como um grande anjo, apertava minha irmã com força que chorava a ponto de soluçar se eu pudesse pegava toda a dor que ela sentia e tomava ela toda pra mim, não suporto ve lá sofrer, várias pessoas vieram ao velório e muitas disseram palavras de conforto mas mesmo assim nada confortava meu coração, apenas um abraço dela seria capaz de me conforta.

Helo: Vem meu amor.- puxo minha irmã em direção ao carro.- Vamos para a casa.- Olho pra ela e vejo a concordar com a cabeça.

Jade: Ainda não caiu a ficha.- diz abatida.- Parece que quando chegar em casa ela vai olhar pra gente e dizer " ISSO É HORA DAS DONZELAS CHEGAR?" Com as mãos na cintura e batendo os pés. - ri fraco.

Helo: Eu também penso assim.

Mantenho me concentrada na estrada e o caminho para a casa é silencioso, o dia está de luto com a gente, um dia nublado e chuvoso. Assim que chegamos em casa vejo que tem um carro estacionado e um homem abatido sentado na calçada e se não  me engano acho que vi ele de relance  no enterro da minha mãe, peço pra Jade ficar no carro enquanto falo com aquele homem desconhecido.

Helo: Posso ajudar ?.- pergunto educadamente.

Desconhecido: Oi filha.- me olha de forma triste.

Helo: Moço acho que você deve estar sobre o efeito de drogas ou do álcool. - tento esconder a cara de espanto.

Desconhecido: Desculpa por não ter sido um pai presente, fiquei sabendo que sua mãe estava no hospital ontem.- limpa uma lágrima solitária que escorria pelo seu rosto.- quando cheguei aqui era tarde demais e eu ao menos pude me desculpar e me despedir da Agatha.

Helo: Como sabe o nome da minha mãe ?- Olho para o carro e vejo que a Jade observava tudo atentamente.

Ricardo: Me chamo Ricardo, sou seu pai.- diz.

Helo: Não pode ser.- meu mundo desaba.

Ricardo: Posso nao ter sido um pai presente na vida de vocês mais sua mãe fazia questão de sempre me dar notícias sobre vocês duas.- diz e aponta pra Jade que vem em nossa duração.

Jade: Quem é esse homem Helo ?- quando vejo ela já está do meu lado segurando minha mão.

Helo: Nosso pai.- falo de forma seca e ela me olha incrédula.

Ricardo: Oi Jade.- abre um sorriso fraco.- Não queria que nos conhecêssemos no dia que sua mãe faleceu.

Jade: O que veio fazer aqui ?- pergunta irritada e limpa as lagrimas.

Ricardo: A alguns meses sua mãe me contou que estava com câncer, pediu para que eu cuidasse de vocês e que seria uma forma de ficarmos mais próximos.

Helo: Isso é ridículo.

Ricardo: Não queria conhecer vocês dessa forma.

Jade: corrigindo você não queria conhecer a gente.- diz com desprezo.

Ricardo: Vamos embora amanhã de manha.- diz calmo.- se despeça de todos os seus amigos e façam suas malas.

Helo: Não vou poder negociar ?- ele balança a cabeça de forma  negativa.

Jade: Não vou embora com você, a Heloisa pode cuidar de mim, posso começar a trabalhar sempre nos demos bem podemos nos virar sozinhas.- Olho pra ela de forma triste.

Ricardo: Heloisa ainda é de menor e não pode cuidar de ambas.

Abro a porta de casa e vou direto pro quarto, vejo que jade faz o mesmo. Antes de arrumar as coisas na mala eu resolvo tomar um banho quente e relaxante pra refletir sobre tudo que aconteceu e como a minha vida virou de ponta cabeça em menos de 24 horas, a morte da minha mãe me afetou de um jeito inexplicável na qual só consigo sentir  e me culpar por não ter feito mais, me esforçado mais e me dedicado mais para que ela fizesse menos esforço ainda, agora adianta chorar pelo leite derramado, pedi demissão do emprego ontem pra ajudar mais minha mãe em casa e agora nem em São Paulo vou morar  mais, nem terei tempo de me despedir dos meus amigos e se eu não gostar da minha nova casa e até mesmo da mulher do meu "pai", isso mesmo, ouvi ele falar com uma mulher no celular que tenho 100% de certeza que é a esposa  dele. Assim que saio do meu banho, coloco uma roupa confortável e vou para cozinha preparar um lanche desço a escada pulando, assim que chego na cozinha vejo a Jade comendo os dois últimos pedaços de pizza.

Helo: PEGA EM FLAGRANTE.- pulo perto dela e faço uma arminha com a mão.- SE AFASTA DAS PROVAS.

Jade: VOCÊ NUNCA ME PEGARÁ VIVA.- diz e sai correndo com as duas fatias de pizza e se joga no sofá.

Helo: ISSO É O QUE VEREMOS SUA LADRA.- pulo no sofá e pego a outra fatia de pizza.

Jade: Foi a nossa última pizza com ela.- diz segurando as lágrimas.- pelo menos estávamos todas de bem, nos divertimos e contamos nossas loucuras pra ela.

Helo: Verdade.- envolvo ela num abraço aproveitando o momento e mordendo um pedaço da pizza dela.- que delícia. - sorrio.

Jade: HELOOOOOOISA SUA GULOSA.- tenta soar brava mais logo cai na risada.

Helo: te amo dona paz e amor.- Olho pro canto e noto meu pai vendo aquela cena que eu e minha irmã nos encontrávamos.

Continuamos comendo o que encontrávamos na cozinha como duas mortas de fome que tem um buraco negro no lugar da barriga. Embora jade seja um ano mais nova que eu, sempre nos demos muito bem e nossas brigas eram hilárias porque brigamos sempre por comida, Não ficávamos brigadas por mais de dez minutos. Quando finalmente estava á ponto de explodir peguei meu celular e meu fiel amigo fone de ouvido coloquei na música Relação do Pelé milflows e fui arrumar as malas. Depois que coloquei minhas roupas, sapatos e tudo mais de valor pra mim, separei minha roupa pra usar amanhã pra não ter que procurar. Quando estava quase dormindo vi minha porta do quarto abrindo devagar e aparecer a cabeleira da Jade toda bagunçada que parecia uma vassoura velha.

Jade: posso dormi com você ? Por favor.- me olha com cara de cachorro abandonado.- prometo não ocupar muito espaço.

Concordo e ela deita comigo em questão de minutos estávamos dormindo.

Amor e ÓdioWhere stories live. Discover now