Grego on
Já se faz um mês em que eu e a Heloisa não nos falamos, mesmo morando na mesma casa a gente mal se ve e muito menos se fala. O máximo que a gente faz é dar uma troca de olhares rápidos quando a gente se esbarra na madrugada. Não vou negar que quando vejo ela com aquele pijama curto e soltinho nela a minha vontade é de coloca lá na mesa e fazer loucuras com ela.
Eu estava tendo um dia tenso, Dedé invadiu meu morro dois dias seguidos e quase não resistimos, minha cabeça tá a milhão com os problemas que parecem se tornar uma bola de neve. Japa e Rafa estão cada vez mais tenso, japa está mais próximo de mim do que nunca enquanto o rafa se distanciou completamente. Ele deve estar magoado com alguma coisa ou melhor, comigo. Sou arrancando dos meus pensamentos com o barulho do rádio.
Rádio on
Grego: Fala porra.
Vapor: Chefe, poderia vim aqui na entrada do morro pra resolver uma parada?- Diz meio nervoso.
Grego: O que tá pegando aí ?- ordeno uma explicação.
Vapor: Tem um play aqui querendo subir a qualquer custo.
Grego: tô indo, da uma segurada ai.
Rádio off
Pego minha moto e vou como um raio para a entrada do morro. Assim que chego lá os meus punhos fecham e meus dentes trincam, uma raiva carregada de ciúmes percorre por minhas veias e logo após escuto uma voz arrepiar todos os pelos do meu corpo.
Helo: O que tá acontecendo aqui ? Porque não deixaram o Sérgio subir ?- esbraveja.
Grego: Porque o morro é meu e só entra quem eu quero. - Arqueio a sobrancelha e olho pro Sérgio que encara a Helo encantado.
Helo: Hahaha, você não manda nem nas suas cuecas.- da uma risada debochada.
Vejo o vapor abaixar a cara escondendo o riso e o Sérgio fica vermelho com o rumo que conversa está tomando.
Sergio: A gente se vê outro dia amor.- Diz meio sem graça.
Helo: Não.- bate o pé e vai até ele.- Vamos que eu quero ver quem vai te barrar nessa porra.- puxa ele e da as costas pra mim
Grego: Eu to ficando mole, Não tô tendo moral na minha própria favela.- dou risada.
Vapor: Desculpa chefe mais foi sua culpa ter dado moral demais pra ela.- da os ombros e volta pro seu posto.
Subo na moto e vou em direção pra boca. Assim que eu chego vou para meu escritório e tiro um fininho da gaveta, era tudo que eu precisava pra relaxar a mente e deixar os problemas de lado por que minutos. Depois de um tempo curtindo minha tranquilidade eis que o diabo manda seu servo vim testar minha fé, Sarah entra pela porta e senta na mesa.
Sarah: Quando você irá me assumir ?- Diz com o semblante sério.
Sim, eu estava ficando com a Sarah. Depois de umas semanas o Malaquias resolveu colaborar e eu passei a rola nela.
Fico em silêncio e ela se incomoda.
Sarah: Você ainda tem esperança- Diz com raiva.- por isso não quer me assumir. - diz com a voz trêmula.
Fico sem reação e meu coração parece pular pela boca, pela primeira vez ela disse algo que mexeu comigo e que era verdade, a única coisa que eu não podia negar e nem fugir. Eu estava completamente enlouquecendo com a ausência da Helo e a cada dia que se passava minhas esperanças iam por água a baixo com o afastamento dela.
Grego: Não é verdade.- minha voz sai trêmula me entregando total.
Sarah: Você tem esperança que ela vá deixar o príncipe encantado pra ficar com você.- Diz furiosa.- Confessa grego, você não quer assumir pra não piorar sua convivência com ela e nem estragar qualquer possibilidade de voltarem.- Ela me fuzila com o olhar.
Grego: Eu até te assumiria mas você não faz por onde.- tento amenizar a situação e não ter que lidar com a minha realidade.
Sarah: Você sabe que isso não é verdade. Você não quer me assumir porque eu não sou a Heloisa, essa garota vai ser sua desgraça amorzinho, não vê?- Ela choramingar.
Grego: ela nunca me fez mal.- dou de ombros e tento não encara la.
Sarah: Enquanto você tá aí esperando a princesinha, ela tá lá com o príncipe dela fazendo sabe lá o que enquanto eu estou aqui tentando ser parte da sua vida.- Ela me abraça e me da um selinho.
Meu estômago revira não consigo pensar e nem falar nada, eu estava atordoado com toda a situação. Sarah ficou um tempo comigo e rolou uma pegação de leve, não conseguimos fazer mais que uns beijos e mãos bobas, meus pensamentos estavam todos na Heloisa e no que ela estaria fazendo. Fiquei na boca até altas horas da noite, estava tão ocupado com as drogas, pagamentos, armamentos e estratégias que acabei que nem vi a hora passar. Se for pra ser bandido que seja um bandido determinado e inteligente né ?
Vou pra casa sem ao menos saber que horas são. Quando chego vejo que está tudo escuro, procuro o relógio que marcam 01:38 da manhã. Vou para o meu quarto, tomo um banho gelado e coloco uma cueca e uma bermuda confortável. Pego meu baseado que estava em cima da cabeceira e acendo, vou pra cozinhar pegar um suco e curti minha brisa ao ar livre. Assim que chego na cozinha me deparo com uma silhueta que eu reconheceria em qualquer lugar e que era impossível não, sinto meu Malaquias dar sinal de vida. Resolvo dar as costas e fingir que não a vi.
Helo: Henrique ?- me chama baixinho.
Minha pele arrepia, meu coração acelera e meu corpo esquenta. Como ela pode me deixar assim só de falar meu nome ?
Grego: Não queria te atrapalhar, só vim pegar um pouco de suco. - minha voz parece sumir ao poucos.
Helo: E porque não faz isso ? Eu não mordo.- Ela revira os olhos e da as costas sentando na bancada.
Grego: Já te disse Heloisa, vai acabar ficando sem olho de tanto que revira.- olho pra ela e a vejo tentandk esconder o sorriso.
Helo: Você falando assim parece que eu reviro os olhos 24 horas por dia.- da um sorriso debochado.
Grego: Mais revira mesmo.- dou risada e quando dou por minhas algumas palavras inoportunas saem da minha boca sem permissão. - Como vaai você e o seu namorado ?- meu coração se aperta e percebo que estou tenso com a resposta.
Helo: Ele não é meu namorado, a gente só ta se conhecendo.- Ela fala deixando transparecer o incômodo em sua voz.
Grego: estão se conhecendo a um mês?- tento rir mas minha boca parece amargar impedindo que eu risse.
Helo: É que eu não quero cometer o mesmo erro.- E então ela soltou o veneno que tanto prendia.
Nesse momento eu não sabia o que responder e nem pra onde olhar, sinto meu coração ser esmagado e começo a ter a sensação que tinha levado um tiro. Olho de relance para ela e percebo que ela me encara com um olhar de arrependimento, dou as costas e desisto de pegar o suco, aquilo era demais pra mim. Ela conseguia ser minha cura e ao mesmo ter ser a que me fere.
Helo: Desculpa, não queria ter falado aquilo. - sua voz parece um sussurro e meio amarga.
Grego: Não me afetou se é isso que se passa na sua cabeça.- falo em um tom grosseiro.
Helo: Eu sei que não.- Ela da as costas para mim e volta a sentar na bancada com a cabeça baixa.
Eu ainda vou enlouquecer com a presença dela aqui.
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Amor e Ódio
Teen FictionCapa do livro feita pela @Gabrielavolsi230805 Heloísa é uma jovem que mora em São Paulo e tem uma vida típica de princesa mais por alguns acontecimentos infelizes ela tem que ir morar no Rio de Janeiro com seu pai no qual ela nunca teve contato ant...