capítulo 26

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Grego on

Já se faz um mês em que eu e a Heloisa não nos falamos, mesmo morando na mesma casa a gente mal se ve e muito menos se fala. O máximo que a gente faz é dar uma troca de olhares rápidos quando a gente se esbarra na madrugada. Não vou negar que quando vejo ela com aquele pijama curto e soltinho nela a minha vontade é de coloca lá na mesa e fazer loucuras com ela.

Eu estava tendo um dia tenso, Dedé invadiu meu morro dois dias seguidos e quase não resistimos, minha cabeça tá a milhão com os problemas que parecem se tornar uma bola de neve. Japa e Rafa estão cada vez mais tenso, japa está mais próximo de mim do que nunca enquanto o rafa se distanciou completamente. Ele deve estar magoado com alguma  coisa ou melhor, comigo. Sou arrancando dos meus pensamentos com o barulho do rádio.

Rádio on

Grego: Fala porra.

Vapor: Chefe, poderia vim aqui na entrada do morro pra resolver uma parada?- Diz meio nervoso.

Grego: O que pegando ?- ordeno uma explicação.

Vapor: Tem um play aqui querendo subir a qualquer custo.

Grego: indo, da uma segurada ai.

Rádio off

Pego minha moto e vou como um raio para a entrada do morro. Assim que chego lá os meus punhos fecham e meus dentes trincam, uma raiva carregada de ciúmes percorre por minhas veias e logo após escuto uma voz arrepiar todos os pelos do meu corpo.

Helo: O que tá acontecendo aqui ? Porque não deixaram o Sérgio subir ?- esbraveja.

Grego: Porque o morro é meu e só entra quem eu quero. - Arqueio a sobrancelha e olho pro Sérgio que encara a Helo encantado.

Helo: Hahaha, você não manda nem nas suas cuecas.- da uma risada debochada.

Vejo o vapor abaixar a cara escondendo o riso e o Sérgio fica vermelho com o rumo que conversa está tomando.

Sergio: A gente se vê outro dia amor.- Diz meio sem graça.

Helo: Não.- bate o pé e vai até ele.- Vamos que eu quero ver quem vai te barrar nessa  porra.- puxa ele e da as costas pra mim

Grego: Eu to ficando mole, Não tô tendo moral na minha própria favela.- dou risada.

Vapor: Desculpa chefe mais foi sua culpa ter dado moral demais pra  ela.- da os ombros e volta pro seu posto.

Subo na moto e vou em direção pra boca. Assim que eu chego vou para meu escritório e tiro um fininho da gaveta, era tudo que eu precisava pra relaxar a mente e deixar os problemas de lado por que minutos. Depois de um tempo curtindo minha tranquilidade eis que o diabo manda seu servo vim testar minha fé, Sarah entra pela porta e senta na mesa.

Sarah: Quando você irá me assumir ?- Diz com o semblante sério.

Sim, eu estava ficando com a Sarah. Depois de umas semanas o Malaquias resolveu colaborar e eu passei a rola nela.

Fico em silêncio e ela se incomoda.

Sarah: Você ainda tem esperança- Diz com raiva.- por isso não quer me assumir. - diz com a voz trêmula.

Fico sem reação e  meu coração parece pular pela boca, pela primeira vez ela disse algo que mexeu comigo e que era verdade, a única coisa que eu não podia negar e nem fugir. Eu estava completamente enlouquecendo com a ausência da Helo e a cada dia que se passava minhas esperanças  iam por água a baixo com o afastamento dela.

Grego: Não é verdade.- minha voz sai trêmula me entregando total.

Sarah: Você tem esperança que ela vá deixar o príncipe encantado pra ficar com você.- Diz furiosa.- Confessa grego, você não quer assumir pra não piorar sua convivência com ela e nem estragar qualquer possibilidade de voltarem.- Ela me fuzila com o olhar.

Grego: Eu até te assumiria mas você não faz por onde.- tento amenizar a situação e não ter que lidar com a minha realidade.

Sarah: Você sabe que isso não é verdade. Você não quer me assumir porque eu não sou a Heloisa, essa garota vai ser sua desgraça amorzinho, não vê?- Ela choramingar.

Grego: ela nunca me fez mal.- dou de ombros e tento não encara la.

Sarah: Enquanto você tá aí esperando a princesinha, ela tá lá com o príncipe dela fazendo sabe lá o que enquanto eu estou aqui tentando ser parte da sua vida.- Ela me abraça e me da um selinho.

Meu estômago revira não consigo pensar e nem falar nada, eu estava atordoado com toda a situação. Sarah ficou um tempo comigo e rolou uma pegação de leve, não conseguimos fazer mais que uns beijos e mãos bobas, meus pensamentos estavam todos na Heloisa e no que ela estaria fazendo. Fiquei na boca até altas horas da noite, estava tão ocupado com as drogas, pagamentos, armamentos e estratégias que acabei que nem vi a hora passar. Se for pra ser bandido que seja um bandido determinado e inteligente né ?

Vou pra casa sem ao menos saber que horas são. Quando chego vejo que está tudo escuro, procuro o relógio que marcam 01:38 da manhã. Vou para o meu quarto, tomo um banho gelado e coloco uma cueca e uma bermuda confortável. Pego meu baseado que estava em cima da cabeceira e acendo, vou pra cozinhar pegar um suco e curti minha brisa ao ar livre. Assim que chego na cozinha me deparo com uma silhueta que eu reconheceria em qualquer lugar e que era impossível não, sinto meu Malaquias dar sinal de vida. Resolvo dar as costas e fingir que não a vi.

Helo: Henrique ?- me chama baixinho.

Minha pele arrepia, meu coração acelera e meu corpo esquenta. Como ela pode me deixar assim só de falar meu nome ?

Grego: Não queria te atrapalhar, só vim pegar um pouco de suco. - minha voz parece sumir ao poucos.

Helo: E porque não faz isso ? Eu não mordo.- Ela revira os olhos e da as costas sentando na bancada.

Grego: Já te disse Heloisa, vai acabar ficando sem olho de tanto que revira.- olho pra ela e a vejo tentandk esconder o sorriso.

Helo: Você falando assim parece que eu reviro os olhos 24 horas por dia.- da um sorriso debochado.

Grego: Mais revira  mesmo.- dou risada e quando dou por minhas algumas palavras inoportunas saem da minha boca sem permissão. - Como vaai você e o seu namorado ?- meu coração se aperta e percebo que estou tenso com a resposta.

Helo: Ele não é meu namorado, a gente só ta se conhecendo.- Ela fala deixando transparecer o incômodo em sua voz.

Grego: estão se conhecendo a um mês?- tento rir mas minha boca parece amargar impedindo que eu risse.

Helo: É que eu não quero cometer o mesmo erro.- E então ela soltou o veneno que tanto prendia.

Nesse momento eu não sabia o que responder e  nem pra onde olhar, sinto meu coração ser esmagado e começo a ter a sensação que tinha levado um tiro. Olho de relance para ela e percebo que ela me encara com um olhar de arrependimento, dou as costas e desisto de pegar o suco, aquilo era demais pra mim. Ela conseguia ser minha cura e ao mesmo ter ser a que me fere.

Helo: Desculpa, não queria ter falado aquilo. - sua voz parece um sussurro e meio amarga.

Grego: Não me afetou se é isso que se passa na sua cabeça.- falo em um tom grosseiro.

Helo: Eu sei que não.- Ela da as costas para mim e volta a sentar na bancada com a cabeça baixa.

Eu ainda  vou enlouquecer com a presença dela aqui.

Amor e ÓdioWhere stories live. Discover now