capítulo 59

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Grego on

Acordo com uma puta dor de cabeça, ela parecia estar a ponto de explodir. Desde o acontecido de ontem ninguém fala comigo, muito menos Sarah, desde que chegamos no morro ela me evitou de todas as formas possíveis. Levanto da cama  e vou pro banheiro, abro a torneira da pia e jogo aquela água fria meu rosto, escovo os dentes e me dou uma olhada no espelho pra ver se eu estava muito acabado apesar de me sentir um lixo.

Desço as escadas e vou em direção a cozinha, não havia nada pra comer. Ainda não me acostumei com a falta da Heloisa aqui em casa, era sempre ela que colocava a casa em ordem e nunca, jamais, em momento algum deixava faltar comida nessa casa. O que minha irmã gastava com maquiagens e roupas, Heloisa gastava com comida. Sinto um aperto no coração, a saudade  me nocauteia e por uns instantes minha dor de cabeça para e minha mente começa a repassar todas nossas lembranças juntos. De repente me pego imaginando a primeira vez que ela dormiu aqui em casa, era de madrugada e ela estava com um pijama de deixar qualquer um maluco, era como um convite. Um mexia com o outro mas ninguém admitia o que sentia, lembro me dos beijos daquela noite, do dia que ela ficou nua na minha frente e a Let apareceu a procura dela. MALDITA HORA QUE ELA APARECEU resmungo mentalmente.  Só de pensar naquele corpo me proporcionando prazer, naqueles olhos verdes e naquele jeito marrenta de dona encrenca já me faz arrepiar até os pentelhos do meu saco.

Como não havia nada pra comer, penso em ir pra minha mãe e de lá já ir pra boca. Pego minha arma e coloco na cintura, coloco a  primeira camiseta que vejo e vou.

(...)

Minha mãe nunca foi de me tratar de forma estranha, mesmo sabendo das coisas que eu faço e até mesmo das mulheres que eu pegava ela nunca foi de me evitar ou de me tratar de indiferente. Ela não parecia contente comigo ultimamente o que me deixa ainda mais magoado.

Grego: Você tá bem, mãe ?- pergunto.

Mãe: Esta tudo ótimo Henrique. - ela responde de forma seca.

Grego: O que  anda te incomodando dona  Carla? você não é assim.-digo preocupado.

Mãe: Você quer saber  mesmo? então vamos la.- Ela faz uma pausa antes de começar.- O fato de você ter virado as costas pra sua mulher quando ela mais precisou de você, porque aquela vadia fez com que ela perdesse meu primeiro netinho, as coisas que você fez com aquela moça me incomodam. Você está indo tão bem meu filho, o que deu errado ? Heloisa te fazia um bem tão grande e como você a retribuiu ? Com dor, magoa e humilhação. Esse não é o menino que  criei e eduquei. Seu pai estaria decepcionado com você assim como eu.- vejo os olhos da minha mãe encherem de lágrima.

Grego: Mãe...- ela faz um sinal para que eu pare de falar.

Mae: Coma meu filho, você está magro demais depois que Heloisa se foi. Vou na padaria do seu Jorge, preciso de algumas coisa.- da um desculpa.

Grego: quer ajuda mãe ?- me levanto.

Mae: dispenso a sua ajuda Henrique.- diz e sai andando.

Nunca  imaginei que o meu fim com a helo fosse  atingir tanto a minha mãe, a cada palavra dita por minha mãe era como se fosse um tapa na cara que eu levava dela. Estava óbvio que ela não estava satisfeita com isso e que não ficaria feliz de saber das coisas horríveis que fiz helo passar. Termino de comer e vou limpar o que sujei. Com a mente a  milhão eu vou para a boca cuidar dos meus corres porque isso aqui não é só cordão de ouro e baile.

Chego na boca e os moleques estão todos de  cara feia mas nenhum ousa falar comigo muito pelo contrário, parecem me ignorar. Não é novidade pra ninguém que todos ali amam a Heloisa até porque do jeitinho dela ela acaba conquistando todo mundo, tendo o respeito até dos meus rivais. Como é que pude deixar isso acontecer ? Como é que perdi a minha vida de um minuto pro outro ? Perdi minha mãe, amigos, irmã, filho e esposa em tão pouco tempo que não tenho psicológico para lidar com tudo isso, a única coisa que me acalmaria estava bem a minha frente. Sento na minha cadeira e começo a dexavar minha maconha, quando termino eu bolo um finin e taco fogo. Tudo que eu precisava. Faço a conta do salário dos meninos e vejo quem tá na atividade e quem na tá preguiça  que vai dançar logo logo, vejo o que falta nas drogas para que eu possa repor. Começo a organizar o próximo roubo a um banco e quem vou levar comigo, meu cigarro de maconha acaba e ainda não estava satisfeito, ainda sentia um vazio, um lixo, uma bosta qualquer. Não contente eu faço fileirinhas de pó na mesa, pego uma nota de cem e enrolo e logo cheiro tudo, pego o outro finin que tinha bolado e taco fogo novamente, deixo que a brisa me leve para um lugar bem longe desse inferno no qual eu me  meti.

Amor e ÓdioWhere stories live. Discover now