No dia seguinte, entrei no carro sem ter ideia de qual seria o destino, já que Ian não revelou nada sobre o que faríamos.
Ele colocou uma música alta de Ícaro Tramontini, o que me fez sorrir e afundar todo torto no banco, sem me importar mais com a minha postura, que costumava ser situante e ereta.
Encostei a cabeça na janela mesmo batendo a testa toda hora no vidro, devido ao carro que chacoalhava exageradamente por conta dos buracos na terra batida e fechei os olhos sabendo que Ian tinha ajustado o vidro para me encarar, revezando entre a estrada e o espelho.
— Você fica lindo dormindo, sabia? — indagou Ian, me fazendo abrir um olho e contorcer meu rosto numa careta. — Eu poderia ficar vendo você dormir o dia inteiro.
— Como você é meloso — Sacudi a cabeça e me recompus, desistindo da soneca. — Consigo ver o mel saindo de seus lábios.
— Quer sentir o gosto? — perguntou fazendo um biquinho para o espelho, me obrigando a revirar os olhos.
— Para onde vamos exatamente?
— Vários lugares — Ele mordeu o lábio como se os selasse.
''Grande ajuda!'' pensei, voltando a posição anterior, mas sem fechar os olhos.
Paramos numa loja de roupas, o que me deixou um pouco confuso, pois era uma loja de roupas infantis. Fiquei com a pulga atrás da orelha quando ele abriu a porta do carro para que eu saísse.
Era o aniversário dele, não fazia sentido nós dois estarmos ali. Pensei que ele iria me levar para um lugar incrível para vermos o pôr do sol ou até mesmo nos beijarmos na sombra de uma árvore.
— O que viemos fazer aqui?
— Comprar roupas! — exclamou o óbvio.
— De criança — questionei, desconfiado. — Ian, você tem filho?
— Não que eu saiba — Ele riu, dando de ombros. — Você vai ver quando chegar a hora.
Puxou-me pelo braço e me arrastou até a loja, animado como se fosse um parque de diversões. Além disso, começou a colocar várias roupas de crianças em uns cestos, roupas que ele escolheu a dedo misturando os gêneros. Roupas de meninos com carrinhos e de meninas com bonequinhas, que franziu um pouco o cenho quando as viu, mas colocou no cesto mesmo assim.
Ergui um vestido florido maravilhoso para ele a fim de fazer algo de útil, mas tudo o que recebi em resposta foi uma cara de nojo. Não entendi direito o porquê, era um vestido lindo, do tipo que eu gostaria de ver a minha filha vestindo.
Levamos muitas roupas e fiz questão de pagar por todas elas, mesmo sem saber o que o aniversariante iria fazer com elas.
Depois fomos para uma loja de brinquedos e novamente compramos tantos brinquedos que fiquei me perguntando se aquilo de fato caberia do carro.
YOU ARE READING
Feche a porta quando sair ✅
RomancePLÁGIO É CRIME! É proibida a distribuição e reprodução total ou parcial desta obra sem autorização prévia do autor. Noah Chevalier tinha um plano: iria se casar, ter uma filha e assumiria o posto de rei da Ilha das Flores como sempre sonh...