Capítulo 53 - Sentiu saudades de mim?

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Noah

— Heim? — insistiu, quando não conseguiu arrancar resposta alguma de mim durante aquele curto espaço de tempo. 

— E-e-eu s-s-saí com Nathan — Senti o sangue fugir de meu rosto conforme eu gaguejava, atropelando as palavras. 

— Nathan? — Ela enrijeceu, se mostrando nada satisfeita com a minha confissão. — Vocês tem um caso Noah? Será que não consegue se portar como homem uma só vez e segurar essa coisa que você tem na calça? 

— Eu não tenho nada com ele, mamãe — gani, tentando fazer com que ela se tocasse disso. — É sério, ele nem faz meu tipo...

Helena me pegou pelo queixo com força, me penetrando com seus olhos de águia muito intimidadores. 

— Espero mesmo, não estou a fim de demitir mais um idiota — grunhiu, me soltando por um segundo antes e me pegar pela mão e me puxar escada acima.

Sem poder protestar, eu a segui com as minhas botas imundas sujando todo o tapete vermelho, só que nem me importei, já que eu não era eu quem iria limpar mesmo.

Chegamos até a porta do meu quarto e ela me levou para dentro, olhando para os lados discretamente antes de entrar, trancou a porta enquanto eu sentia o caroço chegar a minha garganta, me impedindo de engolir em seco.

Eu tinha esquecido os remédios dentro do carro e torci para que me lembrasse de pedir a Nathan para trazê-los. Porém, nem mesmo se eu pedisse conseguiria me livrar daquela cena que estava prestes a se desenrolar diante de mim, comigo sóbrio.

Sentei-me na cama, tirando as botas de forma mecânica, enquanto minhas mãos tremiam violentamente, meu corpo suava de nervosismo e logo a minha primeira vez com Ian invadia a minha mente, fazendo com que eu me sentisse um pouco melhor. Não me senti sujo quando ele me tocou, não era como se estivesse me violando, eram carícias boas, toques bons, faziam eu me sentir mais feliz, mais homem.

Fechei os olhos para não ter que olhar para a minha mãe, que se despia diante de mim como se eu fosse gostar daquilo.

Senti uma mecha de seu cabelo roçar em meu ombro enquanto seus lábios molhados iam de encontro aos meus e fechei os olhos com mais força, tentando forçar as lágrimas a voltarem para dentro. 

— Não sei o que estava acontecendo — sussurrou ela, tirando a minha camisa com apenas um movimento preciso. — Faz tempo que não brincamos, meu amor, já estava com saudades de você. 

Não chore, Noah...

Seja forte.

Seja homem.

Homens não choram...

Não se esqueça disso.

— Estava com saudades de mim, meu amor?

— É claro, mamãe — Minha voz saiu tremida, embargada. 

— Não está sendo um bom menino ultimamente — ela falou, me agarrando por trás enquanto passava a língua pelo meu pescoço. — Não gosto de dividi-lo com ninguém, você é só meu, entendido?

— Sim, mamãe.

Com o coração estraçalhado e batendo a mil por hora, tentei aprisionar todas as mágoas, todas as cicatrizes dos abusos. Ela merecia mais do que meu pai podia oferecer, se bobear ele estava no outro quarto transando com a minha noiva. Eu era tudo o que ela tinha, era a minha obrigação dar prazer a ela, aguentar calado cada uma daquela coisas e fingir gostar daquilo, para poder vê-la feliz. Todo filho gosta de fazer a mãe feliz, não é?

Feche a porta quando sair ✅Where stories live. Discover now