Capítulo 55 - Foram ordens da rainha

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Noah

— O que diabos está acontecendo? — Kevin reclamou, aparecendo na soleira da porta com o controle remoto ainda em mãos. — Vocês disseram que queriam falar com o meu irmão, não falaram nada sobre prendê-lo.

— Foram ordens da rainha — informou um policial barbudo, que segurava o seu cinto como se estivesse orgulhoso dele. 

— Ele não fez nada — rosnei, começando a ficar irritado.

— Ele foi pego em flagrante — O cara puxou Ian com força para que ficasse ereto e vesti as minhas calças embaixo das cobertas no intuito de levantar e acabar com aquela palhaçada. 

Como a minha mãe foi capaz de fazer uma coisa daquelas? Logo ela que fazia coisas ainda piores, coisas que me traumatizaram, que tiraram as cores da minha vida gradativamente e quando tive a oportunidade de ser finalmente feliz, ela teve a pachorra de tirar isso de mim como se eu fosse propriedade dela.

‘‘Você é meu, Noah’’, a voz ela ecoava em alto e bom som na minha mente perturbada repleta de memórias frias como aquela.

— Tirem as mãos dele, seus idiotas!

— Príncipe — alertou, meio entediado, como se estivesse lidando com uma criança birrenta e não tivesse permissão para bater nela. — É melhor se afastar, nos vemos na delegacia com a presença da rainha para prestar depoimento sobre o caso.

— Que caso? Ele não corrompeu ninguém — Corromper era uma palavra tão feia que fiz uma careta ao pronunciá-la. — A única coisa corrompida é a mente de vocês. Tratem de soltá-lo antes que...

Nem sequer me ouviram, simplesmente saíram pela porta levando Ian junto. Eu ia correr, mas Kevin me segurou, com as mãos tremendo.

— O que você fez, garoto? — grunhiu, os olhos praticamente em chamas. — Porque meu irmão está sendo preso?

Olhei para ele, que me pegou pelo braço de maneira firme e quando me contorci a fim de me livrar dele, vi a marca de seus dedos em minha pele, onde esfreguei, não gostando daquele contado nada amigável.

— Eu não sei — falei pausadamente, indignado. — Mas vou descobrir e soltá-lo.

— Não vou deixar meu irmão apodrecer por sua causa — alertou, com os dentes cerrados assim como os punhos. — Resolva isso ou eu irei, não vou perder o Ian.

— Não vamos perder o Ian — prometi, soando desesperado, tão desesperado que nem sequer peguei a minha roupa de volta, fui de calça até o carro, com o peito nu e Nathan me olhando de maneira estranha, um pouco incomodado.

Kevin estava no batente da porta da frente, de braços cruzados e parecendo que iria estrangular a primeira pessoa que olhasse diretamente para ele, estava me fuzilando com os olhos como se fosse comer meu fígado. 

— Vamos logo para o palácio, o Ian foi preso, tenho que resolver isso agora mesmo! — Nem esperei ele abrir a porta, eu mesmo fiz isso e entrei batucando no vidro com ansiedade. 

Eu tinha que tirar essa história a limpo.

                                                        *******

Chegamos após um tempo relativamente longo e corri antes mesmo que Nathan desligasse o carro devidamente. Entrei, subindo as escadas ferozmente ignorando os olhares dos seguranças que me encaravam de maneira estranha por eu estar praticamente seminu e irrompi a porta do quarto dos meus pais, que para a minha surpresa, estava vazio. 

Com o coração quase saindo do peito, fui até o meu, me sentindo derrotado. O que eu podia fazer? Era madrugada, ninguém estava acordado, porém isso não explicava o quarto dos meus pais estar vazio. 

Feche a porta quando sair ✅Where stories live. Discover now