Capítulo 28 - A dor fazia parte da vida

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Eu poderia muito bem ter ido até o Ian e chorado em seus braços, mas não estava com paciência e nem com estrutura para ser ignorado por ele. Apenas fui até o meu quarto sem me dar ao trabalho de trancar a porta e chorei mais do que um dia pensei em chorar.

Ouvi quando alguém a abriu e entrou, mas nem sequer ousei tirar a cara do travesseiro.

— Noah — Mel falou e sua voz parecia tão distante que me fez querer chorar ainda mais. O pior de tudo era que eu nem sabia exatamente o porquê de eu estar chorando, já que eu não sentia absolutamente nada por ela. — Eu não queria te magoar, me sinto uma pessoa horrível — continuou, sentando na minha cama como se tivesse sido convidada.

— Está trepando com o meu pai, e daí? — funguei me sentindo um idiota por um usar um linguajar daquele, mas cansei de ser formal até quando não tinha necessidade disso. Era impossível manter a postura impecável de príncipe vinte e quatro horas por dia. — Não é como se isso me incomodasse.

— Está chorando — Não tinha amor nenhum vindo dela como eu pensei que tinha quando ela me beijava e agarrava, mas sim um carinho que sequer notei antes, algo diferente do amor romântico.

— Ando chorando antes mesmo de te conhecer e você só foi mais um motivo para que eu chorasse ainda mais! — extravasei, sem de dar conta de que eu podia acabar falando demais. — Não amo você, Mel e provavelmente nunca vou amar.

Assim que deixei as palavras escaparem, me senti muito mal pela maneira rude com a qual despejei aquela verdade digna de um tapa na cara. Porém para a minha surpresa, Melanie simplesmente suspirou de alívio e sorriu.

— Eu sei — murmurou ela, chegando mais perto para acariciar meus cabelos exatamente como minha mãe fazia, mas não tinha as segundas intenções dela, o que era estranho porque na noite anterior ela estava cheia de segundas intenções comigo. Era como se tudo não tivesse passado de uma farsa e agora ela fosse quem realmente era, chegava a ser estranho.

— Sabe? — questionei um tanto apreensivo.

— Sim, entendi ontem à noite, quando estávamos juntos.

— Tá falando do meu...? — Me interrompi, sentindo o rosto ficar vermelho. Então ela tinha notado. E eu achando que tinha conseguido enganá-la, mas era quase impossível já que estávamos nus.

— Sim — ela soltou uma risadinha, que surpreendentemente não soou irritante. — Também sei sobre o Ian.

— Ian? — quase gritei. Ouvir o nome dele saindo dos lábios dela me provocou uma espécie de choque. Como assim ela sabia? Ninguém sabia de droga nenhuma! — Do que está falando?

— Gosta dele, não é? — Não foi uma acusação, mas sim como se ela já soubesse a resposta e quisesse apenas confirmar, mas ainda assim hesitei em responder, tanto que permaneci calado até que ela voltasse a falar para quebrar o silêncio constrangedor que se seguiu. — Devo ter estragado tudo entre vocês.

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