Capítulo IV

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Acordo com Rebecca me chamando. Já estava um pouco tarde. Tomei banho, vesti o vestido creme que Suzan escolheu e esperei que elas terminassem de me arrumar. Desci para o café, fui para aula de etiqueta da qual já estava nos dias finais. Olívia estava orgulhosa de como aprendi tudo rápido. O rei e a rainha também, e... Caleb estava mais ainda.

E eu, bom, estava feliz de não ser um fracasso total.

Faltavam dois dias para o casamento, Caleb e eu conversávamos bastante. Ele nunca mais fora hostil como no primeiro dia passeando pelo jardim. Éramos amigos, mas não podia dizer que éramos aquele tipo de amigos inseparáveis, ainda assim, sua companhia era agradável e até bem-vinda. E eu estava me adaptando, exatamente como tinha que fazer.

E já havia me conformado. Talvez Caleb e eu nunca sentiremos paixão um pelo outro, talvez nunca iremos nos amar dessa forma, mas esse é meu destino e estou cumprindo como devia. Eu estou tentando orgulhar todos os que eu esperam isso de mim.

– Temos que colocar mais guardas em volta do castelo. – O rei diz durante um almoço, ele parecia se dirigir mais ao filho que algum dia também teria de fazer coisas parecidas.

– Aconteceu alguma coisa diferente? – Caleb pergunta.

– Soube que os Legionários podem estar tramando algo, mas o pessoal do Sul e Leste nunca fazem nada, você sabe, sempre há rumores, mas nunca ação.

– E o que resolveram sobre a Floresta do Sul?

– Nada. Por enquanto. Não tenho interesse em território algum fora desses muros, mas não quero problemas, principalmente agora.

– Garotos, sem negócios a mesa. – A rainha diz me fazendo amaldiçoá-la mentalmente, pois eu queria saber mais sobre o assunto.

Terminamos o almoço ouvindo a rainha contar algo sobre seu novo vestido para o casamento, mas eu estava pensativa demais para prestar atenção, e depois Caleb e eu fomos para a nossa caminhada de sempre pelo imenso jardim.

– Você está bem? – Caleb pergunta quando nota minha expressão distante.

– Sim, sim. O que tem na Floresta fora dos muros?

– Não sabemos ao certo. Dizem que há muitos, muitos Legionários e alguns agem como animais.

– Totalmente selvagens? – Pergunto assustada parando no lugar.

– Não sei, algumas pessoas dizem isso. Não tem como saber se é de verdade. Tem muitas coisas que dizem sobre lá, principalmente sobre a região do Sul. – Ele faz uma pausa. – Meu pai não arrisca mandar guardas, prefere deixar assim, até porque os Legionários da Floresta do Sul nunca fizeram nada contra nós, e o território de lá são deles, dos Legionários no geral... Já os ataques dos Legionários do Norte estão constantes e por isso meu pai reforçou a segurança. Acreditamos que a Floresta do Sul nunca fará nada contra nós, a não ser que nós façamos algo contra eles. Não gostamos deles, obviamente, e odiamos a existência de Legionários, mas não vamos atacar as pessoas de lá se não fazem nada contra nós. E, de certo modo, o governo do meu pai só está dentro dos muros. Fora daqui, eles se governam.

– A Floresta do Norte e do Sul trabalham juntas? São aliados?

– Não, pelo que sabemos são inimigos mortais.

– Por que existem essas pessoas? Digo, os Legionários.

– São pessoas que não gostam do governo ou como ele é feito. Que lutam por algo que nunca daria certo, mas eles acham que sim. – Respondeu o príncipe, com desdém.

– Entendo... – Falo receosa, pensando em mais perguntas, e voltamos a andar.

– Você entenderá mais quando se tornar princesa, algumas das responsabilidades vão para você também.

Floresta do SulWhere stories live. Discover now