Capítulo XXIII

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Passamos a parte da manhã também ali.

Comemos as frutas que estavam na bacia como café da manhã, e na hora que decidimos que precisaríamos voltar, Rhys disse que deixássemos todas aquelas coisas ali mesmo e ele buscaria mais tarde.

Quando saímos da parte receptiva de grama, Rhys passou os braços ao redor de meus joelhos e de minhas costas, me carregando em seus braços.

– Eu posso andar, sabia? – Rhys solta uma gargalhada baixa que faz meu coração se aquecer.

– Eu sei disso, sei que pode até correr. – Sorrio. – Mas não quero que seus lindos pés fiquem cheios de calos por isso.

– Que galanteador. – Digo e ele ri de novo. Lhe dou um beijo rápido e seguimos o resto do caminho em meio ao silêncio, e aos beijos.

Quando chegamos passei em casa para trocar de roupa, guardando o vestido com carinho no armário. Cheguei a cozinha um tanto ofegante depois de correr, e entrei no cômodo falando como cumprimento:

– Me desculpem. De novo. – Faço uma pausa para respirar. O almoço já estava sendo preparado. – Mesmo.

Elas me encaram, se entreolham, e depois voltam a mim com sorrisos maliciosos. Finjo não perceber quando Selena se aproxima.

– Não precisa se desculpar, Chloe. – Laurien diz, ainda sorrindo, enquanto Selena me arrasta mais para dentro do cômodo.

– Vou tentar estar bem mais presente agora. – Tento fazer elas esquecerem do assunto que sei que irão abordar. – Hum... Na verdade, amanhã e domingo não poderei estar presente também...

– Já disse que não tem problema. – Laurien me entrega algumas batatas e uma faca. Começo a descascar apoiando o corpo na bancada.

– O que achou da festa? – Selena pergunta, o sorriso ainda brincando em seus lábios.

– Maravilhosa! Devia haver festas assim mais vezes. – Respondo com sinceridade.

– Você sumiu depois de dançar com Rhys. — E ali estava...

Não respondo. Em parte porque não sei o que dizer, em outra porque sei que se eu abrisse, um pouquinho sequer, os lábios, eu sorriria largamente. E eu estava tentando evitar que minha mente vagasse para aquele momento na floresta, estava tentando me fixar ali, na cozinha, fazer meu trabalho sem acabar sem um dedo por estar em outro planeta. Ou em outro canto da floresta...

– Também não vi. – Laurien ajuda.

– Aliás, devo comentar, vocês dançaram bem intimamente... –Selena sorri abertamente, de novo. – Costurados pelas roupas, minha bisavó diria.

– Não foi assim. – Digo baixinho, meus lábios automaticamente se esticando, mas tentei disfarçar com uma tosse falsa.

– Nós vimos. Todo o povo viu. Não pense que não comentamos durante o café, e não pense que não sabemos de nada, aliás, vocês dois não estavam presentes na mesa hoje de manhã. – Selena segura meu braço, fazendo a faca cair na bancada e a batata tendo o mesmo destino. Me obrigo a olhar para ela. Seus olhos estão brilhando em expectativa. – Por favor, diga que vocês finalmente admitiram as coisas um para o outro.

– Como assim finalmente? – Me desvencilho de sua mão, e da pergunta.

– Ah, Chloe, todo mundo sabe o jeito como ele te olha, ninguém comenta porque ninguém quer se meter em assuntos do líder, e também porque você... – Ela balança a cabeça, enquanto Laurien havia lhe lançado um olhar de alerta. – Enfim, vocês combinam, de toda forma.

Floresta do SulWhere stories live. Discover now