Capítulo XVI

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Acordo com o som de batidas vindas do andar de baixo. Empurro os cobertores para o lado, me sentando e calçando as botas depressa.

Mais batidas. Me levanto esfregando o rosto e desço as escadas correndo, levando comigo a tigela vazia de sopa que havia comido ontem, depois que Rhys a trouxera e saíra sem voltar ao meu quarto. Deixo a tigela na cozinha antes de ir para a sala. Abro a porta recebendo toda a claridade do lado de fora colocando a mão na frente do rosto, incomodada.

– Bom dia!

– Joseph? – Fico um pouco surpresa. – Bom dia. – Sorrio fraco. Eu ainda não havia acordado totalmente, mas que eu saiba não havia motivo para Joseph estar aqui. — Faz algum tempo que não te vejo.

— Eu estava fazendo a Frente. — Não tenho tempo de perguntar o que aquilo significava porque ele emenda: – Bom, eu vim perguntar se gostou da casa e... te chamar para o café.

– Ah, claro. Hum, podemos falar da casa no caminho? Eu vou tomar um banho rápido, mas pode me esperar na cozinha, se quiser.

– Te espero aqui mesmo, não estou com pressa. — Responde, e eu assinto devagar.

Ele se senta na cadeira da varanda enquanto eu encosto a porta. Subi as escadas correndo e peguei roupas limpas no guarda roupa, indo para o banheiro no andar debaixo. A água estava muito gelada, e meu banho não levou mais de três minutos. Vesti a regata preta e a calça da mesma cor, jogando o casaco por cima e calçando as botas.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo e saí. Joseph me esperava lendo algum papel. Ele sorriu abertamente ao me ver novamente.

– Vamos?

Ele oferece o braço e eu aceito sem graça. Afinal, não éramos íntimos, na verdade, mal nos conhecíamos.

Joseph passou o caminho todo perguntando sobre meu conforto, se precisava de algo e coisas sobre a mudança, que eu respondia com automáticos "claro" ou "não, obrigada." Minha mente estava voltada para a noite anterior. Me perguntava se Rhys havia, de fato, me perdoado e o que diria quando o visse novamente. Pensei no modo como ele olhou para mim, enquanto segurava minha mão, e o beijo tão carinhoso que depositara em minha testa. Joseph falava sobre planos para sua casa, mas eu mal prestava atenção, apenas mantendo um sorriso fraco no rosto para não transparecer que meus pensamentos estavam em outro lugar.

Não demoramos chegar na cozinha.

O falatório estava audível já do lado de fora. Joseph pegou minha mão enquanto me puxava para dentro. O lugar era amarelo e grande, havia as mesmas mesas enormes da cabana do Pântano, porém, o fogão e o resto eram em cômodos separados e adjacentes. O cheiro de pêssego e carne seca me deixaram com fome e água na boca.

Como que por conta própria, meus olhos passearam pela sala até encontrar Rhys, que olhava mortalmente para a mão de Joseph e a minha. Me soltei e os olhos cinzentos de Rhys encontraram os meus.

Me sentei no final da mesa, perto de Peter e Patrick, já que era o único lugar vazio que eu encontrara. Rhys estava no final daquela mesma mesa e Joseph se sentou em outra.

– O que achou do seu primeiro dia na casa? – Patrick pergunta depois de algum tempo de conversa.

– Foi ótimo. — Sorrio pegando mais um pêssego na cesta a nossa frente. Estava faminta. — O colchão é bem confortável. — Comentei.

— Deduzi que iria gostar. — Falou Peter e eu sorri.

Conversei mais um pouco com os gêmeos, Rhys saiu em algum momento que não reparei já que estava concentrada demais na comida. Joseph também havia partido depois de me pedir desculpas por não poder ficar para um passeio após o café, e restavam apenas eu e os gêmeos, eles também tiveram que ir.

Floresta do SulWhere stories live. Discover now